São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Brasil precisa abrir a economia, diz Werlang

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, voltou a descartar ontem a possibilidade de o Brasil promover uma redução generalizada das tarifas de importação para conter a queda do dólar. Ele disse que esse movimento é inevitável, já que o país se aproxima da condição de grau de investimento.
O fato, no entanto, é que o Brasil é o mais fechado do mundo se comparado aos países com mais de 100 milhões de habitantes, segundo estudo do departamento econômico do Banco Itaú. O estudo ainda levou em conta a projeção das importações deste ano para o Brasil, muito maiores do que o número de 2005. A projeção é de 9,2% do PIB. Em 2005, o resultado foi de 8,3% do PIB.
O economista Sérgio Werlang, diretor do Itaú, explicou que o estudo usou apenas os países com mais de 100 milhões de habitantes por serem aqueles que têm um mercado interno expressivo, e, dessa forma, poderia se esperar que fossem fechados. Não faria sentido pegar o exemplo dos países menores, que têm de ser mais abertos por não contarem com um mercado interno suficiente para atender a produção.
Os resultados do trabalho mostram que o Brasil é o lanterna do mundo em termos de abertura da economia. Mesmo países considerados altamente protecionistas, como o Japão, têm um volume de importação em proporção ao PIB superior ao do Brasil. Assim como a União Européia, que também é considerada um bloco fechado.
"Alguém deveria olhar para esses números em algum momento", diz Werlang. "O Brasil precisa começar a pensar em adotar um plano de ação a médio prazo para abrir mais a economia."
O problema é que essa condição do Brasil é uma das causas que fazem com que o real esteja agora tão apreciado. Dessa forma, qualquer movimento que o país faça de aumento da tarifa de importação para proteger algum setor da economia precisa ser visto com muito cuidado, já que pode até exacerbar a apreciação do real.
Para o curto prazo, no entanto, Werlang diz que a saída é mesmo acelerar a redução dos juros. Ele acha que o Banco Central tem condições de reduzir em até 0,75 ponto percentual a Selic na próxima reunião do Copom.

BATE BOLA
A TAM assina hoje com a CBF contrato para ser a patrocinadora oficial da seleção brasileira nos próximos quatro anos. Ela já irá transportar a delegação no amistoso de Brasil e Inglaterra, no dia 1º de junho, na reinauguração do estádio de Wembley, em Londres.

"RATING"
Será realizada amanhã a conferência "Grau de Investimento: o que sua Empresa e o Brasil Ganham". Na pauta, as conseqüências da classificação e o risco de "mexicanização" (grau de investimento e baixo crescimento). Entre os conferencistas, Lisa Schineller, diretora de Rating Soberano da Standard & Poor's para AL. O evento acontece no hotel Meliá Jardim Europa (SP).

MERCADOS
Índia e China estão novamente na pauta do congresso internacional da HSM nos dias 22 e 23. Milind Lele, professor da University of Chicago Graduate School of Business, analisará como a Índia vem crescendo em média 8% ao ano há mais de uma década. Sérgio Rodrigues, presidente no Brasil da Tata Consultancy Services, tratará do mercado nacional de software.

CHINÊS
Uli Sigg, maior colecionador de arte contemporânea da China, está no Brasil. Veio para a abertura da exposição "China Hoje - Coleção Uli Sigg", no CCBB do Rio. Hoje, ele estará em São Paulo para palestra voltada aos principais clientes do Banco do Brasil sobre o mercado chinês. Sigg foi responsável pela primeira joint venture entre o Ocidente e a China, em 1978.

TOCHA
A primeira cidade a receber a tocha pan-americana será Brasília, no dia 1º de junho.

BASTÃO
A Enterpa, de engenharia e gestão ambiental, comemora 50 anos hoje. O fundador, Conrado Alves, anuncia, na festa, a transferência do comando para sua filha caçula, Claudia Alves.

NOVA COZINHA

O Jockey Club de São Paulo acaba de inaugurar um novo restaurante no seu espaço localizado no centro da cidade, o Badebec Novo Jockey. A nova casa, que será comandada pela chef Marcela Tullman, faz parte de uma proposta de revitalizar a região. Com dois ambientes, um exclusivo para sócios e outro aberto ao público, o espaço conserva peças originais que decoravam o antigo restaurante do Jockey, como cortinas, tapeçarias, lustres e telas da década de 50. A idéia, segundo Márcio Toledo, presidente do Jockey, é "retomar a tradição da instituição no local e estimular a visitação ao centro antigo".

LINHA OCUPADA
Os telefones da secretaria da Fazenda paulista não pararam de tocar ontem com locadoras de veículos querendo regularizar a situação de suas frotas com placas de outros Estados, onde pagam IPVA menor. A secretaria responde a eles que antes precisam passar no Detran.


com ISABELLE MOREIRA e JOANA CUNHA

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