São Paulo, terça-feira, 17 de julho de 2007

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Financiamento para casa própria cresce 67% no 1º semestre

Total de recursos para aquisição de imóvel com recursos da poupança alcançou R$ 6,94 bilhões nos seis primeiros meses do ano, afirma associação do setor

KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE

Os empréstimos para a compra da casa própria com recursos da poupança bateram recorde e somaram R$ 6,94 bilhões no primeiro semestre do ano, alta de 67,4% na comparação com o ano passado. Apenas em junho, as operações somaram R$ 1,4 bilhão, superando em 56,14% o mesmo mês de 2006, segundo dados da Abecip (associação das entidades de crédito imobiliário).
Considerando o desempenho dos últimos 12 meses, o total de recursos destinados ao mercado superou R$ 12,1 bilhões. O número de unidades financiadas no semestre foi de 80.907, ante 51.031 do mesmo intervalo do ano passado. Só em junho, foram 16.704, contra 10.385 do mesmo mês de 2006.
Segundo o superintendente técnico da Abecip, José Pereira Gonçalves, os resultados favoráveis permitem prever que, em 2007, o número de tomadores de empréstimos pode passar os 150 mil. Em valores, as operações podem ficar acima dos R$ 12 bilhões previstos no início do ano. "A estabilidade econômica e a flexibilidade dos bancos em relação aos prazos e aos valores financiados continuam aquecendo o mercado."
No ano passado, a Abecip registrou empréstimos no valor de R$ 9,3 bilhões, 92% acima dos números de 2005. Foram 114 mil unidades financiadas -pela primeira vez o setor rompeu a barreira das 100 mil.
Para os próximos cinco anos, segundo Pereira, a expectativa é de alta entre 20% e 30% nos empréstimos liberados da poupança. "Uma alta como a registrada de 2006 não vai acontecer mais porque atingimos uma base alta. Mas a tendência é de crescimento sustentável."
Pereira afirmou que entre os fatores que incentivam o crédito estão as prestações fixas, já adotadas por alguns bancos, a ampliação no prazo de financiamento para até 25 anos (até 2002, eram 12 anos) e a ampliação dos valores financiados, de 50% para até 85%.
Os juros cobrados pelos bancos nos financiamentos, diz Pereira, chegaram no menor valor possível. "A captação dos recurso tem um curso de, pelo menos, 6% a 6,5% ao ano." As correções do saldo devedor, porém, podem cair, acompanhando a redução da taxa Selic. Atualmente, elas estão entre 1,5% e 1,6% ao ano. Entre 2001 e 2006, a média foi de 2,7%.
Também foi expressivo, em junho, o ritmo da captação de recursos. Os depósitos em contas de poupança superaram os saques em R$ 1,8 bilhão, elevando a quase R$ 6 bilhões o montante total líquido captado no primeiro semestre de 2007.

Caixa
A Caixa Econômica Federal informou que, apenas com recursos da poupança, registrou, no primeiro semestre de 2007, aplicação de R$ 2,6 bilhões em habitação, o que corresponde a 49.200 unidades. No mesmo período do ano passado, foram R$ 1,8 bilhão e 41.234 unidades.
O valor total de operações realizadas pela Caixa deve ser divulgado na semana que vem. Até o dia 16 de maio, o banco havia liberado o volume recorde de R$ 5,16 bilhões em concessões de crédito imobiliário, 20% superior ao concedido no mesmo período do ano passado (R$ 4,30 bilhões).


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