São Paulo, sábado, 17 de janeiro de 2004

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ECONOMIA INTERNACIONAL

País volta a atrair investidores internacionais; euro perde fôlego e cai abaixo de US$ 1,24

Indústria avança e confiança cresce nos EUA

DA REDAÇÃO

A produção industrial norte-americana cresceu pelo quarto mês seguido em dezembro, mas o ritmo de expansão ficou abaixo das expectativas. Por outro lado, a confiança dos consumidores do país subiu ao maior nível desde novembro de 2000.
O euro, que iniciou a semana perto de US$ 1,29, perdeu fôlego e fechou abaixo de US$ 1,24. Pesou para a desvalorização um relatório, divulgado ontem, que mostrou uma recuperação da entrada de capitais estrangeiros nos EUA.
De acordo com o Federal Reserve (banco central dos EUA), a produção industrial cresceu 0,1% no mês passado. A estimativa dos analistas era de 0,4%.
O percentual de utilização da capacidade instalada da indústria permaneceu em 75,8%, índice idêntico ao verificado em novembro. Economistas estimam que as empresas apenas intensificarão investimentos e contratações quando a capacidade ociosa cair abaixo de 20%.
Apesar do ainda baixo ritmo das contratações, houve uma inesperada melhora na confiança do consumidor. De acordo com números preliminares para este mês, o índice da Universidade de Michigan subiu de 92,6 pontos, em dezembro, para 103,2 pontos.
O número ficou bem acima das estimativas e exibe o melhor nível desde novembro de 2000. Surpreendentemente, o maior avanço ocorreu na avaliação das condições atuais da economia.
"Os consumidores andavam meio céticos a respeito da economia, mas de repente perceberam que as coisas estão melhorando", disse George Mokrzan, economista-chefe da corretora Huntington Private FInancial Group. "Existe uma tendência de melhora no mercado de trabalho, e as Bolsas estão em alta."

Dinheiro volta
Depois de dois meses ruins, houve uma grande entrada de investidores internacionais no mercado norte-americano em novembro, segundo um boletim divulgado pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Esses recursos são fundamentais para financiar o déficit na conta corrente do país.
Em novembro, o investimento líqüido (entradas menos saídas) em ativos americanos por estrangeiros foi de US$ 87,6 bilhões. No mês anterior, o saldo tinha sido de US$ 27,8 bilhões e, em setembro, de apenas US$ 4 bilhões.
O déficit dos EUA nas transações com o exterior é de aproximadamente US$ 1,5 bilhão por dia. Se o país não recebe o equivalente a isso em investimentos, o dólar perde valor.
O euro fechou a semana cotado a US$ 1,2396. Na segunda-feira, a moeda chegou a ser negociada a US$ 1,29, mas autoridades européias acenaram com uma intervenção cambial, e a moeda recuou. A cotação de US$ 1,30 seria uma espécie de teto para os europeus, porque acima disso poderia afetar as exportações e a recuperação econômica da região.


Com agências internacionais


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