São Paulo, quarta-feira, 17 de janeiro de 2007

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Brasil tem a 70ª economia mais aberta do mundo

VINICIUS ALBUQUERQUE
DA FOLHA ONLINE

O Brasil ficou em 70º lugar entre 157 países no ranking "Index of Economic Freedom 2007" ("Índice de Liberdade Econômica 2007") elaborado pelo instituto americano Heritage Foundation em parceria com o diário "The Wall Street Journal", divulgado ontem.
O Brasil tem 60,9% de liberdade em sua economia, segundo a pesquisa (uma diferença de 0,8 ponto percentual em relação ao índice de 2006, quando o Brasil ficou em 68º). No ranking geral, o Brasil fica no primeiro pelotão, que reúne os países economicamente mais livres.
Segundo o estudo, o país sofre com burocracia "altamente ineficiente e corrupta", que reduz as liberdades para negócios e investimentos. "O sistema judiciário é ineficiente e sujeito à corrupção, como outras áreas do setor público", diz a pesquisa.
"O sistema fiscal confuso, as barreiras ao investimento estrangeiro, a gestão governamental da maior parte dos setores elétrico e de petróleo e de uma parte significativa do sistema bancário, o Judiciário fraco e um sistema regulatório complicado" estão entre os principais obstáculos à liberdade econômica do Brasil.
Entre os Brics, no entanto, o Brasil é o primeiro, seguido no ranking por Índia (104º lugar), China (119º) e Rússia (120º).
Já entre os países do Mercosul, o Brasil ficou em segundo lugar, atrás do Uruguai (33º lugar no ranking geral, 8º no regional), e à frente da Argentina (95º e 21º) e do Paraguai (99º e 22º).

Metodologia
A pesquisa considera dez categorias de liberdade econômica: nos negócios; no comércio; liberdade fiscal; de intervenção do governo; monetária; de investimentos; financeira; de corrupção; do trabalho; e direitos de propriedade.
A melhor classificação do Brasil está na categoria de liberdade em relação à intervenção governamental, com 88,8% -mesmo assim, nesse tópico, o Brasil fica em 25º. Quem lidera a lista nessa categoria nas Américas são a Guatemala (1º, com 96,4%) e o improvável Haiti (2º, com 95,2%), países que ficam respectivamente em 68º e 135º no ranking geral e em 16º e em 27º no regional.
O 1º colocado do ranking geral, Hong Kong, fica em 7º nessa categoria.
Já o grau mais baixo de liberdade econômica no Brasil é o registrado no quesito corrupção, 37%. "A percepção de corrupção [no Brasil] é significativa", diz o estudo.
O outro índice abaixo da média no Brasil (40%) é o de liberdade financeira. "O governo mantém diversas instituições financeiras especializadas", diz o texto. O índice relativo a direitos de propriedade ficou em 50%. O estudo destaca a ineficiência do Judiciário, "sujeito a influência econômica e política e afetado por problemas relativos à falta de recursos e de treinamento".
No tópico trabalho (63,8%), o estudo destaca os custos não ligados a salários, o que torna cara a demissão de funcionários.


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