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Varejo deve ter expansão recorde em 2007
Crescimento de crédito, mais do que o da renda, explica alta, segundo o IBGE
CNC, confederação nacional do setor, estima aumento de 9,5% nas vendas de 2007 e desaceleração para este
ano, com expansão de 6,5%
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os consumidores anteciparam as compras de Natal. Resultado: uma forte expansão do
comércio varejista em novembro passado, quando as vendas
cresceram 9,9% na comparação com igual período de 2006.
Foi a maior alta para esse mês
na Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, iniciada em 2001.
No acumulado de janeiro a
novembro de 2007, o incremento chegou a 9,7%, ritmo
que, se confirmado com os dados de dezembro, será o melhor
da história recente do setor. A
expectativa é que supere o desempenho de 2004, quando a
expansão foi de 9,3%. Em 2006,
o comércio cresceu 6,2%.
De outubro a novembro, as
vendas subiram 1,6% na série
livre de influências sazonais (típicas de cada período).
Segundo o IBGE, o crédito
farto e com prazos cada vez
mais longos (o que resulta num
valor menor da prestação) foi o
principal propulsor do comércio em 2007. O câmbio favorável às importações representou
a segunda mais importante
fonte de estímulo para as vendas, avalia o instituto.
"O crédito com prazos maiores e juros mais baixos, o crescimento da massa salarial e a expectativa de manutenção do
emprego num cenário de estabilidade da economia foram essenciais para o bom desempenho do comércio varejista",
afirmou Nilo Lopes da Macedo,
economista da Coordenação de
Serviços e Comércio do IBGE.
Segundo ele, o resultado de
novembro foi alavancado ainda
pelo pagamento antecipado da
primeira parcela do 13º salário
dos aposentados do INSS, realizado em setembro, e pelo desejo dos consumidores de adiantar as compras de final de ano.
Setores
Entre os ramos de maior peso, o melhor desempenho ficou
com móveis e eletrodomésticos
-alta de 16% no ano, 15,5% ante novembro de 2006 e 1,4% na
comparação com outubro.
As vendas de vestuário e calçados subiram 10,8% no acumulado do ano e 12,4% em relação a novembro de 2006. Em
relação a outubro, alta de 1,6%,
a maior de todos os setores.
Já o ramo de híper e supermercados e demais lojas de alimentos não cresceu tanto, pois
depende mais da evolução da
renda, cuja expansão foi menor
do que a do crédito. A alta foi de
6,5% no acumulado do ano. Em
novembro, o incremento ficou
em 6,4% ante igual mês de
2006 e em 0,8% ante outubro.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio) estima expansão de 9,5% para as vendas
do varejo em 2007, já considerando uma freada em dezembro, diz Carlos Thadeu de Freitas, economista da entidade.
Para 2008, a CNC prevê que
as vendas devem subir 6,5%.
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