São Paulo, terça-feira, 17 de abril de 2007

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Mercado Aberto

@ - guilherme.barros@uol.com.br

Amazonas busca saída para reter empresas

O presidente da Philips do Brasil, Paulo Zottolo, entrou preocupado e saiu otimista da reunião que teve ontem com o governador do Amazonas, Eduardo Braga, para discutir os benefícios fiscais concedidos às empresas de eletroeletrônicos na Zona Franca de Manaus.
Depois do encontro, Braga convocou todos os presidentes das empresas do setor para uma reunião no dia 24, na qual ele irá apresentar uma proposta de isonomia fiscal.
Hoje, há um desequilíbrio. Uma das empresas, a LG Electronics, goza de um benefício do ICMS maior do que todas as demais, o que lhe dá uma grande vantagem comparativa.
Zottolo calcula que o benefício da LG chega entre 8% a 10% do total cobrado de ICMS, o que, segundo ele, trata-se de uma grande vantagem.
"No nosso setor, as margens são muito baixas e qualquer variação fiscal pode significar um ganho ou uma perda muito grande de dinheiro", diz.
O fato é que esse desequilíbrio incomodou bastante a matriz da Philips, na Holanda, tanto que se chegou a cogitar a hipótese de a empresa transferir a fábrica da Zona Franca de Manaus para outra região.
Mas não foi só a Philips que sentiu no bolso esse problema de desequilíbrio. Outras empresas, como Samsung, Gradiente e Toshiba, também levaram a mesma reclamação ao governador Eduardo Braga.
O problema, na verdade, não é de hoje. Há cerca de quatro anos, Braga mudou a lei de incentivos fiscais que promovia um aumento do ICMS a todas as empresas que fizessem novos investimentos. Todas concordaram, menos a LG, que, até hoje, se beneficia do ICMS antigo. Procurada pela Folha, a LG não se manifestou.
A solução certamente, segundo especialistas, será a LG se submeter ao aumento do ICMS. Dificilmente o governador Eduardo Braga irá abrir mão de parte da receita do ICMS, que já deva estar inclusive prevista no Orçamento.
A ameaça da Philips, e de outras empresas da Zona Franca, preocupa trabalhadores locais. Nos últimos dias, Panasonic anunciou a saída de sua fábrica de componentes. Outras estão tomando o mesmo caminho.
Segundo o presidente do sindicato dos trabalhadores local, Valdemir Santana, que irá se reunir hoje com Paulo Zottolo, 2.500 trabalhadores já foram dispensados nas duas últimas semanas.
"Se as empresas saírem de Manaus, a única saída dos trabalhadores dispensados será partir para o desmatamento da Amazônia, o que será pior para todo o planeta", diz.

ATAQUE
A Receita Federal vai receber, amanhã, no Rio, durante a Laad (Latin America Aero & Defence), dois helicópteros EC135, fabricados pela Helibras, para serem utilizados nas ações de combate ao contrabando de mercadorias, armas e munições, e outros crimes aduaneiros. As aeronaves são equipadas com aparelhos de navegação e vigilância eletrônica de última geração.

RESINA
O mercado de resinas plásticas deu sinais de melhora em março ante fevereiro, segundo José Ricardo Coelho, presidente do Siresp (sindicato do setor). Segmentos como construção civil, embalagens e bens de consumo foram os responsáveis. As vendas para o mercado interno cresceram 27,35% no mês passado em relação a fevereiro. As exportações de resina também tiverem alta em março, um aumento de 26,48%. A produção nacional apontou crescimento de 6,52%. As vendas internas subiram 53% e as exportações cresceram 11%. O PVC fechou o mês com aumento de 22% na produção e 20% nas vendas para o mercado interno.

INVESTIMENTO
A Opportrans (leia-se Metrô do Rio) encaminhou proposta ao governador do Rio, Sérgio Cabral, de investimento de R$ 750 milhões em troca de renovação da concessão por mais 20 anos. A atual concessão acaba em 2018, e a Opportrans, que é controlada pelos fundos de pensão e pelo Citigroup, quer estender esse prazo para 2038. Entre os investimentos, a empresa se propõe a fazer uma nova estação na Central do Brasil e uma interligação entre as linhas 1 e 2, que não estavam previstos no contrato de concessão. Cabral deve aceitar a proposta.

FUNDO
A Bresser Administração de Recursos acaba de lançar um fundo multimercado direcionado para investidores institucionais e pessoas físicas que buscam retorno com maior volatilidade. O valor do investimento mínimo é R$ 50 mil, e o fundo não possui prazo de carência.

NA ESTRADA
A unidade da Hyundai em Anápolis (GO) produziu ontem seus dez primeiros veículos, todos caminhões HR.

ALONGAMENTO

A Ecofit, academia ecológica, acaba de fechar uma parceria com a SOS Mata Atlântica para, em maio, participar do evento "Viva a Mata", no Ibirapuera, em São Paulo. A Ecofit é a primeira academia de ginástica a participar do evento, que reúne exposições de iniciativas públicas e privadas de preservação ambiental. A empresa, que foi inaugurada há cerca de um ano, recebeu mais de R$ 10 milhões de investimentos para construir uma estrutura com responsabilidade ambiental, com uso de materiais reciclados, aquecimento solar, aproveitamento da água da chuva para limpeza e descargas, madeiras certificadas e tratamento de piscina com ozônio. "Faremos palestras para empresários sobre como construir com sustentabilidade", afirma Antônio Gandra, o proprietário. Ele afirma que o conceito promove muita economia atualmente. "Antigamente diziam que era mais caro usar estes materiais, hoje já tem escala", diz.


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