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Telecom Italia vende ações na BrT por US$ 550 mi
Sócios da operadora de telefonia fixa devem anunciar acordo até o final desta semana
Hipótese é que agora Citi,
fundos e Opportunity,
sócios remanescentes da BrT, promovam fusão
da empresa com a Oi
JANAÍNA LEITE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os sócios da BrT (Brasil Telecom), operadora de telefonia fixa que atua em três regiões do
país, deverão anunciar até o fim
da semana uma mudança no
bloco de controle da empresa.
A Telecom Italia vendeu suas
ações, equivalentes a 19% do
total da BrT, para outros dois
grandes acionistas da companhia, fundos de pensão brasileiros e Citigroup.
A princípio, a Telecom Italia
continuará no Brasil como dona da TIM Brasil, segunda colocada no ranking das empresas
de telefonia móvel.
As conversas entre italianos,
entidades de previdência e Citi
esquentaram no fim de abril.
Foram tocadas pelo vice-presidente da Telecom Italia, Carlo
Buora, e a Angra Partners, administradora dos recursos pertencentes aos fundos de pensão
e ao Citi. O acordo terminou fechado por US$ 550 bilhões
(cerca de R$ 1,1 bilhão).
A BrT atua nas regiões Norte,
Sul e no Centro-Oeste. Desde
2001, é alvo da maior disputa
societária da história brasileira,
com seus quatro principais donos -fundos, Citi, Telecom Italia e Opportunity- protagonizando lances que vão de processos judiciais a acusações de
espionagem.
A hipótese mais cogitada para o futuro da BrT é que os sócios remanescentes (Citi, fundos e Opportunity) promovam
sua fusão com a Oi (ex-Telemar), maior tele fixa do país.
Isso poderia ser feito em um
único passo, com todos colocando suas ações à venda de
forma simultânea no mercado,
ou em duas etapas, com Citi e
fundos comprando antes a parte do Opportunity -na BrT e
na Telemar.
Nos dois casos, entretanto,
permanece uma dúvida. Citi e
fundos selaram outro acordo
há dois anos, chamado "put".
Segundo o documento, que
nunca ficou inteiramente conhecido pelo mercado, os fundos comprometiam-se a comprar as ações do banco americano por um valor, à época, três
vezes maior que o de mercado.
A pergunta é se os acionistas
do Citi concordarão que pulverizar é melhor negócio, uma vez
que o valor do "put", de acordo
com especialistas no setor, dificilmente será conseguido com
uma pulverização.
O mercado também questiona por quanto o Opportunity
venderia seus papéis. O preço
cobrado pela Telecom Italia é
tido como baixo -cerca de R$
38 a ação, ante mais de R$ 50
obtidos no mercado- e, segundo europeus ligados à operadora, só foi obtido porque os italianos quiseram agradar ao governo brasileiro, favorável à retirada de obstáculos para a
união da Telemar e da BrT.
Os italianos dependem de
aval da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para
permanecer no Brasil, caso um
consórcio liderado pela espanhola Telefônica consiga entrar no bloco de controle da Telecom Italia no lugar da atual
acionista majoritária, a Pirelli.
Isso porque a lei brasileira
não permite o mesmo bloco
controlador em mais de uma
tele com a oferta do mesmo serviço. A Telefônica é responsável pela telefonia fixa de São
Paulo e detém metade da Vivo,
a maior tele móvel do país.
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