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foco
Restaurantes aumentam
preços em até 6% devido
à alta do dólar e da carne
FÁTIMA FERNANDES
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
A alta do dólar, que encareceu os produtos importados, e o aumento do preço
das carnes levaram restaurantes, bares e churrascarias
a reajustar os preços dos cardápios em até 6% neste mês.
"Quando o dólar sobe, os
frigoríficos repassam a alta.
Na última semana, os preços
das carnes subiram 6%. E, de
agosto até agora, 35%. Não
teve jeito, tivemos de reajustar de 5% a 6% os preços dos
rodízios", diz Wanderley
Mantovani, presidente da
Achuesp, associação das
churrascarias paulistas.
Os preços dos cardápios
também subiram, segundo
ele, porque os azeites e outros produtos importados,
como vinhos, acompanharam a alta do dólar. Na churrascaria Novilho de Prata, o
rodízio, que custava R$ 47
por pessoa, passou para R$
51 na última semana. Na
Montana Grill, o reajuste foi
de R$ 48 para R$ 53.
A Abrasel (Associação
Brasileira de Bares e Restaurantes) afirma que o reajuste
médio nos menus foi de 5%,
principalmente nos restaurantes que cobram acima de
R$ 25 por pessoa. "Os fornecedores de bebidas fizeram
reajustes de 25% a 30%", diz
Paulo Solmucci Jr., presidente da Abrasel.
Alguns restaurantes optaram por não mexer nos preços por conta da queda de 5%
a 7% no movimento que
ocorreu após a crise financeira que atinge o mercado
mundial e o Brasil.
"O tahine, que custava R$
270 (a lata de 17 quilos), subiu para R$ 330 na última semana. Os preços das carnes
subiram entre 10% e 15%.
Mas vou tentar segurar os
meus preços por causa da
queda de 7% no movimento", diz Sérgio Kuczynski, diretor do Arabia.
Ina de Abreu, sócia-proprietária dos restaurantes
Fellipa e Mestiço, também
"vai aguardar um pouco
mais" antes de mexer no cardápio. "O preço do quilo do
cordeiro subiu de R$ 41 para
R$ 45 e fornecedores de importados dizem que preços
devem subir por causa do
dólar. Vamos esperar."
Edgar Sader, sócio-proprietário do Beldí, diz que os
fornecedores de vinhos e bebidas importadas afirmam
que os preços devem subir
cerca de 10% a 15% a partir
do final deste mês.
"O preço do salmão subiu
10% e, de alguns legumes e
verduras, 6%. Se eu tivesse
de repassar essa alta teria de
reajustar o cardápio em 6%,
mas vou segurar até o final
do ano porque o movimento
já havia caído por conta da lei
seca", afirma Sader. A rede
América e o restaurante Aubergine negociam com fornecedores para evitar aumentos de preços.
Os restaurantes mais simples -com preços de até R$
25 por pessoa e que servem
refeição por quilo- não devem reajustar seus cardápios, segundo a associação
de restaurantes.
A Fipe registrou, desde janeiro até setembro, alta de
10,58% nos preços da alimentação fora de casa. No
mesmo período, a inflação
(IPC) foi de 5,06%.
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