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Real é a moeda mais sobrevalorizada no mundo, diz estudo
Divisa está 50,6% mais "cara" do que o dólar e 23,5% do que o euro, afirma banco Goldman Sachs
DA REDAÇÃO
Não é apenas em relação ao
dólar que o real é a moeda mais
sobrevalorizada do mundo. A
divisa brasileira também é a
mais "cara" na comparação
com o euro, diz estudo do banco americano Goldman Sachs.
Segundo a instituição financeira, o real é a moeda mais sobrevalorizada no mundo.
De acordo com o levantamento do Goldman, o real está
sobrevalorizado em 23,5% em
relação à moeda do bloco europeu -a diferença ante o dólar é
mais que o dobro: 50,6%.
A taxa de câmbio apreciada
dificulta a exportação, ao mesmo tempo em que facilita a entrada de produtos do exterior.
O Goldman Sachs diz que a
valorização do real é reflexo do
momento vivido pela economia
brasileira e que o movimento
de alta da moeda deve persistir
no ano que vem. "Essa retomada da demanda em um país
quando comparado a outro é
perfeitamente compatível e se
pode dizer que seria estranho
se o real não tivesse significativamente sobrevalorizado dada
a forte diferenciação cíclica."
Essa "forte diferenciação cíclica" se refere ao momento das
duas economias. Enquanto o
PIB brasileiro avançou 1,1% e
1,3% no segundo e no terceiro
trimestres, respectivamente, o
dos Estados Unidos, na mesma
comparação, contraiu-se em
0,2% e cresceu 0,7%.
"Em outras palavras, o Brasil
se recuperou significativamente mais cedo e mais forte que os
EUA. Isso é muito importante
para a moeda", diz o Goldman.
Segundo o banco, não há sinais no curto prazo de que o
real vai deixar de se apreciar,
especialmente em relação ao
dólar. Para ele, o real só deve
sofrer pressões "consideráveis"
da moeda americana no segundo semestre de 2011 -isso na
previsão mais otimista.
O Goldman Sachs afirma ainda que o dólar, cotado hoje a R$
1,75, deve cair em três meses
para R$ 1,60. Daqui a seis meses, ele deve estar cotado a R$
1,65 -retornando aos R$ 1,75
em 12 meses. "Não esperamos
que o real retorne ao valor justo
no horizonte previsto e, na verdade, o risco permanece em direção a um novo ciclo de apreciação."
(ÁLVARO FAGUNDES)
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