São Paulo, quinta-feira, 17 de maio de 2007

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"Dólar não está afundando", diz Mantega

CLÁUDIA DIANNI
JULIANNA SOFIA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse ontem que o dólar não está afundando nem derretendo, mas admitiu que é difícil conter o real em um ambiente de expressivo saldo da balança comercial e entrada de investimentos.
Na sua avaliação, a queda do dólar deve ser encarada como oscilações no câmbio. "[O dólar] não está afundando de jeito nenhum. Se você olhar o quanto desvalorizou nos últimos dias. Outro dia estava em R$ 2,02 para R$ 1,96 dá 1,7% de queda. Isso não é derreter."
Ele comemorou a nova redução da taxa de risco do Brasil -dessa vez medida pela agência Standard & Poor's (leia texto na pág. seguinte)-, mas lamentou que o preço da melhora seja desvalorização maior do dólar. Para ele, é "inevitável" para o Brasil alcançar o grau de investimento -nota dada pelas agências atestando que o país avaliado tem capacidade de honrar seus compromissos, atraindo mais investidores.
"Eu preferia comer o omelete sem quebrar os ovos. Mas não existe país no mundo com grau de investimento e moeda fraca. Isso aconteceu com o México e a Índia", disse Mantega, acrescentando que a reclassificação brasileira cria condições para redução dos juros.
Quando a expansão da economia atingir 5%, pondera Mantega, o grau de investimento será "inevitável". Com a redução do risco do país, Mantega destacou que também é "inevitável" e natural uma valorização do real, pois há entrada de novos investidores, e seus dólares, no país.
Para ele, a valorização do real não causa "grandes problemas para o país" nem "inviabiliza o crescimento econômico". E voltou a dizer que "não existe patamar [para o real], o câmbio é flutuante".
Apesar de atribuir a valorização do real à estabilidade macroeconômica, seguindo uma tendência global, o ministro sugeriu que o Banco Central continuará intervindo no mercado comprando dólares.
"O Banco Central se reserva o direito de intervir quando ele achar que deve intervir. Não existe piso. Não existe teto. Não existe limite para as reservas."


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