São Paulo, domingo, 17 de fevereiro de 2008

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Jornada de trabalho cai 1 hora desde 2003

Especialistas creditam redução à expansão do número de vagas geradas, da renda e da formalização e a um maior rigor na fiscalização

Em 2007, jornada média era de 40,4 horas semanais, ante 41,3 horas quatro anos antes; formais trabalham mais que os sem-carteira

PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO

Os brasileiros das principais metrópoles do país ganharam quase uma hora semanal nos últimos quatro anos para se dedicarem ao lazer, ao cuidado da casa e dos filhos ou ao estudo, entre outras atividades. É que o número total de horas trabalhadas semanais está em declínio: passou de 41,3 horas, em 2003, para 40,4 horas semanais, na média, de 2007. A diferença (0,9 hora) corresponde a uma redução de 54 minutos.
Em 2006, a jornada média era de 40,5 horas por semana, segundo dados da Pesquisa Mensal de Emprego, do IBGE, obtidos pela Folha. De 2006 para 2007, a queda sofreu uma freada e representou apenas seis minutos.
Especialistas apontam vários motivos para a redução das horas trabalhadas: expansão do número de vagas geradas, da renda e da formalização e mais rigor na fiscalização.
Segundo Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa do IBGE, a fiscalização evoluiu nos últimos anos, reprimindo abusos de empregadores.
Ele diz que o aumento da formalização também ajudou. É que os trabalhadores com carteira estão sujeitos às regras e têm uma jornada mais regular do que os informais.
Os trabalhadores com carteira ainda trabalham mais horas que os informais. A jornada daquele contingente baixou de 43,6 horas semanais em 2003 para 43,2 horas em 2007 -era de 43,3 horas em 2006. A dos sem-carteira cedeu de 41,4 horas semanais em 2003 para 40,8 em 2007. Em 2006, o grupo trabalhava 41,1 horas.
Azeredo Pereira diz que, entre os sem-carteira, há perfis muito distintos de trabalhadores, inclusive aqueles que têm apenas uma jornada parcial, por poucas horas, e são contratados por empreitadas. Por isso, sua jornada média é menor.
O gerente do IBGE acredita que os com carga horária maior (e que precisam trabalhar por uma jornada completa) migraram para empregos formais, cuja oferta cresceu nos últimos anos.


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