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FMI diz que crise é "rara e severa" e descarta recuperação em 2009
FERNANDO CANZIAN
DE NOVA YORK
Qualificando a atual recessão
global como "rara, severa e duradoura", o FMI (Fundo Monetário Internacional) já não vê
chances de o mundo iniciar
uma recuperação em 2009. Para o Fundo, a atual recessão será muito mais duradoura do
que os desaquecimentos globais passados.
Segundo novo estudo apresentado ontem pelo Fundo,
uma recessão como a atual só
ocorreu outras três vezes desde
1960. Sendo que a atual combinação entre crise financeira e
desaquecimento econômico
será "mais persistente", levando a uma "recuperação muito
fraca" e provavelmente só em
meados de 2010.
Em seu relatório "Panorama
da Economia Mundial", o FMI
analisou 122 recessões desde
1960. Dessas, 15 ocorreram em
meio a crises financeiras, sendo
que apenas 3 se deram de forma sincronizada em 10 ou mais
países desenvolvidos de um total de 21 pesquisados.
Segundo o FMI, as outras recessões globais e sincronizadas
com crises financeiras ocorreram em 1975, 1980 e 1992.
No caso da recessão atual, a
recuperação pode demandar
uma vez e meia mais tempo, diz
o FMI. Isso ocorre principalmente porque toda a demanda
global cai, impedindo que os
países voltem a crescer via exportações.
"Apesar de todo o esforço de
redução de juros e de pacotes
de estímulos em vários países,
não devemos esperar uma recuperação forte. Ela será lenta
e fraca", afirmou Alasdair Scott,
economista sênior do Departamento de Pesquisas do FMI.
Entre as várias regiões do
mundo, o FMI prevê que a Europa do leste deva estar entre as
mais afetadas pela crise.
Brasil
O diretor-gerente do FMI,
Dominique Strauss-Kahn, prevê que o Brasil tenha crescimento mínimo ou mesmo recessão em 2009.
"O Brasil provavelmente terá
neste ano uma taxa de crescimento muito, muito baixa, senão negativa", afirmou após
discurso no Clube Nacional de
Imprensa, em Washington.
Na semana que vem, o Fundo
divulgará seus prognósticos sobre o crescimento mundial. Em
janeiro passado, o fundo projetou expansão de 1,8% do PIB
para o país em 2009.
Apesar da expectativa reduzida em relação ao Brasil,
Strauss-Kahn disse que o país
está "em boa posição" para enfrentar a crise, devido à sua
"boa política" econômica.
Com agências internacionais
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