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Mercado Aberto
MARIA CRISTINA FRIAS - cristina.frias@uol.com.br
Azul quer ampliar mercado no interior de SP
Pouco mais de um ano após
iniciar operações, com voos de
Campinas a Porto Alegre e a
Salvador, a Azul Linhas Aéreas
parece ter decolado.
A empresa hoje conecta 16 cidades, alcançou 4,75% de participação de mercado, superou
os 2 milhões de passageiros e lidera rankings da Anac de pontualidade e regularidade. Avançou num ano que começou retraído pela crise. Sobreviveu à
guerra de preços entre as duas
líderes do setor, TAM e Gol, por
participação de mercado.
Os preços das passagens dispararam no fim de 2009 no país
e devem continuar a subir neste ano, mas Pedro Janot, presidente da empresa, diz que manterá a política de tarifa menor
para seguir na estratégia de ampliar o mercado consumidor do
interior de São Paulo, em vez de
só disputar com as grandes pelo
o que ele chama de "12 milhões
de CPFs", dos passageiros executivos que voam na semana.
"Quero oferecer uma malha
alternativa, com rotas que são
menos atraentes. Eu posso fazer isso, ao contrário das concorrentes. Com aviões menores, consigo rentabilizar um
voo com 60 passageiros."
Mas a empresa também está
de olho em Congonhas e vai começar a concorrer à redistribuição de slots (permissões de
pousos e decolagens) do aeroporto. Enquanto não atinge os
requisitos para operar por lá,
Janot diz que a empresa foi ao
estacionamento de Congonhas
olhar as placas dos carros para
decidir em quais cidades iria
veicular sua campanha publicitária. "Essa população do interior de SP está carente de viajar
de avião de modo prático."
A campanha não foi veiculada na cidade de São Paulo, só no
interior do Estado, pois a Azul
não tem ainda, segundo Janot,
o "investimento cavalar" para
isso. Janot evita citar os números. A empresa não revela informações do balanço. O faturamento e os investimentos parecem estar escondidos numa
caixa-preta, e Janot nega os rumores de que a Azul esteja sendo vendida. "A empresa está na
mão e estamos gostando dela."
As passagens eram
muito altas no Brasil.
Ficaram muito baratas
no meio de 2009 e estão
num patamar abaixo do
nível em que sempre
andaram. O preço está
buscando um novo
equilíbrio
A depressão de preços
foi causada pela crise,
pelo combate à entrada
da Azul e pela disputa
entre TAM e Gol por
participação de
mercado. Hoje há uma
nova acomodação de
preços, mas a Azul não
largou sua política de
tarifa reduzida para
compras antecipadas
TERMÔMETRO
Estão em atividade atualmente um pouco mais de
1.200 operadoras de planos
de saúde no mercado, de
acordo com levantamento
do Iess (Instituto de Estudos de Saúde Suplementar).
Mais de 90% estão ativas e
possuem beneficiários. Há
dez anos, a proporção era de
apenas 55%.
CADEIRAS
Pedro Afonso Gomes e
Gilson de Lima Garófalo foram eleitos, respectivamente, para ocupar a presidência
e a vice-presidência do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia de São Paulo) para a gestão de 2010.
NA PONTA DO LÁPIS
Se cada um dos 190 milhões de brasileiros tivesse de colaborar um pouco
para ajudar a pagar a dívida pública do país, seria
necessário desembolsar
hoje R$ 10.500.
Os cálculos foram feitos
pela Fecomercio SP para
chamar a atenção para o
tamanho da dívida que o
governo possui atualmente, perto dos R$ 2 trilhões. "Ou seja, cada bebê
que nascer a partir de
2010 já nasce devendo essa quantia", afirma Fabio
Pina, assessor econômico
da federação.
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PILHA DE LIVROS
Na lista de livros que o presidente do BNDES pretende
ler durante as férias estão: 1) "Keynes - The Return of the
Master", de Robert Skidelsky; 2) "Memoirs", de Paul Samuelson; 3) "Churchill Desmascarado", de Nigel Knight;
4) "Night Train to Lisbon", de Pascal Mercier; 5) "Estrela
Distante", de Roberto Bolaño; e 6) "O Seminarista", de
Rubem Fonseca.
Cresce busca por avaliação de risco
A crise financeira internacional não afetou as agências
de classificação de risco. Pelo
contrário, elas viram aumentar as solicitações de avaliação de "ratings" de crédito.
Durante todo o ano passado, a solicitação por "rating"
cresceu, principalmente a
partir do segundo semestre,
segundo Guilherme Noschese, diretor sênior da área comercial da Fitch Ratings.
"À medida que a confiança
foi se restabelecendo, houve
retomada dos pedidos de
emissão de "rating", e agora
estamos no ápice da demanda." Noschese, porém, observa que houve alteração do
produto solicitado. "Se antes
a empresa emitia os papéis
em um prazo de cinco anos,
passou a emitir num prazo
menor." Isso aconteceu em
reflexo da menor confiança
do investidor, devido à crise.
Mas essa não é uma alternativa sustentada ao longo
do tempo. "A tendência é que
os prazos comecem a se dilatar, mas de forma racional",
diz Noschese. Com o tempo,
os investidores passam a
buscar papéis com mais riscos, de retornos maiores.
Já a Standard & Poor's verificou crescimento de 30% a
40% ao ano desde 2007 para
analisar a empresa que está
em questão para os investidores. "A crise trouxe maior
procura por informações financeiras, com ética, qualidade e independência", diz
Regina Nunes, presidente da
S&P no Brasil.
Há momentos em que não
existe emissão, mas, quando
volta, a corda vai mais rápido, diz Nunes. "Exemplo, entre setembro e novembro de
2009, tivemos crescimento
de 50%, comparado à mesma
época de 2007, em "ratings"
de emissões, de linhas de crédito e investimento", afirma
Nunes, que diz não ser possível fazer a comparação com
2008 devido à crise desencadeada com a quebra do Lehman Brothers.
A Austin Rating registrou
procura maior por análise de
operações estruturadas, como debêntures, por conta da
dificuldade que algumas empresas tiveram em buscar
crédito em bancos.
Segundo Luis Miguel Santacreu, analista da Austin,
também cresceu a demanda
por análise de empresas em
recuperação judicial.
com JOANA CUNHA, ALESSANDRA KIANEK e CLAUDIA ROLLI
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