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EUROLÂNDIA
Avaliação é da Comissão Européia
Alemanha e França devem cortar gastos
das agências internacionais
Alemanha e França vêm adotando somente medidas mínimas para cortar os gastos públicos, avalia
a Comissão Européia. O aumento
dos déficits orçamentários pode
atingir a economia e levar a uma
alta dos juros na região, alertou
ontem o braço executivo da União
Européia.
Os Orçamentos dos dois maiores
países que adotaram o euro, a
moeda única, desde 1º de janeiro,
não têm margens de segurança no
caso de o crescimento da economia enfraquecer e de ocorrer uma
queda na receita, afirmou a Comissão Européia.
A mesma crítica foi feita no mês
passado à Itália, a terceira maior
economia da zona do euro, em virtude do persistente déficit do país.
A estimativa alemã de chegar a
um déficit de 1% do PIB (Produto
Interno Bruto) em 2002 é considerado um objetivo modesto pela
Comissão Européia.
"Metas mais ambiciosas tornariam mais fácil o enfrentamento de
eventos inesperados", afirmou
Yves-Thibault de Silguy, comissário para assuntos econômicos.
A declaração foi feita uma semana depois de o ministro das Finanças alemão, Oskar Lafontaine, avisar que os gastos públicos terão de
aumentar, a menos que o Banco
Central Europeu, responsável pela
política monetária da chamada
"eurolândia", estimule a economia
da região reduzindo os juros.
Vários analistas esperam que o
BCE reduza os juros nos 11 países
que adotaram o euro. A taxa está
fixada hoje em 3% ao ano. A maioria dos especialistas prevê que a redução ocorrerá no final de junho.
Lafontaine, que teme uma "deterioração" da economia européia,
diz que uma queda do crescimento, mesmo temporária, prejudicaria a tendência de recuo do desemprego. O percentual de desempregados chega a 10,8% da população
economicamente ativa dos 11 países, mais que o dobro do índice nos
Estados Unidos.
De Silguy rejeita, porém, a expectativa pessimista a respeito da economia européia, afirmando que a
queda no crescimento será menor
do que muitos analistas esperam.
A economia será estimulada pelo
consumo interno, que servirá para
minimizar o efeito da queda das
exportações, diz o comissário.
Uma redução na estimativa de
crescimento de 2,6% na economia
dos 11 países da zona do euro "provavelmente será menor do que o
que já foi antecipado".
De Silguy afirmou também que
não está preocupado com a queda
de 4% do euro em relação ao dólar
acumulada desde a estréia da moeda européia. O comissário atribuiu
o fortalecimento do dólar às estimativas de crescimento da economia dos EUA.
A Comissão Européia também
solicitou à França que assuma "estrito controle dos gastos do governo". A França estima um déficit de
0,8% a 1,2% do PIB em 2002.
De Silguy disse que a França pode estabelecer metas mais ambiciosas. Apesar do comentário, o
comissário elogiou o país, dizendo
que seus "fundamentos econômicos são excelentes".
A Comissão Européia elogiou a
Espanha, que prevê como meta um
superávit de 0,1% do PIB em 2002.
De Silguy disse que a meta é "boa,
ambiciosa, mas crível". Ele somente considerou "um pouco otimista
demais" a previsão da Espanha de
obter um crescimento de 3,2% este
ano.
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