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Serra eleva mínimo estadual para R$ 505
Proposta, que ainda irá à Assembleia Legislativa, representa aumento de 12,2%, contra 12,05% da alta do mínimo federal
Segundo governo paulista, novos pisos estaduais atingirão cerca de 1 milhão de pessoas; contribuições a INSS e FGTS vão aumentar
NATÁLIA PAIVA
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O governo paulista anunciou
ontem os três novos mínimos
regionais, que estabelecem os
salários mais baixos pagos pelo
setor privado para categorias
não assistidas por sindicatos no
Estado. Pela proposta que o governador José Serra (PSDB)
encaminhou ontem à Assembleia Legislativa, a primeira faixa deve ter aumento superior
ao acréscimo de 12,05% do salário mínimo federal -que neste mês foi de R$ 415 a R$ 465.
Para a primeira faixa, que inclui trabalhadores rurais, domésticos, serventes e motoboys, o aumento será de
12,22%, para R$ 505. Para a segunda (vendedores, garçons e
secretários, entre outros), o aumento será de 11,58%, e o piso
chega a R$ 530. Para a maior
faixa, que inclui representantes
comerciais, o aumento será de
7,92%, para R$ 545. Se aprovados pela Assembleia em março,
como é a expectativa do governo, valerão a partir de abril.
Os reajustes foram definidos
de forma semelhante ao que é
feito com o salário mínimo. Todas as faixas receberam o repasse da inflação, medida pelo
INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) de 2008, e
parte da variação do PIB (Produto Interno Bruto) de 2007.
Na primeira faixa, a variação do
PIB foi repassada de forma integral; na segunda, foram repassados 2/3 da variação e, na
terceira, 1/3.
De acordo com o secretário
do Emprego e Relações do Trabalho, Guilherme Afif, as categorias da primeira faixa salarial
são as menos protegidas por
acordos coletivos de salário
-daí o aumento maior para essa faixa. Para o governador José
Serra, os números aos quais o
governo chegou devem garantir ganho salarial sem acarretar
desemprego ou informalidade,
apesar da atual instabilidade no
mercado de trabalho.
"No momento de crise, temos de atuar com responsabilidade, mas mesmo assim defender a renda daqueles setores
que não têm condição de proteção", disse. "Parece-me que são
aumentos responsáveis que podem ser absorvidos pela economia paulista, defendendo a renda sem causar nenhum desemprego", completou.
Para a presidente da Associação dos Advogados Trabalhistas de São Paulo, Ana Amélia
Mascarenhas, a medida encarece as relações de trabalho e
deve dificultar possíveis contratações. "Não sei se era o momento para fazer isso [conceder aumento]. Fico imaginando que o estímulo às contratações seria mais importante. Peso grande da folha de pagamento são os tributos", afirma.
Maiores tributos
A elevação do piso mínimo
regional paulista vai mudar as
contribuições referentes a
INSS e FGTS (ver quadro). No
caso de empregos domésticos, a
contribuição previdenciária
dos empregados vai de R$ 36
para R$ 40,40, e a dos empregadores, de R$ 54 para R$ 60,60.
Não terão aumento os aposentados e pensionistas da Previdência que morem no Estado
de São Paulo e recebam menos
de R$ 505. É que os valores pagos pela Previdência seguem a
legislação federal. Trabalhadores por conta própria e outros
que optarem por recolher a
contribuição previdenciária de
11% sobre o salário mínimo federal também não terão de pagar a mais ao INSS.
Enquanto o reajuste regional
não for aprovado, como a menor faixa do piso paulista já foi
superada pelo novo mínimo federal, vale o piso nacional,
maior. Segundo o secretário do
Emprego, Guilherme Afif, 1 milhão devem ser beneficiados.
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