São Paulo, quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

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Varejo deve ter expansão recorde em 2007

Crescimento de crédito, mais do que o da renda, explica alta, segundo o IBGE

CNC, confederação nacional do setor, estima aumento de 9,5% nas vendas de 2007 e desaceleração para este ano, com expansão de 6,5%

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Os consumidores anteciparam as compras de Natal. Resultado: uma forte expansão do comércio varejista em novembro passado, quando as vendas cresceram 9,9% na comparação com igual período de 2006. Foi a maior alta para esse mês na Pesquisa Mensal de Comércio do IBGE, iniciada em 2001.
No acumulado de janeiro a novembro de 2007, o incremento chegou a 9,7%, ritmo que, se confirmado com os dados de dezembro, será o melhor da história recente do setor. A expectativa é que supere o desempenho de 2004, quando a expansão foi de 9,3%. Em 2006, o comércio cresceu 6,2%.
De outubro a novembro, as vendas subiram 1,6% na série livre de influências sazonais (típicas de cada período).
Segundo o IBGE, o crédito farto e com prazos cada vez mais longos (o que resulta num valor menor da prestação) foi o principal propulsor do comércio em 2007. O câmbio favorável às importações representou a segunda mais importante fonte de estímulo para as vendas, avalia o instituto.
"O crédito com prazos maiores e juros mais baixos, o crescimento da massa salarial e a expectativa de manutenção do emprego num cenário de estabilidade da economia foram essenciais para o bom desempenho do comércio varejista", afirmou Nilo Lopes da Macedo, economista da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE.
Segundo ele, o resultado de novembro foi alavancado ainda pelo pagamento antecipado da primeira parcela do 13º salário dos aposentados do INSS, realizado em setembro, e pelo desejo dos consumidores de adiantar as compras de final de ano.

Setores
Entre os ramos de maior peso, o melhor desempenho ficou com móveis e eletrodomésticos -alta de 16% no ano, 15,5% ante novembro de 2006 e 1,4% na comparação com outubro.
As vendas de vestuário e calçados subiram 10,8% no acumulado do ano e 12,4% em relação a novembro de 2006. Em relação a outubro, alta de 1,6%, a maior de todos os setores.
Já o ramo de híper e supermercados e demais lojas de alimentos não cresceu tanto, pois depende mais da evolução da renda, cuja expansão foi menor do que a do crédito. A alta foi de 6,5% no acumulado do ano. Em novembro, o incremento ficou em 6,4% ante igual mês de 2006 e em 0,8% ante outubro.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio) estima expansão de 9,5% para as vendas do varejo em 2007, já considerando uma freada em dezembro, diz Carlos Thadeu de Freitas, economista da entidade.
Para 2008, a CNC prevê que as vendas devem subir 6,5%.


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