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outro lado
Banco diz que pode rescindir contratos
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O BNDES disse, por meio
de sua assessoria de imprensa, que "não tem competência legal e não poderia prejulgar empresas sob investigação" e que, caso algum processo instaurado pelo Ministério Público gere condenação judicial, poderá rescindir
por justa causa o contrato.
"O BNDES só contrata um
financiamento após cumpridas todas as regras previstas
pela lei e pelo seu regulamento, inclusive a checagem
do cadastro do Ministério do
Trabalho que lista empregadores que tenham mantido
trabalhadores em condições
análogas ao trabalho escravo. Os [três] clientes em
questão, no momento da
contratação dos respectivos
financiamentos, não se encontravam na referida lista",
afirma o banco.
O BNDES diz, porém, que
tais desembolsos podem ser
suspensos em meio ao contrato, caso as empresas sejam incluídas na "lista suja"
do governo federal.
O banco afirma que "cláusulas socioambientais" foram incorporadas em todos
os contratos a partir de dezembro de 2007, mas que,
até hoje, não houve nenhuma suspensão de financiamento por conta disso. "Contudo o BNDES está atento e
atuará sempre que receber
denúncias que possam, do
ponto de vista jurídico, autorizar a suspensão e/ou a rescisão contratual."
Usinas
Procuradas pela Folha, a
Rio Claro Agroindustrial e a
Usina Porto das Águas disseram que, após as visitas dos
fiscais e das consequentes
multas, buscaram se readequar às normas trabalhistas.
A Rio Claro Agroindustrial, por exemplo, firmou no
início deste mês um TAC
(termo de ajustamento de
conduta) com o Ministério
Público do Trabalho em que
se comprometeu a regularizar e manter os direitos trabalhistas e de segurança dos
seus funcionários.
Já a Usina Porto das Águas
afirma que as condições de
trabalho foram ajustadas e
ainda negocia com o Ministério Público do Trabalho a
assinatura de um TAC, o
que, segundo a empresa, deve ocorrer nas próximas semanas. A empresa diz que o
flagrante na usina ocorreu
antes de qualquer tipo de
alerta dos fiscais do trabalho.
Também procurada pela
reportagem, a Agropecuária
Campo Alto, braço da Usina
São João, limitou-se a dizer
que "a questão continua
pendente de decisão judicial
definitiva".
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