São Paulo, quinta-feira, 16 de outubro de 2008

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Restaurantes aumentam preços em até 6% devido à alta do dólar e da carne

FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL

A alta do dólar, que encareceu os produtos importados, e o aumento do preço das carnes levaram restaurantes, bares e churrascarias a reajustar os preços dos cardápios em até 6% neste mês.
"Quando o dólar sobe, os frigoríficos repassam a alta. Na última semana, os preços das carnes subiram 6%. E, de agosto até agora, 35%. Não teve jeito, tivemos de reajustar de 5% a 6% os preços dos rodízios", diz Wanderley Mantovani, presidente da Achuesp, associação das churrascarias paulistas.
Os preços dos cardápios também subiram, segundo ele, porque os azeites e outros produtos importados, como vinhos, acompanharam a alta do dólar. Na churrascaria Novilho de Prata, o rodízio, que custava R$ 47 por pessoa, passou para R$ 51 na última semana. Na Montana Grill, o reajuste foi de R$ 48 para R$ 53.
A Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) afirma que o reajuste médio nos menus foi de 5%, principalmente nos restaurantes que cobram acima de R$ 25 por pessoa. "Os fornecedores de bebidas fizeram reajustes de 25% a 30%", diz Paulo Solmucci Jr., presidente da Abrasel.
Alguns restaurantes optaram por não mexer nos preços por conta da queda de 5% a 7% no movimento que ocorreu após a crise financeira que atinge o mercado mundial e o Brasil.
"O tahine, que custava R$ 270 (a lata de 17 quilos), subiu para R$ 330 na última semana. Os preços das carnes subiram entre 10% e 15%. Mas vou tentar segurar os meus preços por causa da queda de 7% no movimento", diz Sérgio Kuczynski, diretor do Arabia.
Ina de Abreu, sócia-proprietária dos restaurantes Fellipa e Mestiço, também "vai aguardar um pouco mais" antes de mexer no cardápio. "O preço do quilo do cordeiro subiu de R$ 41 para R$ 45 e fornecedores de importados dizem que preços devem subir por causa do dólar. Vamos esperar."
Edgar Sader, sócio-proprietário do Beldí, diz que os fornecedores de vinhos e bebidas importadas afirmam que os preços devem subir cerca de 10% a 15% a partir do final deste mês.
"O preço do salmão subiu 10% e, de alguns legumes e verduras, 6%. Se eu tivesse de repassar essa alta teria de reajustar o cardápio em 6%, mas vou segurar até o final do ano porque o movimento já havia caído por conta da lei seca", afirma Sader. A rede América e o restaurante Aubergine negociam com fornecedores para evitar aumentos de preços.
Os restaurantes mais simples -com preços de até R$ 25 por pessoa e que servem refeição por quilo- não devem reajustar seus cardápios, segundo a associação de restaurantes.
A Fipe registrou, desde janeiro até setembro, alta de 10,58% nos preços da alimentação fora de casa. No mesmo período, a inflação (IPC) foi de 5,06%.


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