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Mercado Aberto
guilherme.barros@uol.com.br
Brasil precisa abrir a economia, diz Werlang
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a descartar
ontem a possibilidade de o Brasil promover uma redução generalizada das tarifas de importação para conter a queda do
dólar. Ele disse que esse movimento é inevitável, já que o país
se aproxima da condição de
grau de investimento.
O fato, no entanto, é que o
Brasil é o mais fechado do mundo se comparado aos países
com mais de 100 milhões de habitantes, segundo estudo do departamento econômico do
Banco Itaú. O estudo ainda levou em conta a projeção das
importações deste ano para o
Brasil, muito maiores do que o
número de 2005. A projeção é
de 9,2% do PIB. Em 2005, o resultado foi de 8,3% do PIB.
O economista Sérgio Werlang, diretor do Itaú, explicou
que o estudo usou apenas os
países com mais de 100 milhões
de habitantes por serem aqueles que têm um mercado interno expressivo, e, dessa forma,
poderia se esperar que fossem
fechados. Não faria sentido pegar o exemplo dos países menores, que têm de ser mais abertos
por não contarem com um
mercado interno suficiente para atender a produção.
Os resultados do trabalho
mostram que o Brasil é o lanterna do mundo em termos de
abertura da economia. Mesmo
países considerados altamente
protecionistas, como o Japão,
têm um volume de importação
em proporção ao PIB superior
ao do Brasil. Assim como a
União Européia, que também é
considerada um bloco fechado.
"Alguém deveria olhar para
esses números em algum momento", diz Werlang. "O Brasil
precisa começar a pensar em
adotar um plano de ação a médio prazo para abrir mais a economia."
O problema é que essa condição do Brasil é uma das causas
que fazem com que o real esteja
agora tão apreciado. Dessa forma, qualquer movimento que o
país faça de aumento da tarifa
de importação para proteger algum setor da economia precisa
ser visto com muito cuidado, já
que pode até exacerbar a apreciação do real.
Para o curto prazo, no entanto, Werlang diz que a saída é
mesmo acelerar a redução dos
juros. Ele acha que o Banco
Central tem condições de reduzir em até 0,75 ponto percentual a Selic na próxima reunião
do Copom.
BATE BOLA
A TAM assina hoje com a
CBF contrato para ser a patrocinadora oficial da seleção brasileira nos próximos
quatro anos. Ela já irá transportar a delegação no amistoso de Brasil e Inglaterra,
no dia 1º de junho, na reinauguração do estádio de
Wembley, em Londres.
"RATING"
Será realizada amanhã a
conferência "Grau de Investimento: o que sua Empresa
e o Brasil Ganham". Na pauta, as conseqüências da classificação e o risco de "mexicanização" (grau de investimento e baixo crescimento).
Entre os conferencistas, Lisa Schineller, diretora de
Rating Soberano da Standard & Poor's para AL. O
evento acontece no hotel
Meliá Jardim Europa (SP).
MERCADOS
Índia e China estão novamente na pauta do congresso internacional da HSM
nos dias 22 e 23. Milind Lele,
professor da University of
Chicago Graduate School of
Business, analisará como a
Índia vem crescendo em
média 8% ao ano há mais de
uma década. Sérgio Rodrigues, presidente no Brasil da
Tata Consultancy Services,
tratará do mercado nacional
de software.
CHINÊS
Uli Sigg, maior colecionador de arte contemporânea
da China, está no Brasil.
Veio para a abertura da exposição "China Hoje - Coleção Uli Sigg", no CCBB do
Rio. Hoje, ele estará em São
Paulo para palestra voltada
aos principais clientes do
Banco do Brasil sobre o mercado chinês. Sigg foi responsável pela primeira joint
venture entre o Ocidente e a
China, em 1978.
TOCHA
A primeira cidade a receber a tocha pan-americana
será Brasília, no dia 1º de junho.
BASTÃO
A Enterpa, de engenharia
e gestão ambiental, comemora 50 anos hoje. O fundador, Conrado Alves, anuncia, na festa, a transferência
do comando para sua filha caçula, Claudia Alves.
NOVA COZINHA
O Jockey Club de São Paulo acaba de inaugurar um novo
restaurante no seu espaço localizado no centro da cidade, o
Badebec Novo Jockey. A nova casa, que será comandada pela chef Marcela Tullman, faz parte de uma proposta de revitalizar a região. Com dois ambientes, um exclusivo para sócios e outro aberto ao público, o espaço conserva peças originais que decoravam o antigo restaurante do Jockey, como
cortinas, tapeçarias, lustres e telas da década de 50. A idéia,
segundo Márcio Toledo, presidente do Jockey, é "retomar a
tradição da instituição no local e estimular a visitação ao
centro antigo".
LINHA OCUPADA
Os telefones da secretaria
da Fazenda paulista não pararam de tocar ontem com
locadoras de veículos querendo regularizar a situação
de suas frotas com placas de
outros Estados, onde pagam
IPVA menor. A secretaria
responde a eles que antes
precisam passar no Detran.
com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA
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