São Paulo, terça-feira, 17 de junho de 2008

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Governo busca acordo no reajuste de aposentados

Planalto acena com aumento real também para quem recebe mais do que 3 mínimos

Negociação na Câmara discute alteração da emenda que iguala o reajuste do piso ao aumento de todos os benefícios pagos pelo INSS

DO "AGORA"

A liderança do governo na Câmara deve procurar a oposição, nesta semana, para fechar um acordo sobre a política de reajuste para aposentados. O governo já admite dar aumento real -acima da inflação- também para os segurados que recebem mais do que três mínimos (R$ 1.245).
A proposta inicial era priorizar o reajuste maior para quem ganha até esse valor.
A negociação é para alterar a emenda que iguala o reajuste do piso ao aumento de todos os benefícios do INSS. O projeto foi aprovado pela Comissão Especial do Salário Mínimo e vai a plenário. Se uma proposta for fechada entre a oposição e o governo, a emenda poderá ser substituída.
"Vamos discutir, ainda nesta semana, primeiro com a bancada e, depois, com a oposição, uma proposta de reajuste substancial para os 8,2 milhões que ganham acima do piso. Pode ser um aumento fixo, em reais, ou até um escalonamento com reajuste sempre acima da inflação", disse o deputado federal Maurício Rands (PT-PE), líder do partido na Câmara.
Se o reajuste for escalonado, quem ganha mais que três mínimos poderá ter aumento maior que a inflação.
Segundo Rands, os parâmetros da proposta de reajuste serão o crescimento econômico, com base no PIB (Produto Interno Bruto), e a inflação pelo INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor).
Caso seja usada a regra do reajuste fixo, quem receber até um valor limite, no caso três mínimos, terá um aumento igual em reais. Quem tiver um salário maior terá apenas a inflação reposta.
Se essa regra fosse usada neste ano, o aumento fixo seria de R$ 62,25. Pela proposta do índice de reajuste escalonado, os aposentados que ganham acima do piso teriam um aumento de 6% a 8%. No ano, o mínimo subiu 9,21%, e o benefício maior que o piso aumentou 5%.
"Vamos dialogar. Estamos esperando também os resultados dos estudos feitos pela assessoria técnica do governo sobre o impacto do reajuste", disse o líder do PT na Câmara.
O governo tem pressa para discutir o reajuste dos aposentados, já que a proposta que iguala o aumento do mínimo e de todos os benefícios do INSS pode ser votada no plenário até o dia 17 de julho.
No entanto, a aprovação da proposta na Comissão Especial do Salário Mínimo ainda causa polêmica.
Parte da oposição já sinaliza em favor de uma negociação com o governo para a derrubada do reajuste igual para todos os segurados. "Há espaço para discussão dentro do partido", disse o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE), vice-líder tucano.


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