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Jornada de trabalho cai 1 hora desde 2003
Especialistas creditam redução à expansão do número de vagas geradas, da renda e da formalização e a um maior rigor na fiscalização
Em 2007, jornada média era de 40,4 horas semanais,
ante 41,3 horas quatro anos
antes; formais trabalham
mais que os sem-carteira
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Os brasileiros das principais
metrópoles do país ganharam
quase uma hora semanal nos
últimos quatro anos para se dedicarem ao lazer, ao cuidado da
casa e dos filhos ou ao estudo,
entre outras atividades. É que o
número total de horas trabalhadas semanais está em declínio: passou de 41,3 horas, em
2003, para 40,4 horas semanais, na média, de 2007. A diferença (0,9 hora) corresponde a
uma redução de 54 minutos.
Em 2006, a jornada média
era de 40,5 horas por semana,
segundo dados da Pesquisa
Mensal de Emprego, do IBGE,
obtidos pela Folha. De 2006
para 2007, a queda sofreu uma
freada e representou apenas
seis minutos.
Especialistas apontam vários
motivos para a redução das horas trabalhadas: expansão do
número de vagas geradas, da
renda e da formalização e mais
rigor na fiscalização.
Segundo Cimar Azeredo Pereira, gerente da pesquisa do
IBGE, a fiscalização evoluiu
nos últimos anos, reprimindo
abusos de empregadores.
Ele diz que o aumento da formalização também ajudou. É
que os trabalhadores com carteira estão sujeitos às regras e
têm uma jornada mais regular
do que os informais.
Os trabalhadores com carteira ainda trabalham mais horas
que os informais. A jornada daquele contingente baixou de
43,6 horas semanais em 2003
para 43,2 horas em 2007 -era
de 43,3 horas em 2006. A dos
sem-carteira cedeu de 41,4 horas semanais em 2003 para
40,8 em 2007. Em 2006, o grupo trabalhava 41,1 horas.
Azeredo Pereira diz que, entre os sem-carteira, há perfis
muito distintos de trabalhadores, inclusive aqueles que têm
apenas uma jornada parcial,
por poucas horas, e são contratados por empreitadas. Por isso, sua jornada média é menor.
O gerente do IBGE acredita
que os com carga horária maior
(e que precisam trabalhar por
uma jornada completa) migraram para empregos formais,
cuja oferta cresceu nos últimos
anos.
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