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Indústria volta a contratar em maio
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
O emprego na indústria medido
pelo IBGE cresceu 1,03% em maio
sobre o mês anterior, após ter registrado queda de 0,47% em abril.
Na comparação com igual mês no
ano anterior, também houve crescimento, de 0,85%, o primeiro
nessa forma de comparação desde o 0,16% de março do ano passado. No acumulado do ano e nos
12 meses encerrados em maio, as
variações ainda estavam negativas, em 0,3% e em 0,9%.
A folha de pagamento real apresentou variação negativa de 1,14%
em relação a abril, a terceira queda seguida, mas cresceu 7,2% na
comparação com maio de 2003.
De janeiro a abril, a folha de pagamento da indústria cresceu 8,8%,
e, em 12 meses, 1,9%. A folha média, que representa o total de rendimentos por empregado, cresceu 6,3% sobre maio de 2003,
9,2% no ano e 2,8% em 12 meses.
"A retomada da produção industrial começa a rebater no emprego", disse André Macedo, economista da Coordenação de Indústria do IBGE. Em maio, a produção industrial cresceu 2,2% sobre abril e 7,8% em relação a maio
de 2003.
Mas Macedo ressalva que, apesar de os números do emprego na
indústria terem sido positivos em
todas as formas de comparação,
setorialmente a recuperação do
emprego ainda está mais concentrada nos setores voltados para
exportações, para o agronegócio
ou para bens de capital.
O maior crescimento das contratações por setor na comparação com maio de 2003 foi em máquinas e equipamentos (12,5%),
seguido de alimentos e bebidas
(2,6%). Do lado negativo, as pressões foram nos setores de vestuário (-8,8%), de papel e gráfica
(-6,0%) e de minerais não-metálicos, como cimento (-5,3%).
Para Macedo, os números setoriais estão de acordo com a dinâmica da recuperação industrial.
"É natural que setores mais voltados para o mercado interno ainda
não mostrem recuperação do emprego, porque só em maio se verifica mais claramente a recuperação generalizada da indústria."
De acordo com a análise do economista, há uma defasagem entre
o aumento da produção e o do
emprego que reflete o tempo que
o empresário precisa para avaliar
se o aumento da demanda é duradouro ou transitório.
Entre as 14 regiões que fazem
parte da pesquisa do IBGE, 9
apresentaram recuperação do
emprego na comparação de maio
com maio de 2003. Os desempenhos de Minas Gerais (3,8% de
aumento), regiões Norte e Centro-Oeste (4,8%) e do Paraná
(3,6%) tiveram o maior peso no
resultado positivo geral.
Em São Paulo, o indicador ficou
praticamente estável, com recuperação de 0,07%. Dados da Fiesp
divulgados na quarta-feira mostram que, em junho, a indústria
paulista bateu recorde de criação
de empregos, com 12.124 vagas a
mais que em maio (0,79%).
Salário menor
O fato de a pesquisa ter mostrado que havia mais gente trabalhando em maio do que em abril e
e ainda assim a folha real de pagamento ter sido menor tem como
uma das leituras, segundo o técnico do IBGE, a de que os salários
não acompanharam no período a
recuperação do emprego.
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