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RETOMADA
Saldo de contratações em junho leva ministro a elevar a previsão de crescimento dos empregos com carteira assinada
Governo prevê criar 1,8 mi de vagas no ano
CLAUDIA ROLLI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Ministério do Trabalho refez
a estimativa de criação de emprego com carteira assinada e prevê
que 1,8 milhão de postos de trabalho sejam abertos em 2004. A previsão anterior era de 1,3 milhão de
vagas no ano.
O desempenho do mercado de
trabalho formal no mês passado e
no primeiro semestre deste ano
levou o governo a refazer suas
projeções. O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, anunciou
ontem que 1,034 milhão de empregos foram abertos de janeiro a
junho deste ano, o melhor resultado para o período desde 1992.
A criação de vagas no acumulado deste ano supera o total de vagas abertas em 2003 -quando o
saldo entre as contratações e as
demissões foi de 645,4 mil.
Os dados fazem parte do Caged
(Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados), elaborado pelo
ministério a partir de informações enviadas mensalmente pelas
empresas de todo o país.
No mês passado, foram criadas
207,9 mil vagas -também o melhor desempenho para um mês de
junho nos últimos 12 anos.
"O processo de recuperação do
emprego foi puxado pelo agronegócio e pelas exportações. Mas
também há um dinamismo no setor de varejo, já observado no
consumo de bens semiduráveis
[roupas e calçados] e no de não-duráveis [alimentos]. A retomada
do consumo já ocorre em setores
que são influenciados pela renda e
pelo emprego" afirmou.
Os setores que mais contribuíram para a criação de vagas em junho foram agricultura (78,4 mil),
indústria (47,5 mil), setor de serviços (39,6 mil ), comércio (28,3
mil) e construção civil (10 mil).
"O desempenho em junho foi
muito positivo em todos os setores, exceto na educação [fechamento de 1.377 vagas]. Assim
mesmo, o resultado acumulado
no ano nesse setor ainda é positivo [45,1 mil]", disse o ministro.
O interior do país continua
criando mais empregos formais
do que as regiões metropolitanas.
Dos 207,9 mil postos abertos,
126,4 mil foram no interior. A única exceção foi o Estado do Rio
Grande do Sul, onde a criação de
empregos foi maior na região metropolitana do que no interior.
Campanha
Berzoini destacou que, desde o
início do governo Lula, foi criado
1,7 milhão de vagas.
Durante a campanha eleitoral,
Lula prometeu criar 10 milhões de
empregos durante os quatro anos
de gestão.
"Não estamos trabalhando com
metas fixas. Nosso objetivo é gerar emprego suficiente para reduzir o desemprego", afirmou.
O ministro atribuiu à política
cambial "equivocada" do governo FHC a culpa "por dizimar milhares de empregos no país".
O ministro estimou ainda que o
PIB (Produto Interno Bruto) deva
crescer cerca de 4% neste ano.
"Pelos indicadores de exportação,
de agronegócios e da retomada do
mercado interno, já podemos trabalhar com a expectativa de 4%
sem nenhum medo de errar."
A divulgação dos dados do Caged estava prevista para ocorrer
na próxima semana, mas foi antecipada para ontem, segundo a Folha apurou, em razão da manifestação da CUT e de entidades ligadas a movimentos sociais contra a
política econômica do governo
Lula, que ocorreu na avenida Paulista. "Fico feliz de poder divulgar
informações positivas como essa
num dia em que uma central sindical está fazendo manifestações.
Isso mostra que aquilo que está
sendo reivindicado está sendo em
parte viabilizado pela política do
governo."
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