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Lojas e indústria fecham acordo no preço das TVs
Após queda-de-braço, nova tabela, com reajuste de 3% a 5% no valor dos televisores, passará a valer só no início de 2007
Setor tem pronta a estratégia de usar aviões para trazer componentes
da Ásia caso a demanda cresça no final do ano
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Houve acordo entre lojistas e
fabricantes e uma nova tabela
de preços, com reajustes de 3%
a 5% no valor dos televisores,
passará a valer só no início de
2007. Além da chegada das novas linhas de TVs de plasma e
de cristal líquido (LCD) com alta definição -que já devem encarecer o produto-, os aumentos em geral (para diversos modelos e tamanhos) ocorrerão
por solicitação da indústria, como reflexo da elevação do preço de insumos no exterior e da
alta no frete.
Em outubro, a Eletros (Associação Nacional de Fabricantes
de Produtos Eletroeletrônicos)
informou que as empresas do
setor pleiteavam reajustes após
quedas seguidas nos preços e
que, provavelmente, a nova tabela entraria em vigor neste
mês, segundo fabricantes informaram à Folha.
As lojas afirmavam, no entanto, que o estoque de TVs estava elevado e que era preciso
desovar uma parte disso antes
de aceitar novas tabelas. O estoque cresceu por conta da
abrupta redução de demanda
após o final da Copa do Mundo.
O comércio insistia que as
indústrias tiveram forte ganho
de escala nos últimos anos com
a expansão da tecnologia de
plasma e de LCD, assim como
com a maior demanda pelos
modelos tradicionais, e isso reduz o custo de produção.
O que acontece agora é que o
estoque já foi normalizado e,
por conta disso, havia uma expectativa de que o reajuste
"passasse". Além disso, como a
indústria se armou de dados
nas negociações para comprovar que precisava do aumento
-e "abriu" informações de custos-, as conversas entre as
partes caminharam no sentido
de que o reajuste seria liberado
mesmo.
Natal
"[O aumento] fica provavelmente para 2007 porque já fechamos as entregas de Natal e
não há espaço para reajuste
agora", conta José Fuentes, vice-presidente da divisão de eletroeletrônicos da Philips para o
Brasil. "Não há aumento para
agora", confirmou nesta semana Eugenio Staub Filho, vice-presidente da Gradiente.
De janeiro a setembro, houve
uma queda de 15,26% no preço
do televisor, diz a Fipe. Nos últimos meses, essa retração já
havia perdido a velocidade.
Tanto que, até agosto, a deflação no produto era maior:
passava de 19%. Na avaliação
do setor, o que há é uma redução de descontos por parte do
varejo, e devido a essa medida,
tomada por algumas grandes
cadeias de loja para determinadas linhas, os índices de inflação mostram taxas de deflação
menores.
Avião
Segundo a Folha apurou,
empresas de eletroeletrônicos
têm pronta a estratégia de usar
aviões para trazer componentes eletrônicos da Ásia caso a
demanda no final do ano cresça
de maneira muito acelerada.
Essa medida é tomada quando não há tempo hábil de esperar a chegada de insumos por
navio. Por meio desse transporte, demora de dois a três
meses para a matéria-prima
aportar no país.
Por avião, é mais caro, porém
não há dificuldade de acionar
empresas de charter, por
exemplo, para auxiliar no
transporte.
Essa preocupação existe porque o setor não quer perder
venda, caso a procura de final
de ano cresça muito. A previsão
da Eletros é que o mercado de
TVs atinja entre 10 milhões e 11
milhões de unidades vendidas
neste ano. Até setembro, foram
8,9 milhões, segundo a Gradiente -um recorde histórico.
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