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Setores veem expansão de 2 dígitos com Copa do Mundo
Fabricantes de cerveja, televisão e artigos esportivos reforçam produção e propaganda
Setor de publicidade prevê crescimento entre 10% e 12% em relação a 2009; empresas lançam produtos específicos para evento
DENISE MENCHEN
DA SUCURSAL DO RIO
Enquanto o mercado projeta
avanço de cerca de 5% para a
economia neste ano, alguns setores preveem taxas de até dois
dígitos por causa da Copa. Meses antes do início do torneio,
em junho, diversas empresas
investem no incremento da
produção, no lançamento de
produtos e na criação de campanhas especiais. Os objetivos
são comuns -aumentar as vendas e fortalecer as marcas.
"Eventos dessa natureza acabam criando um pacote de consumo em torno de si", diz o professor da FGV Management
Robson Gonçalves. Os principais beneficiados são os fabricantes de cerveja, televisores e
material esportivo.
O Sindicerv, que reúne a indústria de cerveja, projeta crescimento acima de 10% sobre
2009. No fim do ano passado, a
AmBev, que tem quase 70% do
mercado nacional, anunciou
investimentos de R$ 1,5 bilhão
para ampliar entre 5% e 10% a
capacidade de produção em 13
Estados. Um dos motivos é a
boa expectativa com a Copa.
A Brahma, uma das principais marcas da empresa, pela
primeira vez patrocina não só a
seleção brasileira mas também
a competição. Desde o fim do
ano passado, veicula anúncios
cobrando o "espírito guerreiro"
da equipe. Também "vestiu" todos os seus produtos com embalagens alusivas ao torneio.
"Até agosto, não falamos de
outra coisa, só de Copa do
Mundo", diz o diretor de marketing Marcel Marcondes. A
estratégia prevê até filmes específicos para o caso de fracasso da seleção na África.
O setor de televisores também se estrutura para a competição. O lançamento de modelos, que normalmente ocorre
em abril ou maio, está sendo
antecipado. Segundo o diretor
da Samsung Marcio Portella
Daniel, pesquisas apontam
avanço de 40% do mercado como um todo. "Como queremos
ampliar nossa liderança, prevemos crescer ainda mais", diz.
O vice-presidente de marketing da Semp Toshiba, Caio Ortiz, diz que, neste ano, é esperado um fenômeno parecido ao
de 1974, quando a Copa incentivou a troca dos televisores em
preto e branco pelos coloridos.
Desta vez, a mudança será dos
aparelhos de tubo para os de tela fina. De olho nesse cenário, a
empresa ampliou as linhas de
produção dos aparelhos LCD.
Na Panasonic, a expectativa é
que, pela primeira vez, as vendas de tela fina superem as de
tubo. "Estamos constatando no
campo que as pessoas estão se
preparando para um troca de
TV", diz Daniel Kawano, analista de produto da empresa.
"Em 2006, o preço era bastante
alto, ultrapassando a casa dos
R$ 10 mil, mas hoje estão muito
atraente e com funções mais
avançadas que naquela época."
Como reflexo do maior tempo que o brasileiro passará na
frente da TV -e também de outros veículos de comunicação
-, o otimismo é grande no setor de publicidade. "Este vai ser
o ano em que o mercado vai voltar a crescer a dois dígitos",
afirma Luiz Lara, presidente da
Associação Brasileira de Agências de Publicidade, que aposta
em expansão entre 10% e 12%.
Segundo ele, a competição
fará com que as empresas voltem a investir em peças institucionais. "Em 2009, tivemos
uma pegada mais de varejo. Como foi um ano duro, as marcas
adotaram um tom promocional
para alavancar as vendas."
Nike e Adidas também se dizem otimistas. Com a Copa, o
uniforme da seleção, uma das
nove vestidas pela Nike, assume a liderança de vendas na linha de produtos para o futebol.
A Adidas, com a bola oficial do
torneio e 12 seleções, também
vê seu apelo. "É um grande momento para a marca e para os
negócios", diz Paulo Ziliotto,
porta-voz da empresa.
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