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Inflação aumenta nos EUA, na zona do euro e na China
Altas nos preços da energia e dos alimentos são os principais fatores de pressão
Petróleo bateu novo recorde ontem e superou US$ 114;
alta da inflação dificulta
ação dos BCs em relação
à ameaça de recessão
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A alta nos preços dos alimentos e da energia -o petróleo bateu novo recorde ontem- continua pressionando a inflação
nos Estados Unidos, na zona do
euro e na China, segundo os índices de março divulgados por
esses países.
Nos EUA, o CPI (índice de
preços ao consumidor, na sigla
em inglês) subiu 0,3% em relação a fevereiro, com ajuste sazonal, puxado principalmente
pelo custo da energia, que subiu
1,9% no mês passado, após cair
0,5% em fevereiro.
No trimestre, o aumento foi
de 3,1%; em 2007, foi de 4,1%.
Ontem, o barril de petróleo
superou US$ 114 em Nova York
por causa de preocupações com
o abastecimento mundial.
O anúncio da Agência Internacional de Energia, de que a
produção da commodity na
Rússia teria caído pela primeira
vez na década, foi um dos principais motivos. Também contribuíram para a alta a paralisação de oleodutos no Oriente
Médio e na Nigéria e o fechamento de terminais de exportação no golfo do México.
O petróleo fechou em US$
114,93 o barril em Nova York,
com alta de 1%. O tipo Brent teve a mesma alta e terminou
custando US$ 112,66 o barril.
Apesar de continuar entre os
principais fatores de pressão, a
alta de 0,2% dos alimentos ficou abaixo da de fevereiro
(0,4%), segundo o Departamento de Estatísticas dos EUA.
Após aumento de 4,9% no
ano passado, os alimentos acumularam inflação de 5,3% no
primeiro trimestre deste ano.
Em linha com as expectativas
do mercado e em declínio (em
janeiro a alta foi de 0,4%), o índice de inflação dos EUA pode
permitir que as atenções se voltem a outro ponto de preocupação: a recessão.
O Fed (BC dos EUA), que vai
se reunir no fim deste mês, busca uma maneira de estimular a
economia em meio à crise sem
acelerar a elevação dos preços.
No sentido contrário, vestuário, automóveis e computadores pessoais ajudaram a reduzir
a alta. Os preços do vestuário
caíram 1,3% em março, a maior
queda desde setembro de 1998.
Na semana passada, os varejistas anunciaram as menores
vendas em 13 anos. Economia
fraca, temperaturas baixas e alta nos preços dos alimentos e
da energia deixaram pouco espaço para compras no varejo.
Europa e China
Na Europa, os produtos do
grupo energia também ajudaram a elevar os preços. A região
teve inflação anualizada de
3,6% até março no geral e os
itens de energia aumentaram
11,2%, segundo o escritório de
estatística Eurostat.
Embora pouco acima dos
3,5% registrados em fevereiro,
o aumento nos preços reduz as
chances de o Banco Central Europeu cortar a taxa de juros da
região. Na reunião deste mês, o
BCE manteve os juros em 4%
ao ano e disse estar mais preocupado com a inflação que com
a possibilidade de recessão.
Na China, que teve queda no
crescimento (de 11,7% para
10,6%) no primeiro trimestre e
alta de 8% nos preços no período -que se mantiveram no
maior nível em 11 anos-, o inimigo já está definido.
O Banco Popular da China
(BC do país) elevou em 0,5 ponto percentual a reserva obrigatória dos bancos (para o recorde de 16%) como medida para
conter a alta dos preços, retirando recursos da economia. É
o 13º aumento seguido do compulsório desde março do ano
passado e o terceiro neste ano.
O preço dos alimentos aumentou 21% e a inflação chinesa subiu 1,2% no primeiro trimestre, excluindo esses produtos, segundo o Escritório Nacional de Estatísticas.
"O fato de eles agirem imediatamente hoje [ontem] em
resposta aos dados corrobora
rumores de quão forte a economia chinesa permanece", disse
Glenn Maguire, economista do
Société Générale.
Com agências internacionais
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