Depois do milagre econômico, nos anos 70 e 80, a construção civil vive hoje a sua melhor fase da história no Brasil. As perspectivas também são otimistas. A turbulência nos EUA parece não ter afetado o ânimo dos empresários do setor.
É o que se constata com a 30ª Sondagem Nacional da Indústria da Construção Civil, de fevereiro, uma pesquisa trimestral realizada pelo Sinduscon SP e pela FGV Projetos. A amostra foi feita com 196 construtoras de todo o país.
Segundo a sondagem, o desempenho das empresas do setor atingiu, em fevereiro, a marca de 48,2 pontos no país, o melhor indicador desde agosto de 1999, quando a pesquisa passou a ser realizada nacionalmente. Esse resultado representa uma alta de 3,8% em relação a novembro de 2006, e de 11% na comparação anual.
As previsões para o futuro são bastante animadoras. De acordo com a sondagem, as perspectivas de desempenho atingiram 54,5 pontos, pela primeira vez, superando a marca dos 50 pontos, que é considerado um número de referência. Acima de 50 pontos, significa desempenho favorável.
O presidente do Sinduscon SP, João Robusti, diz que esse desempenho favorável da construção civil se deve principalmente ao crescimento vertiginoso do mercado imobiliário. Os investimentos nessa área praticamente dobraram de 2005 para 2006.
Se forem considerados os recursos da caderneta de poupança e do fundo de garantia e mais a abertura de capital em Bolsa das incorporadoras, os investimentos no mercado imobiliário somaram, no ano passado, cerca de R$ 26 bilhões. Em 2005, o total foi de R$ 12 bilhões. A perspectiva é de aumento neste ano.
Robusti também atribui essa melhora do desempenho da construção civil ao fato de que o governo Lula tem dedicado uma atenção especial ao setor. No último ano, o governo adotou uma série de medidas de incentivo à construção, além do próprio PAC, que vai nessa mesma direção.
A sondagem, no entanto, não captou a turbulência provocada no mercado global após a queda da Bolsa de Xangai e os problemas no mercado imobiliário americano.
Robusti acha, no entanto, que, pelo menos por enquanto, o setor não deve ter se contagiado com essa movimentação. "O país está suficientemente capitalizado para suportar essa turbulência", diz.

EXPANSÃO ESTÉTICA
A rede de clínicas de estética Onodera vai crescer cerca de 35% até o final de 2007. Quinze unidades serão abertas. A rede pretende ocupar todas as capitais do país. Neste ano, serão inauguradas novas unidades em Aracaju, Brasília e São Luis. Atualmente, a Onodera possui clínicas abertas no Rio, em São Paulo, Curitiba, João Pessoa e Manaus. Paralelamente a esta estratégia, a rede permanece com a expansão em pequenos municípios "operando com estrutura mais enxuta", segundo Lucy Onodera, diretora-executiva da Onodera. Ela afirma que agora está estudando as localidades com capacidade para receber mais de uma unidade. No Estado de São Paulo, há 39 unidades instaladas.

"TÊNIS-DRIVE"
A Adidas vai trazer ao Brasil, pela primeira vez, uma espécie de test-drive de tênis, o "Teste 28". A ação, que já acontece em alguns países, visa divulgar e testar os novos modelos da marca, o "adiStar" e o "Supernova" em São Paulo, Rio e Curitiba. Ao comprar o produto, cerca de 350 praticantes de corrida serão acompanhados semanalmente por uma equipe especializada, que analisará o desempenho dos calçados. A idéia, segundo Luciano Kleiman, diretor de marketing da Adidas no Brasil, é "experimentar os produtos da categoria de corrida, a que mais vai crescer na Adidas em 2007". O consumidor terá 28 dias para usá-los e, caso não aprove o produto, poderá devolvê-lo e receber o dinheiro de volta.

CONCRETA
Arnaldo Antunes vai cantar e declamar versos na nova campanha da rede de supermercados Pão de Açúcar, prevista para estrear na próxima semana. O cachê não foi divulgado, mas a campanha e as ações de publicidade para este ano somam R$ 80 milhões.

HABITAÇÃO
Até o último dia 12, a Caixa contratou um volume superior a R$ 2 bilhões em crédito habitacional. O desempenho supera em 9% o resultado do mesmo período de 2006 (R$ 1,96 bilhão). O destaque está nas contratações com recursos da poupança de R$ 750 milhões, que beneficiaram 11 mil famílias.

NO TIME
Guido Mantega almoçou ontem com Nelson Machado (Previdência). Ele fará parte da equipe econômica.

NA SURDINA
Antonio Palocci (PT-SP) foi um dos maiores defensores da emenda 3. Ele trabalhou muito para a aprovação da emenda, mas seu esforço foi em vão.

CONFIRMADO
Paulo Roberto Costa continua na Petrobras. Ele vai tocar o Comperj, o complexo petroquímico do Rio, que terá investimentos de US$ 8,5 bilhões.

DESENVOLVIMENTO
Mais de 40 presidentes de grandes empresas do país se reúnem, neste fim de semana, no Guarujá (SP). Eles discutirão o que precisa ser feito para colocar o Brasil na rota do desenvolvimento sustentável. O evento é organizado pela Fundação Dom Cabral. Entre os palestrantes, estão o presidente da CNI, Armando Monteiro, o ex-presidente do Chile Ricardo Lagos e o ex-ministro Roberto Rodrigues.

BRITÂNICOS
Marcelo Coimbra é o novo chairman da Britcham (Câmara Britânica de Comércio e Indústria no Brasil).