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"Dólar não está afundando", diz Mantega
CLÁUDIA DIANNI
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o
dólar não está afundando nem
derretendo, mas admitiu que é
difícil conter o real em um ambiente de expressivo saldo da
balança comercial e entrada de
investimentos.
Na sua avaliação, a queda do
dólar deve ser encarada como
oscilações no câmbio. "[O dólar] não está afundando de jeito
nenhum. Se você olhar o quanto desvalorizou nos últimos
dias. Outro dia estava em R$
2,02 para R$ 1,96 dá 1,7% de
queda. Isso não é derreter."
Ele comemorou a nova redução da taxa de risco do Brasil
-dessa vez medida pela agência Standard & Poor's (leia texto na pág. seguinte)-, mas lamentou que o preço da melhora
seja desvalorização maior do
dólar. Para ele, é "inevitável"
para o Brasil alcançar o grau de
investimento -nota dada pelas
agências atestando que o país
avaliado tem capacidade de
honrar seus compromissos,
atraindo mais investidores.
"Eu preferia comer o omelete sem quebrar os ovos. Mas
não existe país no mundo com
grau de investimento e moeda
fraca. Isso aconteceu com o
México e a Índia", disse Mantega, acrescentando que a reclassificação brasileira cria condições para redução dos juros.
Quando a expansão da economia atingir 5%, pondera
Mantega, o grau de investimento será "inevitável". Com a redução do risco do país, Mantega
destacou que também é "inevitável" e natural uma valorização do real, pois há entrada de
novos investidores, e seus dólares, no país.
Para ele, a valorização do real
não causa "grandes problemas
para o país" nem "inviabiliza o
crescimento econômico". E
voltou a dizer que "não existe
patamar [para o real], o câmbio
é flutuante".
Apesar de atribuir a valorização do real à estabilidade macroeconômica, seguindo uma
tendência global, o ministro sugeriu que o Banco Central continuará intervindo no mercado
comprando dólares.
"O Banco Central se reserva
o direito de intervir quando ele
achar que deve intervir. Não
existe piso. Não existe teto. Não
existe limite para as reservas."
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