São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Bolsa mostra fôlego para se recuperar e sobe 0,12%

Em dia de alta de juros na BM&F, dólar cai a R$ 1,626

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

A Bovespa começou a semana com um pregão de fortes oscilações. Após alternar movimentos de alta e baixa, a Bolsa fechou em terreno positivo, com pequeno ganho de 0,12%.
Com a elevação nas previsões do mercado para a Selic e para o IPCA, apontada na pesquisa semanal do Banco Central, a Bolsa não teve forças para ter um desempenho mais animador. Já no mercado de câmbio, o que se viu foi o dólar recuar para R$ 1,626, com baixa de 0,61%, firmando-se em seu menor patamar desde janeiro de 1999.
Na BM&F (Bolsa de Mercadorias & Futuros), os contratos de juros mostraram o incômodo dos investidores com a deterioração das previsões -e as taxas fecharam em alta nos DIs mais negociados.
No contrato DI (que mostra os juros futuros) que vence em 12 meses, a taxa subiu de 14,31% para 14,38% ao ano. No papel com resgate em 18 meses, a taxa aumentou de 14,84% para 14,92% anuais.
O que a pesquisa semanal Focus, feita pelo BC com cem instituições financeiras, mostrou foi uma elevação de 14% para 14,25% na previsão da taxa Selic para o fim do ano. Para o IPCA -índice de inflação utilizado para monitorar a meta do BC-, houve aumento de 5,55% para 5,80% na estimativa para a alta de preços em 2008. Um IPCA maior eleva as chances de o Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) intensificar o processo de aperto monetário, subindo os juros.
A taxa básica Selic está atualmente em 12,25%. Analistas afirmam ser muito remota a possibilidade de a Selic vir a ser reduzida antes do segundo semestre de 2009.
Na primeira hora de pregão, a Bovespa chegou a recuar 1,15%, para 66.430 pontos. Uma melhora só foi sentida no decorrer do pregão. O índice Ibovespa, o mais relevante da Bolsa, encerrou a 67.284 pontos.
Com o atual processo de elevação das taxas de juros praticadas no país, o mercado acionário pode começar a sentir maiores dificuldades para atrair os investidores. Como esse segmento carrega riscos muito superiores ao representado pelas aplicações de renda fixa, os investidores podem optar por deixar a Bolsa em segundo plano.
Ao menos neste mês o investidor pessoa física ainda tem mantido suas aplicações em Bolsa. Segundo o último levantamento da Bovespa, referente ao dia 11, o investidor pessoa física mais comprou que vendeu ações no mês no montante de R$ 3,39 bilhões.


Texto Anterior: Saiba mais: Projeto de lei impõe cotas de programação
Próximo Texto: Petrobras confirma que pode instalar refinaria no MA
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.