São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

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Mercado Aberto

Guilherme Barros - guilherme.barros@uol.com.br

BC deve baixar juro em 0,25 ponto, diz LCA

Apesar de os dados macroeconômicos indicarem que há base técnica suficiente para nova redução de meio ponto percentual da Selic, o Copom, na reunião da semana que vem, deverá baixar o juro em 0,25 ponto. A Selic deverá cair de 13,25% para 13%.
A aposta, da LCA Consultores, do economista Luciano Coutinho, foi feita muito mais pelas sinalizações do Banco Central emitidas por meio de seus comunicados e da votação dividida na reunião de novembro do Copom do que pela evolução dos indicadores.
A LCA assinala que pesou nessa avaliação a impressão de que as possíveis mudanças que vêm sendo cogitadas no campo da política fiscal poderão ser utilizadas como argumento pela parcela mais conservadora do Copom. O medo é o de uma piora fiscal com o programa de aceleração do crescimento.
De acordo com a LCA, o fato de o IPCA de dezembro ter ficado acima das previsões e de as expectativas de inflação também terem aumentado não pode ser caracterizado como preocupante. Não justificaria, dessa forma, descartar a possibilidade de um novo corte de 0,5 ponto na Selic.
Mesmo os mais recentes indicadores de atividade econômica, que trouxeram resultados mais positivos do que esperava o mercado, não chegam a sinalizar uma moderação do ritmo de corte para 0,25 ponto.
Tanto o resultado de novembro da produção industrial como a pesquisa mensal do comércio mostraram resultados melhores do que previa o mercado, o que reforçaria a tese daqueles que defendem uma moderação no corte de juros.
A LCA afirma, no entanto, que ainda estão presentes fatores que apontam para a perspectiva de uma desaceleração das vendas, comparativamente ao ritmo forte que atingiram entre agosto e novembro. As perspectivas são de redução do crescimento tanto da indústria como do comércio.
Segundo a LCA, o corte de 0,25 ponto deverá ser mesmo a opção do Copom, em razão dos avisos constantes do BC e do risco de piora do quadro fiscal.

BALANÇA
O fluxo do comércio exterior de plásticos transformados manteve trajetória ascendente em 2006. As importações cresceram 19,3% em relação ao ano passado, fechando em US$ 1,53 bilhão. As exportações apresentaram crescimento mais moderado, de 14,2%, alcançando US$ 1,27 bilhão. Em dezembro, as importações brasileiras tiveram queda pelo segundo mês consecutivo. As compras externas de produtos plásticos transformados somaram US$ 132,8 milhões no mês, uma queda de 6,1% sobre novembro. Já as exportações cresceram 9,4% em relação ao mês anterior, passando a US$ 109,6 milhões, o que fez o déficit cair para US$ 23,2 milhões no mês de dezembro. As vendas para a Argentina caíram 8,4%.

TRANSFORMAÇÃO
A DBM, especializada em gestão de pessoas, ampliou seu foco de atuação com a chegada do presidente Marcelo Cardoso para a operação brasileira e latino-americana. A empresa passou a atuar na área de consultoria para situações de transição, como momentos imediatamente seguintes a fusões, aquisições ou reestruturações organizacionais e mudanças de estratégia em companhias. Segundo Cardoso, esse foco deriva "da própria aceleração da dinâmica empresarial no país, com mais fusões e aquisições". Ele cita o aumento da transformação de empresas brasileiras em multinacionais, com a intensificação da abertura de escritórios e operações no exterior. "Antes, era só exportação, que é menos complexo. Agora, os executivos estão mais expostos", diz.

INVESTIMENTO
A Gerdau Açominas (MG), maior usina siderúrgica do Grupo Gerdau, irá investir US$ 70 milhões para duplicar a capacidade de produção de perfis estruturais, de 450 mil toneladas para 900 mil toneladas anuais, com foco no mercado externo.

LANÇAMENTO
A Diageo relança a Smirnoff Black, para o setor premium. Essa é a mesma vodca produzida por Piotr Smirnov, fundador da marca, para a corte imperial da Rússia no período pré-revolução bolchevique. O processo de fabricação da bebida é artesanal, como na época dos czares.

NO VERMELHO
Um grupo de investidores contratou, no ano passado, a Vae Consultores com o objetivo de formatar a modelagem dos investimentos a serem realizados em programas de concessões e em PPPs (Parcerias Público-Privadas), focando principalmente os sete lotes federais que foram suspensos e o setor de saneamento básico. O grupo pretendia investir R$ 700 milhões na modernização e na ampliação das rodovias e estações de tratamento de água e esgoto. A suspensão do programa de concessões federal fez com que esse grupo realizasse um prejuízo de R$ 2 milhões com os estudos feitos até agora.

FUNDO
O Itaú repassa hoje para 12 ONGs, de oito Estados brasileiros, 50% da taxa de administração do Fies (Fundo Itaú Excelência Social) apurada entre julho de 2005 e junho de 2006. Cada instituição receberá R$ 98,9 mil para aplicar em educação. O patrimônio líquido médio do fundo nos últimos 12 meses foi de R$ 62.436.881,13.

OPINIÃO
Para 51% dos consumidores, ações de responsabilidade socioambiental são muito importantes, segundo pesquisa da TNS/InterScience. No ano passado, a importância foi dada por 44% dos entrevistados. A indústria farmacêutica é a que mais respeita o consumidor, depois da de eletrodoméstico, com 66% das menções.

SEM FIO
A Oi intensificará seu investimento em marketing em 2007, com foco em moda, música e esportes. A empresa encerrou 2006 com investimento de R$ 30 milhões em ações de marketing. Para este ano, serão R$ 45 milhões.

PROTESTOS
Em dezembro de 2006, foram apresentados 199.590 títulos de protestos contra 227.038 em novembro, segundo pesquisa do Instituto de Estudos de Protesto de Títulos de São Paulo.

BANANA
A Telecine vai adesivar 21 mil cachos de banana em supermercados Carrefour com selos temáticos do filme "King Kong", no fim do mês.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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