São Paulo, terça-feira, 16 de dezembro de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Indústria de SP vai se retrair em 6,3%, diz Iedi

Se a queda na atividade econômica na indústria paulista ficou abaixo da média nacional em outubro, a retração em novembro pode vir em dobro. A análise é do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial), que espera uma retração de 6,3% em novembro na atividade industrial em São Paulo em relação ao mesmo mês do ano passado.
Os dados do IBGE divulgados no início deste mês mostraram uma queda de 1,7% na produção industrial nacional em outubro. E de 0,2% no Estado de São Paulo.
"O que não veio em outubro para a indústria paulista devido ao crescimento inusitado da produção nos segmentos farmacêutico e de equipamentos de transporte (aviões) poderá vir em "dose dupla" em novembro", afirma o Iedi na análise de conjuntura "Efeitos da Crise em Dose Dupla".
A conclusão do Iedi levou em consideração um levantamento feito em uma série de dados econômicos recém-divulgados. Um deles foi a queda de 6,0% em novembro na produção industrial do Estado registrada pelo SPI (Sinalizador da Produção Industrial), da FGV (Fundação Getulio Vargas). Outro foi a retração de 29,5% no número de veículos produzidos em novembro em relação a outubro, divulgada pela Anfavea.
O Iedi também citou os indicadores da ACSP (Associação Comercial de São Paulo), que mostram um recuo de 0,8% nas consultas ao sistema Usecheques em novembro em relação ao mesmo mês do ano passado. Já os dados do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) apontaram uma queda no consumo de energia no último mês -de 52.861 MW em outubro para 51.898 MW em novembro.
"Se os dados de outubro já mostraram uma queda generalizada da atividade industrial, que só não foi pior porque a crise não chegou ao Estado paulista como em outras regiões, o quadro para o mês de novembro poderá ser mais adverso", afirma o Iedi, em sua análise.

Sobe o preço da cerveja nos supermercados

A AmBev ganhou a queda-de-braço com os supermercados. Na semana passada, a companhia aumentou em 5,4% o preço da lata da cerveja vendida nas prateleiras dos supermercados. Os varejistas não resistiram à pressão da cervejaria, que detém mais de 65% de participação no mercado. O preço subiu de R$ 1,05 para R$ 1,12.
A AmBev alega que, em 12 meses, a inflação acumula uma alta de 6,3%, enquanto o aumento no preço do produto foi de 5,4%. Além disso, a cervejaria argumenta que o supermercado representa 25% das vendas de cerveja. O bar ainda responde por mais de 70% do consumo da bebida no país, e o preço da cerveja em garrafa não aumentou.
Desde setembro, com a alta súbita do dólar, diversos setores da indústria e os supermercados travaram uma forte queda-de-braço para tentar repassar para os preços esse efeito do câmbio. Até a semana passada, o varejo tinha conseguido vencer a disputa. O argumento da crise internacional e da ameaça de freio no consumo falavam mais alto.
A AmBev foi a primeira grande empresa a conseguir furar essa barreira.

NO VERMELHO

A demanda por operações de reestruturação de dívidas do escritório de advocacia Lefosse dobrou com a crise econômica. Segundo José Eduardo Manassero, sócio do Lefosse, o escritório está envolvido em operações que somam R$ 5 bilhões, a maioria delas de credores de empresas do setor de açúcar e álcool. "É um setor que está em dificuldade. O preço das commodities caiu e os empresários dependem de crédito."

NOS TRILHOS
O executivo Damião Moreno, presidente da Invepar-OAS, foi o grande articulador da venda do Metrô Rio, um consórcio que reúne a empreiteira baiana e os fundos de pensão. Moreno é o nome mais cotado para presidir a nova companhia. O Citigroup, que deixou o negócio, não tem muito o que reclamar: a valorização, entre fevereiro de 1998 até agora, é da ordem de 1.100%.

CÂMERA NA MÃO
O Fórum Econômico Mundial acaba de lançar o "Davos Debates", no YouTube, convidando os internautas a debater questões políticas e econômicas atuais. O responsável pelo melhor vídeo será convidado para participar da reunião anual em Davos, de 28 de janeiro a 1º de fevereiro.

MONTANHA RUSSA
A soma da receita gerada pelas 520 empresas em operação nos parques tecnológicos do Brasil chega a R$ 1,68 bilhão. Os dados são de levantamento da Anprotec (Associação Nacional das Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores), que será apresentado hoje ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

VIROU MODA
Mais um acionista volta ao comando da sua empresa. Walter Torre Junior e Paulo Remy, da WTorre, vão reassumir o manche da companhia. Marco Antonio Bologna, ex-presidente da TAM e hoje o principal executivo da construtura, deixa o grupo no dia 23. Ele assumiu o cargo em fevereiro deste ano. Outras empresas fizeram o mesmo: Pão de Açúcar, Sadia e Schincariol.

SOCIAL
O Itaú anuncia hoje as 25 organizações sociais, de 11 Estados, que receberão recursos do Fundo Itaú Excelência Social. As instituições, que atuam em educação infantil, ambiental ou para o trabalho, receberão ao todo R$ 5,4 milhões para suas ações. O valor equivale à metade da taxa de administração do fundo, apurada entre julho do ano passado e junho de 2008. Cada instituição receberá de R$ 145 mil a R$ 250 mil.

POSSE
A senadora Kátia Abreu (DEM-TO) assume hoje a presidência da diretoria da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) para o triênio de 2008 a 2011.

ALTA:
PROTESTOS DE TÍTULOS REGISTRAM CRESCIMENTO DE 7,53% EM SÃO PAULO
Os protestos de títulos tiveram alta de 7,53% em novembro em São Paulo. Foram protestados 71.176 títulos em novembro contra os 66.191 de outubro, segundo pesquisa do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos da Seção São Paulo junto aos dez tabeliães de protesto da capital. Dos títulos protestados, somente 16,53% foram cheques. As duplicatas bateram recorde: 47.423 contra 39.908 em outubro.

MODA NA CAMA
Carlos Alberto Soares, diretor de marketing da Buddemeyer, de cama, mesa e banho, que agora investe em moda para roupa de cama; para sua nova coleção de colchas e lençóis, fechou contrato com Renata Americano, designer que cria estampas para grifes nacionais; a idéia é fazer com que a roupa de cama entre na decoração com o apego do vestuário pessoal


com JOANA CUNHA e MARINA GAZZONI


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