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Cade acerta
acordos para
fusões em
dois setores
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica)
fechou ontem acordos para
"congelar" as atuais condições
de mercado em duas operações
de fusão envolvendo pesos-pesados dos setores de combustíveis e de bebidas. Os acertos,
que valem até o órgão antitruste julgar o mérito dos casos, envolvem Petrobras/Ipiranga e
AmBev/Cintra.
Na operação em que a Ipiranga foi comprada por Petrobras/Ultra/ Braskem, o conselho encerrou ontem a flexibilização de restrições que tinha
imposto às empresas no mês
passado. O acordo assinado trata do mercado de distribuição
de combustíveis e lubrificantes. Nele, a Petrobras se compromete a manter isolados os
negócios da Ipiranga no Norte,
Nordeste e Centro-Oeste.
O conselheiro relator da fusão, Luiz Fernando Rigato, explicou que haverá um gestor independente dos ativos da Ipiranga nas três regiões. Ele não
poderá trocar informações com
o gestor dos postos Ipiranga no
Sul e Sudeste nem com a Petrobras, que tem distribuição de
combustíveis nessas regiões.
Há duas semanas, o conselho já
havia reformado parcialmente
as restrições temporárias estabelecidas para as empresas. Na
ocasião, a Braskem assinou um
acordo com o conselho se comprometendo as manter seus
ativos separados dos da Ipiranga. A Petrobras pediu prazo de
dez dias para apresentar proposta alternativa às restrições.
Cerveja
Na operação entre as duas
cervejarias, a portuguesa Cintra não vendeu sua marca à
AmBev, apenas duas fábricas.
No acordo fechado entre o Cade e as cervejarias, a AmBev
compromete-se a não adotar
quaisquer atos que impliquem
prejuízo ou redução da capacidade produtiva dessas fábricas.
Com isso, a AmBev está obrigada a continuar produzindo e
vendendo a cerveja de marca
Cintra nas mesmas condições.
Havendo venda da marca para
terceiros, o Cade deverá ser notificado. Também foi estabelecido que não poderá haver mudanças no controle societário
ou modificações expressivas
nas instalações físicas.
Além disso, fica vedada mudança "substantiva" na estrutura de pessoal que represente
demissões na produção, distribuição e comercialização da
cerveja. Os projetos de investimento da Cintra também deverão ser mantidos, assim como o
nível de propaganda da marca.
Nova multa
O governo incluiu no PAC e
encaminhou ao Congresso uma
atualização do projeto de reforma do Sistema Brasileiro de
Defesa da Concorrência, propondo multas de até R$ 2 bilhões para cartéis de grandes
empresas. Hoje, o Cade pode
aplicar multas de até 30% do faturamento da empresa no ano
anterior ao início do cartel.
(JULIANNA SOFIA)
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