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Financiamento para casa própria cresce 67% no 1º semestre
Total de recursos para aquisição de imóvel com recursos da poupança alcançou R$ 6,94 bilhões nos seis primeiros meses do ano, afirma associação do setor
KAREN CAMACHO
DA FOLHA ONLINE
Os empréstimos para a compra da casa própria com recursos da poupança bateram recorde e somaram R$ 6,94 bilhões no primeiro semestre do
ano, alta de 67,4% na comparação com o ano passado. Apenas
em junho, as operações somaram R$ 1,4 bilhão, superando
em 56,14% o mesmo mês de
2006, segundo dados da Abecip
(associação das entidades de
crédito imobiliário).
Considerando o desempenho dos últimos 12 meses, o total de recursos destinados ao
mercado superou R$ 12,1 bilhões. O número de unidades
financiadas no semestre foi de
80.907, ante 51.031 do mesmo
intervalo do ano passado. Só
em junho, foram 16.704, contra
10.385 do mesmo mês de 2006.
Segundo o superintendente
técnico da Abecip, José Pereira
Gonçalves, os resultados favoráveis permitem prever que,
em 2007, o número de tomadores de empréstimos pode passar os 150 mil. Em valores, as
operações podem ficar acima
dos R$ 12 bilhões previstos no
início do ano. "A estabilidade
econômica e a flexibilidade dos
bancos em relação aos prazos e
aos valores financiados continuam aquecendo o mercado."
No ano passado, a Abecip registrou empréstimos no valor
de R$ 9,3 bilhões, 92% acima
dos números de 2005. Foram
114 mil unidades financiadas
-pela primeira vez o setor
rompeu a barreira das 100 mil.
Para os próximos cinco anos,
segundo Pereira, a expectativa
é de alta entre 20% e 30% nos
empréstimos liberados da poupança. "Uma alta como a registrada de 2006 não vai acontecer mais porque atingimos uma
base alta. Mas a tendência é de
crescimento sustentável."
Pereira afirmou que entre os
fatores que incentivam o crédito estão as prestações fixas, já
adotadas por alguns bancos, a
ampliação no prazo de financiamento para até 25 anos (até
2002, eram 12 anos) e a ampliação dos valores financiados, de
50% para até 85%.
Os juros cobrados pelos bancos nos financiamentos, diz Pereira, chegaram no menor valor
possível. "A captação dos recurso tem um curso de, pelo menos, 6% a 6,5% ao ano." As correções do saldo devedor, porém, podem cair, acompanhando a redução da taxa Selic.
Atualmente, elas estão entre
1,5% e 1,6% ao ano. Entre 2001
e 2006, a média foi de 2,7%.
Também foi expressivo, em
junho, o ritmo da captação de
recursos. Os depósitos em contas de poupança superaram os
saques em R$ 1,8 bilhão, elevando a quase R$ 6 bilhões o
montante total líquido captado
no primeiro semestre de 2007.
Caixa
A Caixa Econômica Federal
informou que, apenas com recursos da poupança, registrou,
no primeiro semestre de 2007,
aplicação de R$ 2,6 bilhões em
habitação, o que corresponde a
49.200 unidades. No mesmo
período do ano passado, foram
R$ 1,8 bilhão e 41.234 unidades.
O valor total de operações
realizadas pela Caixa deve ser
divulgado na semana que vem.
Até o dia 16 de maio, o banco
havia liberado o volume recorde de R$ 5,16 bilhões em concessões de crédito imobiliário,
20% superior ao concedido no
mesmo período do ano passado
(R$ 4,30 bilhões).
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