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Movimento já afeta montadora na Argentina
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
Devido à paralisação dos
auditores da Receita Federal
no Brasil, a Renault da Argentina suspendeu ontem
quase todas as atividades de
sua fábrica na Província de
Córdoba, região central do
país, onde se produzem modelos dos carros Clio, Kangoo e Mégane.
A suspensão das atividades
foi decretada pela falta de autopeças e matérias-primas,
como o aço, para a produção
dos automóveis.
Foram suspensos 1.100
funcionários que trabalham
nas áreas de soldagem, montagem, motores e pintura;
400 trabalhadores de outros
setores continuam a trabalhar.
Outras empresas automobilísticas também enfrentam
problemas pela falta de peças
brasileiras, mas mantêm
suas atividades. Aproximadamente 5.000 caminhões
estão parados na fronteira
entre os dois países.
A paralisação na Renault
argentina segue ao menos
até amanhã. Da fábrica, são
exportados automóveis para
Brasil, para o Chile e para o
México. Desde o começo do
ano, toda a produção do Clio
no Brasil foi transferida para
a fábrica argentina.
Números
Nos três primeiros meses
do ano, foram vendidas no
Brasil 4.466 unidades do
Clio, das quais 3.281 do modelo hatch e 1.185 do modelo
sedan.
Do Kangoo, foram comercializadas 542 unidades.
De acordo com a gerente
de comunicações da Renault
na Argentina, Alejandra Romero, ainda não é possível
quantificar os prejuízos, mas
a paralisação dos auditores
está trazendo "sérios problemas" para a empresa.
"Em um momento de alta
demanda por automóveis, a
fábrica deixa de produzir
400 unidades por dia e temos
que pagar os funcionários
mesmo com a suspensão das
atividades", disse Romero.
De acordo com a gerente
da Renault, a paralisação dos
auditores da Receita Federal
impede não apenas a exportação mas também a importação para a Argentina de
modelos fabricados no Brasil, casos do Logan e do Sandero.
A Adefa (Associação de Fábricas de Automóveis da Argentina) estaria em contato
com o governo brasileiro para que ajude a destravar o comércio entre os dois países.
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