São Paulo, terça-feira, 17 de fevereiro de 2004

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MERCADO FINANCEIRO

Desdobramento de denúncias contra ex-assessor e votação de modelo energético preocupam

Medo de CPI e votação fazem Bovespa cair

DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa contabilizou ontem a terceira baixa seguida. O Ibovespa, que mede a variação das principais ações, fechou em baixa de 1,51%, em 22.188 pontos e volume negociado de R$ 1,603 bilhão. No mês, no entanto, a Bolsa ainda segue positiva em 1,54%. No ano, há ligeira baixa, de 0,2%.
O desempenho da Bolsa foi determinado pelo vencimento de opções, por um feriado nos EUA (que deixa os investidores locais sem referências), mas principalmente pela expectativa sobre os desdobramentos das denúncias de corrupção contra Waldomiro Diniz, ex-assessor do governo. Um dos temores entre os analistas é sobre a possível instalação de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito). ""Como ninguém sabe até onde esse caso pode evoluir, não há como o mercado passar imune", diz Michel Campanella, da corretora Socopa.
Não bastasse isso, os investidores temem que a crise política provoque o adiamento da votação do novo modelo do setor elétrico no Congresso, prevista para hoje. Resultado: os papéis de empresas de energia estiveram entre as maiores baixas do pregão, com Eletrobrás (-4,1%), Copel e Cemig (-3,7%). Os destaques positivos foram CSN ON (3,8%) e Tele Leste Celular PN (2,7%).
Parte das atenções deve ser desviada a partir de hoje para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). Para a maioria dos analistas, o BC manterá inalterada a taxa básica de juros (Selic). Neste caso, o mais importante será a divulgação da ata da reunião, na próxima semana, que deverá apresentar alguma indicação do comportamento do BC a partir de março.
Na Bolsa de Mercadorias & Futuros, as projeções apontam para que, a partir de março, sejam retomados os cortes dos juros. O certificado de depósito de março fechou em 16,16% ao ano, contra 16,17% registrado na sexta-feira.
Com baixo volume de negócios, o mercado de câmbio teve jornada tranqüila. A moeda norte-americana registrou leve alta de 0,10%, cotada a R$ 2,909.
Mais uma vez, o Banco Central permaneceu fora do mercado de câmbio -em janeiro, por conta do enorme fluxo de capitais, o BC realizou duas dezenas de leilões de compra da moeda americana, que serviram para manter um piso para a moeda (R$ 2,90) e, ao mesmo tempo, reforçar as reservas cambiais. (JOSÉ ALAN DIAS)


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