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Bancos terão de enfrentar regulação mais severa
Proposta do Comitê de Basiléia reforça endurecimento de regulação para o setor
Mudanças são vistas como esforço para melhorar o acordo de Basiléia 2 e devem obrigar bancos a aumentar reservas na esteira da crise
PETER THAL LARSEN, GILLIAN
TETT e JENNIFER HUGHES
DO "FINANCIAL TIMES", EM LONDRES
Os reguladores bancários intensificaram a pressão sobre os
bancos ontem, anunciando regras que visam prevenir uma
repetição da crise que vem abalando o sistema financeiro.
As propostas divulgadas pelo
Comitê de Basiléia de Supervisão Bancária reforçam a determinação dos reguladores em
adotar medidas específicas para endurecer a regulamentação, na esteira da turbulência
no sistema financeiro que expôs falhas na estrutura regulatória global. "Estamos sofrendo
enorme pressão política para
fazer alguma coisa", disse um
político sênior dos EUA.
Os planos anunciados exigem que os bancos reservem
mais capital para produtos
complexos e veículos externos
às folhas de balanço e reforcem
o gerenciamento de riscos.
A novidade chega quando organismos que determinam os
padrões de auditorias estudam
propostas para aumentar a
transparência na contabilidade
dos bancos, exigindo que os
credores revelem mais seus interesses pelos balanços.
Sir David Tweedie, presidente do Conselho Internacional
de Padrões de Contabilidade
Financeira, sugeriu que a contabilidade financeira possa ser
modificada para obrigar o fornecimento de listas de instituições sem vínculos oficiais.
Os planos do Comitê de Basiléia representam um esforço
para aprimorar as bases do
acordo de Basiléia 2, adotado
formalmente pela maioria dos
bancos do mundo neste ano,
após quase uma década de preparativos. Basiléia 2 visa aperfeiçoar a concessão de crédito
no sistema financeiro, usando
os modelos de riscos dos próprios bancos como ponto de
partida para determinar o capital necessário em reservas.
A turbulência, que resultou
em perdas no setor, levou alguns políticos a pedir que Basiléia 2 seja descartado.
As mudanças propostas provavelmente vão intensificar as
pressões para que os bancos reforcem suas reservas.
As mudanças também devem
impor limites às técnicas que os
bancos utilizam para tentar
transferir riscos. "Os incentivos dos bancos para tirar valores de suas folhas de balanço
serão enfraquecidos, levando a
bancos maiores e mais seguros
e a uma securitização menor",
disse Jan Loeys, economista
sênior no JPMorgan.
Funcionários do FMI propõem limites às entidades autorizadas a lidar com "swaps"
de crédito. Gary Stern, do Fed
de Minneapolis, pede o impedimento de instituições de fora
da rede de segurança de construir posições que criem interconectividade sistêmica.
Tradução de CLARA ALLAIN
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