São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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Mercado Aberto

guilherme.barros@uol.com.br

Índice de preços do varejo bate recorde em São Paulo

A alta de preços bateu recorde no comércio varejista em São Paulo em maio. O IPV (Índice de Preços no Varejo), calculado pela Fecomercio, subiu 1,46% no período e teve a maior alta desde o início da série histórica, em dezembro de 2004.
O aumento acumulado do IPV é de 2,21% no ano e de 4,92% em 12 meses. A Fecomercio diz que a pressão da inflação deve continuar nos próximos meses em razão da acomodação dos preços em um nível mais alto.
Até o primeiro trimestre, a alta no varejo estava concentrada, principalmente, nos alimentos. A partir de abril, o índice mostra que a inflação se espalhou por outros produtos. Excluindo os alimentos, o índice teve alta acumulada de 1,19% até o mês passado.
Em maio, apenas 3 dos 21 grupos monitorados tiveram queda de preço. Os principais responsáveis pela alta recorde foram os supermercados, as feiras e os açougues, os materiais de construção e os setores de vestuário, tecidos e calçados.
O grupo supermercados registrou aumento de 2,48%, contra alta de 0,10% em abril. O segmento também bateu recorde desde o início da série.
As maiores variações foram nos legumes, que subiram 17,25%, seguidas pela alta de cereais (10,72%), tubérculos (8,86%), aves (7,35%), verduras (5,65%) e panificados (5,42%).
A Fecomercio atribui o aumento de preços nos supermercados ao valor das commodities e à instabilidade climática que prejudicou a safra de alguns produtos agrícolas.
Nas feiras, que registraram alta de 3,29%, os itens "in natura" também foram os que tiveram mais reajustes. A alta acumulada até maio foi de 7,71%.
Com a alta da soja e do milho e o fim da restrição à importação de uma parcela das carnes brasileiras, os preços nos açougues foram pressionados e subiram 3,72% no mês passado.
Outra fonte de pressão inflacionária em maio foram os preços dos materiais de construção, que registraram a 11ª alta seguida e subiram 3,90%. Só neste ano, os itens já avançaram 6,97%.
O IPV é obtido a partir de dados coletados em 2.000 estabelecimentos comerciais no município de São Paulo, com 21 segmentos varejistas e 450 subitens pesquisados.

NA CARTEIRA

O leasing cresceu 109,16% em abril, segundo a Associação Brasileira de Leasing. O saldo do valor presente da carteira de leasing alcançou R$ 81,438 bilhões. Na comparação com março, a evolução foi de 7,10%. Os novos negócios somaram R$ 8,169 bilhões, com alta de 156,80% ante abril de 2007. O valor de novos negócios fechados acumulado no ano foi de R$ 26,982 bilhões.

FARO FINO
Circulam rumores na Vale de que o melhor negócio para a gigante brasileira não seria a compra da mineradora Anglo American, e sim a da Freeport-McMoRan, segunda maior produtora mundial de cobre.

BAGAÇO
O grupo Equipav fechou um contrato de US$ 250 milhões com a International Paper para fornecimento de energia gerada a partir do bagaço e da palha de cana-de-açúcar durante os próximos 12 anos.

USINA
O Ibama entrou com pedido para suspender liminar concedida pela Justiça Federal do Maranhão que pedia revogação da licença para construir a usina de Estreito, entre TO e MA. O consórcio responsável diz que não parou as obras porque não foi notificado. A obra é da Suez, da Vale, da Alcoa e da Camargo Corrêa.

SAPATINHO
Jorge Donadelli, após três anos, deixará a presidência do Sindifranca (da indústria calçadista de Franca).

NA TAÇA
A Wine Choice lança rede de franquias e quer atingir 200 lojas em cinco anos. A próxima unidade será inaugurada no fim de julho, em Campinas. O quiosque é climatizado e tem 220 rótulos de vinhos de 20 países.

NO FRASCO
A Química Amparo, dona da marca Ypê, investiu R$ 5 milhões para implantar o processo IML ("in molde label"), em que o rótulo é fundido no frasco do produto. A empresa é a única no setor de limpeza a ter o sistema.

CÓDIGO SECRETO
Alexandre Corigliano, diretor da Disoft, que lança software para ler um código criptografado que é impresso em folhas de cheque; o símbolo foi patenteado pela Interprint, especializada em produtos de segurança para bancos, e a tecnologia foi lançada no Congresso Internacional de Automação Bancária, em São Paulo; "o produto aumenta a segurança e a confiabilidade dos cheques, e tenho percebido grande interesse dos bancos", diz Corigliano

DISPARADA
A inflação ao consumidor deve continuar em aceleração e, neste momento, seria temerário não entrar em alerta, de acordo com o relatório da Gradual Corretora, que usa a evolução recente dos preços da arroba do boi no Brasil como exemplo para ilustrar a volta da alta de preços (veja o gráfico ao lado com base em dados da Esalq e da BM&F).


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