|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Foco
Primeiro leilão dos bens da Vasp vende imóvel e carros; aviões "encalham"
VERENA FORNETTI
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
As aeronaves que pertenciam à Vasp não interessaram
nem a compradores de sucata
no primeiro leilão dos bens da
companhia aérea realizado
ontem em São Paulo. Nenhum dos 27 aviões, avaliados em cerca de R$ 19 milhões, foi arrematado.
Os três Airbus-A300, os 22
Boeing-737/200 e os dois
Boeing-727/200 não podem
mais voar. De acordo com especialista ouvido pela Folha,
só uma das aeronaves teria
condições de ser recuperada.
Elas valem, porém, pelo
metal que contêm e pelas peças que sobraram. Mesmo assim, não se sabe o que pode
ser aproveitado. Como os
aviões estão em aeroportos
de Estados como Amazonas,
São Paulo e Maranhão, os interessados ainda não conseguiram vê-los. Segundo o leiloeiro Sergio Villa Nova de
Freitas, o interior das aeronaves está "canibalizado".
A reportagem conversou
com três compradores de sucata interessados nas peças e
todos disseram que os lances
mínimos foram muito altos.
Fábio Franco de Assis, proprietário da Excel Brasil, que
compra e vende peças e metais, afirmou que o preço exigido estava fora de mercado.
Para o leiloeiro, mais interessados devem aparecer na
próxima venda, depois que as
aeronaves forem reavaliadas,
e os preços, provavelmente
rebaixados. "Infelizmente, as
aeronaves não têm condição
de voar, e a maioria deve ser
considerada sucata."
Além dos aviões, foram colocados à venda um imóvel
no Paraná, equipamentos de
transporte -como carreta e
rebocador-, uma moto
2003/2004 (vendida por R$
2.200) e nove carros Gol MI
entre outros veículos, todos
fabricados na década de 1990.
Os bens vendidos renderam R$ 387 mil. Ainda não há
avaliação oficial de quanto é a
dívida da Vasp, que faliu em
setembro de 2008. A cada dia,
ainda chegam ao fórum novos pedidos de supostos credores da companhia.
Sidney Maia, 60, ex-funcionário da Vasp que assistiu ao
leilão de ontem, diz que a empresa deve a ele cerca de R$
45 mil por salários atrasados,
multas e FGTS. "O leilão foi
uma decepção, mas tem muito para ser vendido. São cerca
de 400 imóveis em todo o
país. Só espero que vendam
logo para que a gente consiga
receber nossos salários."
Texto Anterior: Publicidade vai recuar no mundo e crescer no Brasil, diz pesquisa Próximo Texto: GM negocia Saab para montadora sueca que tem só 45 funcionários Índice
|