São Paulo, quinta-feira, 17 de abril de 2008

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Balanços nos EUA puxam Bovespa para alta de 2,45%

Expectativa de aumento de 0,5 ponto na taxa Selic valoriza real

EPAMINONDAS NETO
DA FOLHA ONLINE

A Bolsa paulista, que anteontem subiu mesmo com a baixa nos Estados Unidos, encontrou ainda mais motivos para ganhar terreno ontem com a forte alta dos mercados em Wall Street. Nos EUA, os investidores se animaram com a seqüência de balanços trimestrais melhores que o previsto, o que criou o clima para a Bovespa (Bolsa de Valores de São Paulo) fechar em alta de 2,45%.
Mais uma vez, as ações da Vale, bem como as das demais empresas ligadas ao setor de commodities, foram fundamentais para a recuperação da Bovespa. A ação preferencial da mineradora teve ganho de 2,44%, para R$ 51,63, e movimentou mais de R$ 685 milhões ontem.
O papel acompanhou a valorização generalizada das ações ligadas a commodities nas demais Bolsas. Na Europa, a Rio Tinto subiu 5,9%, enquanto a BHP Billiton teve alta de 5,4%.
"Em parte, a ação [da Vale] acompanhou o setor", afirma Kelly Trentim, gerente da área de análise de empresas da SLW.
As ações preferenciais da Petrobras, que subiram mais de 10% nos dois últimos dois dias, tiveram perdas de 0,97%, para R$ 83,12. Para analistas, o ativo somente não caiu mais porque a euforia de ontem segurou os preços. Há "gordura" para queimar, após a corrida pelas ações com a declaração do diretor-geral da ANP (Agência Nacional do Petróleo), Haroldo Lima, sobre um megacampo.
Nova York fechou em alta de 2,08% pelo índice Dow Jones. Os investidores gostaram do índice de inflação (dentro da expectativa), além do crescimento inesperado da produção industrial -e praticamente ignoraram o baixo ritmo da construção civil, o pior em 17 anos.
Os resultados trimestrais do banco de investimentos JPMorgan, do fabricante de microprocessadores Intel e da Coca-Cola vieram acima do esperado. O JPMorgan teve lucro 50% menor do que no primeiro trimestre de 2007, mas o valor ficou acima das expectativas.
O mercado acionário brasileiro teve fôlego até para ignorar a expectativa de uma taxa básica de juros mais alta após a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária).
O dólar não passou incólume. A cotação da moeda americana desceu ao menor nível desde maio de 1999 e marcou R$ 1,664 -queda de 1,18%.
Horas antes do fim da reunião do Copom, muitos elevaram a previsão de ajuste da Selic de 0,25 para 0,50 ponto percentual (aumento que se confirmou), o que derrubou ainda mais a taxa de câmbio, após dez dias consecutivos de queda.
"O fluxo de dólares continua muito forte. O BC pode ser cauteloso para baixar os juros, mas nem tanto na hora de subir", comentou Mário Paiva, profissional da mesa de operações da corretora Liquidez.


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