São Paulo, terça-feira, 17 de março de 2009

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Mercado reduz previsão de crescimento a 0,6%

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A divulgação dos números do PIB de 2008, na semana passada, fez a maioria dos analistas do mercado financeiro revisar suas projeções para a economia brasileira em 2009. Agora, a expectativa é que o resultado a ser alcançado neste início de ano seja mais fraco que o previsto inicialmente e que a recuperação mais forte aconteça apenas a partir do último trimestre.
Segundo levantamento feito pelo Banco Central na sexta passada com cem analistas do setor privado, a expectativa é que o país cresça 0,59% neste ano. Uma semana antes, a projeção média estava em 1,20%.
A consulta foi feita pelo BC três dias depois que o IBGE divulgou que o PIB brasileiro encolheu 3,6% no quarto trimestre de 2008, quando comparado com o trimestre anterior.
Agora, a expectativa é que o fraco desempenho do final de 2008 contamine com mais força o resultado de 2009. Segundo a pesquisa feita pelo BC, o mercado estima que o PIB recue 0,5% ante o primeiro trimestre do ano passado. Uma semana antes, a projeção ainda era de expansão, de 0,1%.
Também foi reduzida quase pela metade a projeção para o crescimento do terceiro trimestre: de 1% para 0,55%.
O levantamento indica ainda que a indústria deve ser um dos setores mais afetados pela crise. Segundo o BC, o mercado financeiro espera um recuo de 1,59% na produção industrial neste ano -uma semana antes, a projeção média era a de uma queda de somente 0,04%.
Diante desse cenário, crescem as apostas em uma queda maior nos juros. Na semana passada, o BC reduziu a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, fixando-a em 11,25% ao ano. Com isso, a taxa voltou ao nível de abril do ano passado, o mais baixo em mais de 20 anos.
Segundo a pesquisa, a Selic deve ser reduzida em um ponto percentual na próxima reunião do Copom, em abril, e em mais 0,5 ponto em junho. A taxa cairia para 9,75% ao ano ainda no primeiro semestre.
Para Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, nem mesmo os recentes cortes nos juros promovidos pelo BC devem ser suficientes para impedir que o crescimento da economia brasileira em 2009 fique próximo de zero. "Vai ser muito difícil ter um efeito significativo neste ano."


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