São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

FINANÇAS

Das oito primeiras empresas do ranking, cinco são do setor financeiro

Setor de capitalização cresce 16%

DA REPORTAGEM LOCAL

O mercado de títulos de capitalização registrou no ano passado crescimento de 16%. O faturamento do segmento chegou a R$ 6 bilhões, contra os R$ 5,2 bilhões acumulados em 2002.
No mês de dezembro, o faturamento foi de R$ 608,5 milhões, o melhor resultado mensal em 2003, segundo dados divulgados ontem pela Fenaseg (Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização).
As reservas do setor, compostas pelo valor capitalizado e mais o que é atualizado pela correção monetária, subiram 14% -fecharam 2003 em R$ 8,2 bilhões.
Das oito primeiras empresas do ranking de vendas de planos de capitalização, cinco são do sistema financeiro. Em primeiro lugar ficou a Brasilcap (subsidiária do Banco do Brasil), seguida por Bradesco, Itaú, Banco Icatu e CEF (Caixa Econômica Federal).
No ranking nacional do setor, São Paulo encerrou 2003 na primeira colocação, com R$ 2,3 bilhões de faturamento e 38,5% de participação no segmento. O Rio está na segunda posição com 11,8% de presença e R$ 715,6 milhões de receita. Minas Gerais ocupa o terceiro lugar com R$ 502 milhões -8,3% do mercado.
Rita Batista, da comissão de capitalização da Fenaseg, afirma que três fatores sustentaram a expansão: o aumento da transparência e rigor na fiscalização do setor, os investimentos das empresas na ampliação dos produtos e de canais de distribuição, para além do interesse da população, que ainda associa título de capitalização a loteria.
"O sorteio não é a finalidade do título de capitalização. O sorteio é um atrativo. Capitalização é uma forma de acumular capital de maneira programada, não é investimento ou loteria. Se, ao final do plano, o comprador não foi sorteado, ele formou um capital."
Tampouco a capitalização pode ser confundida com poupança. Tome-se um exemplo de uma pessoa que aplicou R$ 100 em poupança por 12 meses, em janeiro de 2003, e outra que comprou título de capitalização com igual prazo de carência. No caso da poupança, ao final dos 12 meses, o poupador terá o montante inicial, acrescentado de juros de meio ponto percentual ao mês, mais variação da TR (Taxa de Referência). Em janeiro passado, um resgate significaria cerca de R$ 109.
No caso dos títulos de capitalização, o rendimento não é sobre o capital original (os supostos R$ 100). Isso porque as administradoras dividem o valor em três partes. A primeira, que corresponderia a 94% do total, vai para o fundo de reserva. Os demais 6% são usados para sorteios e cobertura das despesas administrativas. As empresas aplicam o capital do comprador no mercado financeiro e ganham no "spread".
Ou seja, o pagamento de juros e correção não ocorre sobre os R$ 100 originais, mas sobre o valor que vai para o fundo de reserva. No final de 12 meses, o comprador do título teria R$ 103 para resgatar. (JOSÉ ALAN DIAS)


Texto Anterior: Frase
Próximo Texto: Vizinho em crise: Governo não encobrirá erros, diz Lavagna
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.