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Agência diz que chance de calote do Brasil é menor
Standard & Poor's melhora a classificação de risco do país; Meirelles comemora
Agência cita como ponto forte do Brasil o consistente ambiente macroeconômico;
na semana passada, Fitch já havia elevado a nota do país
DENYSE GODOY
DE NOVA YORK
Depois da Fitch Ratings, na
semana passada, ontem foi a
vez da agência Standard &
Poor's melhorar a classificação
de risco do Brasil. A sua nota
para a dívida do país feita em
moeda estrangeira passou de
BB para BB+, o que significa
que a agência vê chance menor
de o Brasil dar calote. Para a dívida adquirida em reais, a elevação foi de dois degraus, de
BB+ para BBB, já no nível de
"grau de investimento".
"O "upgrade" reflete o contínuo declínio das vulnerabilidades fiscal e externa e a expectativa de que a administração do
presidente Lula continue comprometida a seguir reduzindo
essas vulnerabilidades no seu
segundo mandato", justificou a
Standard & Poor's em comunicado. A agência citou ainda como ponto forte do Brasil o
"consistente ambiente macroeconômico" -incluindo aí o
regime de metas de inflação e o
câmbio flutuante.
"Conquista histórica"
O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, comemorou a notícia. Por meio de
sua assessoria, chamou de
"conquista histórica" a classificação de "grau de investimento" dada pela agência à dívida
interna do governo e disse que
isso foi possível devido a fatores
como o "sucesso da política
monetária". Além disso, Meirelles afirmou que "a elevação da
nota da dívida externa reflete a
melhoria dos fundamentos externos e, em particular, o acerto
da política de acumulação de
reservas internacionais" -referência às compras de dólares
que o BC tem feito.
A elevação da nota brasileira
era amplamente esperada.
"Surpresa seria se ela não acontecesse neste ano", diz Marcela
Meirelles, analista para a América Latina da administradora
de recursos americana TCW.
Como a percepção a respeito
do seu risco é menor, os países
que possuem o "grau de investimento" em moeda estrangeira
-um tipo de selo de qualidade
concedido pelas agências aos
que são bons pagadores de suas
obrigações- conseguem financiamento mais fácil e com juros
mais baixos no exterior.
Mas, para o Brasil, essa classificação não deve sair antes do
segundo semestre de 2008, dizem especialistas. E o principal
motivo é que o Brasil ainda tem
uma dívida pública muito elevada e os gastos do governo são
altos demais -deficiências
também apontadas pela Standard & Poor's no seu relatório.
"São importantes barreiras ao
crescimento e ao desenvolvimento do país", diz Marcela.
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