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FINANÇAS
Das oito primeiras empresas do ranking, cinco são do setor financeiro
Setor de capitalização cresce 16%
DA REPORTAGEM LOCAL
O mercado de títulos de capitalização registrou no ano passado
crescimento de 16%. O faturamento do segmento chegou a R$ 6
bilhões, contra os R$ 5,2 bilhões
acumulados em 2002.
No mês de dezembro, o faturamento foi de R$ 608,5 milhões, o
melhor resultado mensal em
2003, segundo dados divulgados
ontem pela Fenaseg (Federação
Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização).
As reservas do setor, compostas
pelo valor capitalizado e mais o
que é atualizado pela correção
monetária, subiram 14% -fecharam 2003 em R$ 8,2 bilhões.
Das oito primeiras empresas do
ranking de vendas de planos de
capitalização, cinco são do sistema financeiro. Em primeiro lugar
ficou a Brasilcap (subsidiária do
Banco do Brasil), seguida por Bradesco, Itaú, Banco Icatu e CEF
(Caixa Econômica Federal).
No ranking nacional do setor,
São Paulo encerrou 2003 na primeira colocação, com R$ 2,3 bilhões de faturamento e 38,5% de
participação no segmento. O Rio
está na segunda posição com
11,8% de presença e R$ 715,6 milhões de receita. Minas Gerais
ocupa o terceiro lugar com R$ 502
milhões -8,3% do mercado.
Rita Batista, da comissão de capitalização da Fenaseg, afirma
que três fatores sustentaram a expansão: o aumento da transparência e rigor na fiscalização do
setor, os investimentos das empresas na ampliação dos produtos
e de canais de distribuição, para
além do interesse da população,
que ainda associa título de capitalização a loteria.
"O sorteio não é a finalidade do
título de capitalização. O sorteio é
um atrativo. Capitalização é uma
forma de acumular capital de maneira programada, não é investimento ou loteria. Se, ao final do
plano, o comprador não foi sorteado, ele formou um capital."
Tampouco a capitalização pode
ser confundida com poupança.
Tome-se um exemplo de uma
pessoa que aplicou R$ 100 em
poupança por 12 meses, em janeiro de 2003, e outra que comprou
título de capitalização com igual
prazo de carência. No caso da
poupança, ao final dos 12 meses, o
poupador terá o montante inicial,
acrescentado de juros de meio
ponto percentual ao mês, mais
variação da TR (Taxa de Referência). Em janeiro passado, um resgate significaria cerca de R$ 109.
No caso dos títulos de capitalização, o rendimento não é sobre o
capital original (os supostos R$
100). Isso porque as administradoras dividem o valor em três
partes. A primeira, que corresponderia a 94% do total, vai para
o fundo de reserva. Os demais 6%
são usados para sorteios e cobertura das despesas administrativas. As empresas aplicam o capital do comprador no mercado financeiro e ganham no "spread".
Ou seja, o pagamento de juros e
correção não ocorre sobre os R$
100 originais, mas sobre o valor
que vai para o fundo de reserva.
No final de 12 meses, o comprador do título teria R$ 103 para resgatar.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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