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Bolsa volta a cair e acumula desvalorização de 3,7% no mês
Dados da indústria dos EUA
desanimam; dólar vai a R$ 1,966
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Bolsa de Valores de São
Paulo encarou mais um pregão
de perdas. Como ocorreu anteontem, o cenário externo menos animado ditou o rumo dos
negócios no mercado financeiro local: enquanto a Bovespa
caiu 1,59%, o dólar encerrou as
operações em alta de 0,67%, cotado a R$ 1,966.
Nas primeiras horas de pregão, a impressão era que o dia
poderia ser diferente, pois o índice Ibovespa (que agrupa as 65
ações brasileiras de maior peso) chegou a computar apreciação de 0,88%. Porém o mercado de ações perdeu fôlego nos
Estados Unidos e acabou por
esfriar os ânimos dos investidores no Brasil.
O mercado concentrou suas
atenções em dados da economia norte-americana apresentados ontem, que mostraram
números tanto animadores
quanto decepcionantes.
Primeiro, os investidores comemoraram o resultado da
construção de moradias nos
EUA, que deu um salto 17,2%
em maio. Mas depois desanimaram com os números da indústria, cuja produção recuou
1,1% no mês, o que reacendeu
os temores sobre o ritmo de recuperação da maior economia
do mundo. Também desagradou a utilização da capacidade
instalada da indústria do país,
que desceu a seu mais baixo nível desde 1967.
Ainda nos EUA, foi divulgado
o PPI (índice de preços ao produtor), que mostrou aumento
de 0,2% no mês passado.
O resultado das Bolsas nos
EUA foi parecido com o registrado no Brasil: o índice Dow
Jones teve queda de 1,25%, e a
Nasdaq recuou 1,11%.
Na Europa, se o dia foi um
pouco melhor, não chegou a ser
muito positivo. A Bolsa de Londres subiu, mas apenas 0,06%;
em Frankfurt, a alta registrada
foi de 0,02%.
No acumulado do mês, a Bovespa passou a ficar em situação pior que a vivida pelas
maiores Bolsas do mundo. Com
queda de 3,74% em junho, a
Bolsa brasileira sofre perdas
mais fortes que a registrada por
Londres (-2,02%); em Nova
York, o Dow Jones resiste no
azul, com leve alta de 0,05% no
mês; em Tóquio, a alta no período é de 2,42%.
Ao menos o resultado da Bolsa local no ano -quando acumula valorização de 36,37%-
ainda é destaque: para o índice
americano Dow Jones, o resultado anual é de queda de 3,10%;
em Londres, o recuo no período
está em 2,38%.
Mais perdas
A maioria das ações do Ibovespa terminou com desvalorização ontem: dos 65 papéis do
índice, 50 recuaram.
Como no pregão anterior,
entre os destaques de perdas da
Bolsa ficou o setor de siderurgia e mineração. Na lista das
maiores baixas de ontem, apareceram Usimimas ON, que
caiu 5,24%, Gerdau PN
(-3,64%) e Companhia Siderúrgica Nacional ON (-3,57%).
Para as ações preferenciais
da Petrobras, as mais negociadas da Bolsa doméstica, o dia
também foi de queda, de 2,25%.
Em Nova York, o barril de petróleo registrou leve baixa, de
0,21%, cotado a US$ 70,47.
Na outra ponta, ficaram os
papéis Light ON, com alta de
3,76%, Eletropaulo PNB, que
subiu 3,49%, e VCP PN (2%).
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