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EXPORTAÇÕES
Brasil dá início ao programa de retenção de café
RICARDO GRINBAUM
DE LONDRES
O programa brasileiro de retenção das exportações de café começou a funcionar ontem. Todo
produtor ou atacadista que quiser
vender seu produto no exterior
terá de deixar 20% da mercadoria
em 13 armazéns do governo.
A medida faz parte do plano da
Associação dos Países Produtores
de Café (APPC), presidida pelo
Brasil, de diminuir a oferta do
produto no mercado internacional e forçar uma alta na cotação
do grão. Hoje, o café está cotado a
60 centavos de dólar por libra-peso, e o objetivo é chegar a 95 centavos por libra-peso.
Maior produtor mundial de café, o Brasil está sendo visto com
suspeitas pelo mercado internacional. Muitos comerciantes levantaram dúvidas sobre a real intenção do país ao limitar suas exportações. Sem a participação
brasileira, o plano de retenção está condenado ao fracasso.
O governo brasileiro acertou a
liberação de R$ 300 milhões para
financiamento dos produtores
enquanto a mercadoria fica retida
nos armazéns públicos.
A liberação da verba foi decidida numa reunião extraordinária
do Conselho Monetário Nacional
(CMN), a pedido do ministro da
Agricultura, Pratini de Moraes.
Pelas regras estabelecidas pelo governo, os produtores terão acesso
a empréstimos pagando taxas de
juros de 9,5% ao ano, contra
18,5% vigentes no mercado.
O secretário-geral da APPC, Robério Silva, diz que a iniciativa é
uma prova da seriedade do programa de retenção no país e nega
que o dinheiro de financiamento
sairá dos cofres públicos, como
apontam os críticos do plano.
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