São Paulo, quinta-feira, 17 de julho de 2008

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MERCADO ABERTO

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Inadimplência sobe 6% no 1º semestre

O aumento dos juros e a disparada dos preços já começaram a se refletir no endividamento dos consumidores. Com uma maior parte da renda comprometida com os alimentos e com o pagamento do aluguel, cresce o número de pessoas que deixaram de quitar as dívidas.
Os débitos avançaram 6,1% no primeiro semestre sobre igual período de 2007, mostra o indicador Serasa para pessoas físicas. Nos primeiros seis meses do ano passado, o índice caiu 1,6%. Em 2008, o indicador sobe desde janeiro e, em junho, avançou 7,1% ante 2007.
"O ano passado foi muito bom para o crédito, que subiu com a renda e o emprego. O resultado do semestre já mostra que não teremos esse mesmo quadro", diz Carlos Henrique de Almeida, assessor econômico da Serasa.
O valor médio das dívidas também aumentou em todas as categorias analisadas pelo índice. Segundo a Serasa, o endividamento da população começa a preocupar porque deve haver avanço de preços e de juros com menor elevação da renda, mas, de forma geral, a inadimplência não é alarmante.
Os atrasos de pagamentos aos bancos foram o principal problema do consumidor de janeiro a junho, com 43,2% do total das dívidas -no mesmo período de 2007, o percentual foi de 37,9%. O valor médio dos débitos foi de R$ 1.375,36, avanço de 8,2% sobre o ano passado.
As dívidas com cartão de crédito e financeiras responderam por 32% da inadimplência de pessoas físicas no período, índice que quase repetiu o resultado de 31,1% dos primeiros seis meses do ano passado. Apesar do percentual parecido, o valor médio das dívidas aumentou 16,4% em relação a 2007 e fechou o semestre em R$ 416,15.
Cheques devolvidos foram a terceira maior causa de inadimplência no primeiro semestre, com 22,5% de participação. O número é menor que o registrado em 2007, quando esse tipo de pendência representou 28,4% do indicador.

RECORDE
Carlos Lupi (Trabalho) anuncia hoje novo recorde na geração de empregos formais na economia. Os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) vão mostrar um crescimento de mais de 40% na contratação de empregados com carteira de trabalho no primeiro semestre ante o mesmo período de 2007. Foi criado cerca de 1,4 milhão de empregos formais nos primeiros seis meses de 2008. Só em relação a maio, a expansão foi de 80%. Pelo visto, a economia continua bastante aquecida.

OLHARES
O setor óptico ganhou espaço no mercado de luxo nacional. Segundo a Abiótica (associação de ópticos), até o fim do ano, o segmento deve superar R$ 11 bilhões em faturamento. Cerca de R$ 400 milhões devem ser negociados até sábado na Expo Abióptica 2008 em SP.

NO PALCO
A Secretaria da Cultura do Espírito Santo e o Sebrae-ES lançaram, em Vitória, o Programa de Desenvolvimento da Cultura, com investimento de mais de R$ 1 milhão.

SEM CORRUPÇÃO
O World Economic Forum, por meio do programa anticorrupção Paci, em parceria com a Câmara Internacional de Comércio, a Transparency International e as Nações Unidas Global Compact, lança relatório sobre combate à corrupção nas empresas. O mapeamento baseado em resultados de 2007 da percepção de corrupção vista por analistas, mostra, entre os mais corruptos, Somália, Iraque e Haiti, com pontuação entre 1 e 2. Os menores registros de corrupção estão na Dinamarca e Finlândia, perto de 10. O Brasil tem 3,5 pontos. Na separação setorial, construção e telecomunicação estão entre os que têm pior nota.

PROJETO SOCIAL

A BVS&A (Bolsa de Valores Sociais e Ambientais), do Instituto Bovespa de Responsabilidade Social e Ambiental, fez parceria com o PMI (Project Management Institute) para capacitar dirigentes de projetos de ONGs em desenvolvimento e gerenciamento de projetos socioambientais. Dirigentes de 17 ONGs já receberam curso. Um dos objetivos é fortalecer o gerenciamento das ONGs para aumentar a capacidade de captar recursos, segundo Renato Machado, responsável pelo projeto de implantação do escritório de gerenciamento de projetos sociais e ambientais no PMI.

EM FUGA

Nem o luxuoso mercado residencial do balneário dos Hamptons, nos EUA, escapou da crise do mercado imobiliário americano. As vendas da região no segundo trimestre caíram 29% ante o mesmo período de 2007, segundo a Bloomberg. A mediana dos preços caiu 11%, para US$ 735.000. Refúgio do verão dos milionários de Nova York, celebridades e executivos de Wall Street, os Hamptons abrigam casas de nomes como o bilionário Ronald Perelman e Ron Baron, fundador da Baron Capital Management.

INFLAÇÃO

PREÇO DA ENERGIA RESIDENCIAL CAI 6,4% EM 12 MESES
O preço da energia elétrica residencial caiu 1,2% em junho e acumulou redução de 6,4% em 12 meses. De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica, a energia elétrica é o único item administrado que, desde o início de 2007, teve deflações seguidas acumuladas em 12 meses. O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 6,1% no mesmo período. A associação diz que as revisões tarifárias das distribuidoras e a redução de encargos setoriais causaram a queda.

com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI

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