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Pequenas indústrias se recuperam em SP
Levantamento pela Fiesp aponta que as maiores empresas também tiveram melhora em indicador sobre produção
Companhias de menor porte foram as mais afetadas pela crise em 2009, prejudicadas pela retração no crédito e na demanda
GIULIANA VALLONE
DA REPORTAGEM LOCAL
Bastante afetadas pelos efeitos da crise, as pequenas indústrias de São Paulo mostraram
recuperação forte em fevereiro,
puxando o nível de atividade do
setor para cima no mês. Os dados são de levantamento da
Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)
obtido pela Folha, feito com
base nos dados da Sondagem
Industrial da CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Os números mostram que o
indicador de produção da indústria paulista atingiu 49,8
pontos em fevereiro -o nível
50 aponta equilíbrio da atividade. O número foi influenciado
positivamente pelo crescimento de 14,5% no índice das pequenas empresas, de 42,9 para
49,1 pontos. As médias tiveram
leve queda no mês, de 50 para
47,7, e as grandes companhias
tiveram aumento no indicador,
de 49 para 51,7.
As empresas de menor porte
foram as mais afetadas pela crise, prejudicadas pela restrição
no crédito bancário e pelas dificuldades geradas no mercado
de trabalho. Com a melhoria
das condições econômicas no
país, elas voltam a mostrar
crescimento na produção.
"A recuperação da renda e do
crédito beneficia a produção
dos chamados bens-salário, como vestuário e alimentos, setores que têm maior participação
de pequenas empresas", afirma
Fernando Sarti, professor do
Núcleo de Economia Industrial e Tecnologia da Unicamp.
De acordo com Paulo Francini, diretor de pesquisas econômicas da Fiesp, a expansão do
mercado interno beneficia
mais as pequenas empresas. De
acordo com ele, o processo de
melhoria da indústria leva mais
tempo para chegar às companhias de menor porte, o que explicaria parte do crescimento
expressivo no mês.
Perspectivas
Os dados da Fiesp apontam
ainda que as expectativas da indústria para os próximos seis
meses são de continuidade do
cenário positivo. O indicador
de perspectiva de demanda subiu para 67,5 pontos, de 66 em
janeiro. O mercado interno foi
o principal responsável pela
sustentação da economia brasileira no ano passado, amenizando os efeitos da crise.
O economista da Unicamp
ressalta que a construção civil
deve ser um dos grandes destaques do ano. "O setor tende a
crescer muito, e todo mundo
que fornece para ele vai sair ganhando", diz. Ele também destaca as empresas agrícolas, produtoras de bens de capital e de
bens de consumo.
As exportações, por sua vez,
que tiveram forte queda em
2009, devem se recuperar, segundo as empresas ouvidas. O
indicador de expectativa para
as vendas externas registrou
pequena queda no mês, de 55,2
para 53,5, mas está acima do nível 50, que aponta otimismo.
O nível das vendas, porém,
não voltou aos patamares registrados antes da crise, o que só
deve acontecer em 2011, já que
a recuperação nos países desenvolvidos, compradores do
Brasil, ainda é lenta. "O nível
das exportações caiu de 100 para 73 em 2009. Neste ano, deve
crescer em torno de 20%, o que
traria o indicador para 87", diz.
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