São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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ENERGIA

Chuvas recentes elevaram níveis de reservatórios; suspensão é temporária

ONS suspende seguro antiapagão

PATRICIA ZIMMERMANN
DA FOLHA ONLINE

As chuvas dos últimos dias permitiram que o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) suspendesse desde a noite de anteontem o uso das usinas térmicas emergenciais. O chamado seguro antiapagão havia sido acionado, pela primeira vez, em dezembro passado, em razão do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas na época.
A suspensão, por enquanto, é temporária, pois depende da conclusão da análise técnica do ONS sobre a programação de despacho das usinas prevista para a próxima semana.
Segundo dados disponíveis no site do órgão, as térmicas emergenciais já geraram anteontem menos energia do que o programado inicialmente: 444 MW, contra uma previsão de 851 MW.
Isso ocorreu, segundo explicação do próprio boletim técnico do ONS, "em virtude de se ter verificado nos últimos dias fortes chuvas na região".
Apesar de essas chuvas ainda não terem elevado o nível dos reservatórios acima da curva de risco, as afluências foram suficientes para elevar ao limite da capacidade de geração no caso das usinas hidrelétricas de Itapebi e Boa Esperança, que não pertencem à bacia do rio São Francisco.
Um técnico do órgão explicou que essas usinas não possuem grandes reservatórios, produzindo energia a fio d'água.

Consumo
Além das chuvas, o consumo (ou a carga de energia) também caiu em decorrência da queda de temperatura ocorrida na região nos últimos dias.
A carga registrada anteontem foi de 6.114 MW médios na região, contra uma previsão de 6.512 MW.
Apesar de uma melhora de 0,67 ponto percentual no nível dos reservatórios da região verificada de quarta para quinta-feira, o nível atual (17,32%) ainda está abaixo da curva que representa a segurança no abastecimento de energia, que é de 19,32%.
As térmicas emergenciais, contratadas para funcionarem como um seguro antiapagão, foram acionadas pelo ONS no dia 27 de dezembro do ano passado, para gerar cerca de 400 MW médios.
Após avaliação da primeira semana de utilização dessas usinas, o ONS verificou a necessidade de mais energia emergencial e determinou a utilização de mais 14 usinas, que passaram a gerar, juntas, 700 MW médios.


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