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MERCADO FINANCEIRO
Desdobramento de denúncias contra ex-assessor e votação de modelo energético preocupam
Medo de CPI e votação fazem Bovespa cair
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bovespa contabilizou ontem
a terceira baixa seguida. O Ibovespa, que mede a variação das principais ações, fechou em baixa de
1,51%, em 22.188 pontos e volume
negociado de R$ 1,603 bilhão. No
mês, no entanto, a Bolsa ainda segue positiva em 1,54%. No ano, há
ligeira baixa, de 0,2%.
O desempenho da Bolsa foi determinado pelo vencimento de
opções, por um feriado nos EUA
(que deixa os investidores locais
sem referências), mas principalmente pela expectativa sobre os
desdobramentos das denúncias
de corrupção contra Waldomiro
Diniz, ex-assessor do governo.
Um dos temores entre os analistas
é sobre a possível instalação de
uma CPI (Comissão Parlamentar
de Inquérito). ""Como ninguém
sabe até onde esse caso pode evoluir, não há como o mercado passar imune", diz Michel Campanella, da corretora Socopa.
Não bastasse isso, os investidores temem que a crise política
provoque o adiamento da votação do novo modelo do setor elétrico no Congresso, prevista para
hoje. Resultado: os papéis de empresas de energia estiveram entre
as maiores baixas do pregão, com
Eletrobrás (-4,1%), Copel e Cemig
(-3,7%). Os destaques positivos
foram CSN ON (3,8%) e Tele Leste Celular PN (2,7%).
Parte das atenções deve ser desviada a partir de hoje para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). Para a
maioria dos analistas, o BC manterá inalterada a taxa básica de juros (Selic). Neste caso, o mais importante será a divulgação da ata
da reunião, na próxima semana,
que deverá apresentar alguma indicação do comportamento do
BC a partir de março.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as projeções apontam para
que, a partir de março, sejam retomados os cortes dos juros. O
certificado de depósito de março
fechou em 16,16% ao ano, contra
16,17% registrado na sexta-feira.
Com baixo volume de negócios,
o mercado de câmbio teve jornada tranqüila. A moeda norte-americana registrou leve alta de
0,10%, cotada a R$ 2,909.
Mais uma vez, o Banco Central
permaneceu fora do mercado de
câmbio -em janeiro, por conta
do enorme fluxo de capitais, o BC
realizou duas dezenas de leilões
de compra da moeda americana,
que serviram para manter um piso para a moeda (R$ 2,90) e, ao
mesmo tempo, reforçar as reservas cambiais.
(JOSÉ ALAN DIAS)
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