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Carga tributária baterá novo recorde neste ano
Receita será de 36,60% do PIB, diz estudo do IBPT
MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL
Apesar da crise, mais uma
vez a carga tributária brasileira
baterá novo recorde anual em
proporção do PIB (Produto Interno Bruto). Ao final deste
ano, os contribuintes terão recolhido R$ 1,063 trilhão em tributos aos governos federal, estaduais e municipais. Para um
PIB estimado em R$ 2,9 trilhões, a carga será de 36,60%,
ou 1,06 ponto percentual acima
dos 35,54% do ano passado.
A previsão é do IBPT (Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário), com base na carga fiscal acumulada nos nove
primeiros meses do ano.
Os dados foram divulgados
ontem, dia em que, pela primeira vez na história do país, a arrecadação de tributos atingiu
R$ 1 trilhão no mesmo ano -informação antecipada pela Folha ao final do ano passado.
Segundo Gilberto Luiz do
Amaral, presidente do IBPT,
por enquanto "a crise ainda não
se refletiu na arrecadação de
tributos". Os números mais recentes da Receita são de outubro, quando a maior parte da
arrecadação era referente às
vendas de setembro, mês em
que a crise começou.
Amaral diz que os primeiros
reflexos da crise econômica deverão começar a aparecer neste
trimestre. Assim, as receitas
tributárias de novembro (que
deverá ser divulgada nesta semana) e deste mês (que sairá
em janeiro de 2009) deverão
ser inferiores às de iguais meses do ano passado.
A Receita não divulga dados
trimestrais ou semestrais sobre
a carga tributária no país, mas
apenas anuais. Na sexta-feira
passada, foi divulgada a carga
referente a 2007, que alcançou
34,8% do PIB, ou 1,3 ponto acima da de 2006.
O percentual do IBPT de
2007 (35,54%) é superior ao da
Receita porque o instituto considera em seus cálculos os valores pagos com multas, juros e
correção, além de incluir as
contribuições corporativas e as
custas judiciais.
Nos primeiros nove meses
deste ano, os fiscos dos três níveis de governo já arrecadaram
R$ 779,14 bilhões, valor que é
R$ 108,66 bilhões superior aos
R$ 670,48 bilhões de 2007.
Se a previsão do IBPT se confirmar, a arrecadação avançará
R$ 139 bilhões neste ano em relação a 2007 -mesmo sem a
CPMF. Ao final do ano, cada
brasileiro terá pagado R$ 5.628
aos fiscos -mais R$ 708 em relação a 2007.
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