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Varejo vê falta de eletrodomésticos
Com corte do IPI e aumento na demanda, estoque de geladeiras e de máquinas de lavar está no fim, dizem lojistas
Segmento de materiais de
construção, também
beneficiado pelo IPI menor,
vai pedir ao governo
prorrogação do incentivo
André Vicente/Folha Imagem
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Loja de eletrodomésticos na zona leste paulistana; varejo enfrenta falta de produtos, como geladeiras e máquinas de lavar roupa
DA REPORTAGEM LOCAL
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Com o aquecimento na demanda por produtos da chamada linha branca (geladeira, fogões, máquinas de lavar, entre
outros) por conta da redução
do IPI, em meados de abril, algumas redes varejistas já se
queixam de falta de itens.
"Está difícil [manter o estoque]. Começaram a faltar geladeira e principalmente máquina de lavar nessas últimas semanas. A indústria está aumentando sua produção, mas a gente não tem negociação de preço", disse Luiza Trajano, presidente da Magazine Luiza.
Segundo ela, o corte no IPI
representou aumento nas vendas entre 20% e 25% na rede.
Também o Wal-Mart, terceira maior rede varejista, admite
ter percebido maior dificuldade em receber os produtos após
um crescimento de 30% nas
vendas com a concessão do benefício. Mas ressalta, em nota,
que tem conseguido atender a
demanda dos clientes.
"O que houve foi um superaquecimento na demanda em
prazo muito curto, o que não
era esperado", disse Marcel Solimeo, economista-chefe da
ACSP (Associação Comercial
de São Paulo). Para ele, a situação se normalizará em breve.
Problemas com estoques se
estendem para outras redes,
como a Lojas Cem e a Lojas Colombo, que também afirmaram
que enfrentam falta de alguns
produtos como lavadoras e refrigeradores.
Segundo o presidente da Eletros (Associação Nacional de
Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos), Lourival Kiçula, porém, não há um desabastecimento mais generalizado.
"Pode faltar um ou outro item
em algumas lojas, mas a indústria está trabalhando para atender a demanda."
Ele afirmou que os fabricantes voltaram a contratar, e a
produção aumentou 20% em
maio em relação ao mesmo mês
do ano passado.
"Esperamos que o benefício
[da redução do IPI] possa ser
estendido", afirmou.
Construção
Também beneficiados pela
redução do IPI, a indústria e o
varejo de material de construção pedirão hoje ao governo,
durante a reunião do GAC
(Grupo de Acompanhamento
da Crise), a prorrogação do incentivo. Segundo Cláudio
Conz, integrante do GAC e presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes
de Material de Construção), o
setor começa a receber neste
momento os primeiros pedidos
relacionados ao programa Minha Casa, Minha Vida, projeto
de estímulo à construção de habitações populares. O governo
prevê a construção de até 1 milhão de moradias.
"Não faz sentido, justamente
agora, os incentivos serem suspensos. Creio que isso será considerado e haverá a prorrogação", afirma Conz.
De acordo com ele, as vendas
se recuperaram 15% em maio,
em parte por causa das medidas de desoneração.
Para o presidente do sindicato do comércio varejista de material de construção da Grande
São Paulo, Reinaldo Pedro Correa, não "houve crescimento
[da demanda] acima de expectativas". Mas, para ele, a manutenção do IPI reduzido é fundamental para assegurar o atual
patamar de venda.
(AGNALDO BRITO, NATÁLIA PAIVA e PAULO DE ARAUJO)
Colaborou o "Agora"
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