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Mercado reduz previsão de crescimento a 0,6%
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A divulgação dos números do
PIB de 2008, na semana passada, fez a maioria dos analistas
do mercado financeiro revisar
suas projeções para a economia
brasileira em 2009. Agora, a expectativa é que o resultado a ser
alcançado neste início de ano
seja mais fraco que o previsto
inicialmente e que a recuperação mais forte aconteça apenas
a partir do último trimestre.
Segundo levantamento feito
pelo Banco Central na sexta
passada com cem analistas do
setor privado, a expectativa é
que o país cresça 0,59% neste
ano. Uma semana antes, a projeção média estava em 1,20%.
A consulta foi feita pelo BC
três dias depois que o IBGE divulgou que o PIB brasileiro encolheu 3,6% no quarto trimestre de 2008, quando comparado com o trimestre anterior.
Agora, a expectativa é que o
fraco desempenho do final de
2008 contamine com mais força o resultado de 2009. Segundo a pesquisa feita pelo BC, o
mercado estima que o PIB recue 0,5% ante o primeiro trimestre do ano passado. Uma
semana antes, a projeção ainda
era de expansão, de 0,1%.
Também foi reduzida quase
pela metade a projeção para o
crescimento do terceiro trimestre: de 1% para 0,55%.
O levantamento indica ainda
que a indústria deve ser um dos
setores mais afetados pela crise. Segundo o BC, o mercado financeiro espera um recuo de
1,59% na produção industrial
neste ano -uma semana antes,
a projeção média era a de uma
queda de somente 0,04%.
Diante desse cenário, crescem as apostas em uma queda
maior nos juros. Na semana
passada, o BC reduziu a taxa Selic em 1,5 ponto percentual, fixando-a em 11,25% ao ano.
Com isso, a taxa voltou ao nível
de abril do ano passado, o mais
baixo em mais de 20 anos.
Segundo a pesquisa, a Selic
deve ser reduzida em um ponto
percentual na próxima reunião
do Copom, em abril, e em mais
0,5 ponto em junho. A taxa cairia para 9,75% ao ano ainda no
primeiro semestre.
Para Thaís Zara, economista-chefe da Rosenberg Associados, nem mesmo os recentes
cortes nos juros promovidos
pelo BC devem ser suficientes
para impedir que o crescimento da economia brasileira em
2009 fique próximo de zero.
"Vai ser muito difícil ter um
efeito significativo neste ano."
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