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Otimismo cresce e puxa investimentos
Pesquisas da Deloitte e da CNI mostram empresários dispostos a elevar investimentos em 2010 e otimistas com o país
Incertezas sobre o ritmo
da recuperação global e a apreciação do câmbio fazem as apostas se concentrarem no consumo interno
DA REPORTAGEM LOCAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA FOLHA ONLINE
Depois da recuperação da
economia brasileira nos últimos meses, os empresários exibem um otimismo que há muito não se via. Segundo pesquisa
realizada pela firma de consultoria e auditoria Deloitte Touche Tohmatsu, 95% das organizações instaladas no país esperam que as suas receitas subam,
em média, 14% em 2010. Já
90% preveem ampliar os investimentos.
São as maiores taxas verificadas desde que o levantamento
começou a ser feito, há 14 anos.
Na atual edição, 573 companhias responderam.
Para José Paulo Rocha, sócio-sênior da Deloitte, tanto
entusiasmo se justifica. "Existem perspectivas muito positivas para o Brasil, que surgem
tanto de fatores relativos à atividade interna quanto de específicos, como a Copa do Mundo
e o pré-sal. Os investimentos
estrangeiros também devem
apresentar forte crescimento",
afirmou.
Os esforços das empresas locais -que precisam atender à
demanda maior e à concorrência
em alta- estarão concentrados
em desenvolver novos produtos e serviços e reter os seus talentos, mostra o estudo da consultoria.
Setor mais afetado pela crise
mundial desde o final do ano
passado, a manufatura brasileira se prepara para liderar o
avanço da economia no próximo ano, de acordo com as projeções da CNI (Confederação
Nacional da Indústria): após
encerrar 2009 com uma retração de 4,5%, o segmento deve
ter, em 2010, expansão de 7%.
Com as incertezas sobre o
ritmo de recuperação da economia global e a valorização do
câmbio -elemento desfavorável aos exportadores brasileiros-, a CNI aposta que o aquecimento no consumo das famílias sustentará o dinamismo.
"A indústria vai voltar a dar
contribuição importante e vai
liderar o processo de crescimento", afirma o presidente da
CNI, deputado Armando Monteiro Neto (PTB-PE).
Em documento sobre as
perspectivas da economia, a
entidade projeta estagnação do
PIB (Produto Interno Bruto)
neste ano e expansão de 5,5%
em 2010.
Na avaliação da indústria, os
investimentos devem crescer
14% no ano que vem. A entrada
maciça de investimentos estrangeiros diretos será um dos
fatores que manterão o câmbio
no atual patamar -dólar cotado em torno de R$ 1,70.
Empregos
A indústria paulista criou
3.500 postos de trabalho em
novembro, o que representou
uma elevação de 0,15% no nível
de emprego no Estado no confronto com outubro nos dados
sem ajuste sazonal, segundo a
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo).
Na comparação sazonal, que
elimina características específicas de cada período, houve aumento no nível de emprego em
novembro de 0,94% -o maior
desde dezembro de 2006.
Apesar de todo o otimismo,
entretanto, o emprego na indústria paulista só deve voltar
no primeiro trimestre de 2011
aos mesmos níveis que tinha
antes da explosão da crise financeira global.
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