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GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
Contag decide deixar a CUT e permanecer independente
A Contag (Confederação Nacional dos Trabalhadores na
Agricultura), entidade que representa aproximadamente 22
milhões de trabalhadores rurais no país, aprovou sua desfiliação à CUT (Central Única
dos Trabalhadores) em congresso realizado em Brasília no
último sábado.
O desligamento da CUT foi
aprovado por 1.440 dos 2.559
sindicalistas que participaram
do encontro. Esses dirigentes
decidiram que a confederação
irá permanecer independente
-sem se filiar a outra central.
"A Contag é formada por 27
federações estaduais, que, por
sua vez, são ligadas a várias centrais, como a CTB [Central dos
Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil] e a CUT, por
exemplo. A decisão de deixar a
CUT e permanecer independente tem como objetivo aglutinar essas várias federações,
unir os trabalhadores e manter
a autonomia da Contag diante
das centrais sindicais", afirma
Wagner Gomes, presidente da
CTB -central sindical formada
por sindicatos dissidentes da
CUT e ligados ao PC do B.
A Contag, que reúne cerca de
4.000 sindicatos rurais, é a
maior entidade de trabalhadores do campo da América Latina. Estava filiada à CUT havia
14 anos, segundo informaram
dirigentes da confederação.
Durante o 10º congresso da
Contag, também foi eleita a nova diretoria da entidade. A chapa única, encabeçada por Alberto Broch, que ocupava o cargo de secretário de Relações Internacionais, foi eleita por 97%
dos dirigentes que participaram do encontro.
Broch é ligado à CTB e substitui o cutista Manoel dos Santos, ex-presidente da Contag,
que passa a ocupar o cargo de
tesoureiro.
Pela primeira vez na história
da confederação, uma mulher
-a agricultora familiar Alessandra Lunas- foi eleita para a
vice-presidência da entidade.
CASA NA GÔNDOLA
Carlos Trostli, novo presidente da Tenda -que assume
após a fusão que agregou Tenda e Fit em 2008-, quer tratar
a venda de imóveis de baixo padrão como se trata venda de
varejo. É que Trostli tem no currículo nomes como Procter&Gamble, Quaker/Brasil e outras. "Imóvel é o produto
mais desejado da baixa renda." Contra a crise, confia no déficit habitacional e no financiamento, mas admite que o desemprego pode postergar a compra da casa própria de muitas famílias. "Hoje o grande financiador é a Caixa, com 80%
do valor. Mas o governo ainda pode elevar o financiamento."
DANÇA DE CADEIRAS
Dennis Nally, 56, foi eleito o novo presidente-executivo da consultoria e auditoria PricewaterhouseCoopers. A partir do dia 1º de julho, Nally entra no lugar de
Sam DiPiazza, que está se
aposentando após 35 anos
na consultoria. Haverá um
período de transição do cargo até o fim do ano. De acordo com Nally, o principal
desafio de sua gestão será
ajudar os clientes a atravessar a recessão e a prepará-los para a recuperação. No
ano passado, a Price faturou
US$ 28,2 bilhões no mundo.
A consultoria opera em 153
países e emprega 155 mil
pessoas.
NA FEIRA
Andreas Gruchow, presidente da Deutsche Messe AG,
uma das maiores promotoras de feiras internacionais de
negócios, veio ao Brasil na última semana para reunião
com a representante das feiras de Hannover no país. Para
Gruchow, mesmo com redução de visitação, as feiras têm
gerado negócios. Em um evento recente em Hannover, o
número de visitantes ficou 20% abaixo do esperado.
Morgan Stanley prevê retração de 4,5% no país
A economia brasileira deverá sofrer retração de 4,5%
em 2009, segundo o Morgan
Stanley. Se as previsões se
confirmarem, será a maior
queda no PIB dos últimos 25
anos, pelo menos. Já a região
latino-americana deverá ver
suas riquezas encolherem
4%. O motivo, aponta o banco, é que os governos brasileiro e mexicano têm pouco
espaço para aumentar gastos. As informações são da
Bloomberg.
Na projeção anterior, o
banco previa redução do PIB
regional de 0,5%. "É difícil
avaliar a magnitude ou a duração do atual desaquecimento na América Latina",
escreveram economistas que
acompanham a região. "Com
outros emergentes, [a região] tem espaço limitado
para políticas anticíclicas."
Além disso, a crise tem sufocado a demanda pelos produtos latinos de exportação e
reduzido o preço das commodities. A região, acredita o
Morgan Stanley, só vai se recuperar quando a economia
mundial voltar a crescer.
POVÃO
O espanhol Luis Cantarell,
vice-presidente responsável
pela Zona Américas da Nestlé (que inclui Estados Unidos, Canadá, Caribe e América Latina), fará sua primeira
visita ao Brasil na próxima
semana. Na agenda estão visitas a lojas de consumo popular. Os lugares estão sendo
mantidos em sigilo, por
questões de segurança.
EXPLOSÃO
A Texaco vai pagar R$ 4
milhões como indenização a
dois trabalhadores, vítimas
da explosão de um caminhão-tanque carregado. O
acordo foi firmado na quinta-feira, na 1ª Vara do Trabalho de Belém, e deverá ser
pago até o dia 19. A explosão
foi provocada pela queda de
um raio, durante a descarga
de combustível.
com CRISTIANE BARBIERI (interina), JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e CLAUDIA ROLLI
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