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MERCADO ABERTO
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br
Inadimplência sobe 6% no 1º semestre
O aumento dos juros e a disparada dos preços já começaram a se refletir no endividamento dos consumidores. Com
uma maior parte da renda comprometida com os alimentos e
com o pagamento do aluguel,
cresce o número de pessoas que
deixaram de quitar as dívidas.
Os débitos avançaram 6,1%
no primeiro semestre sobre
igual período de 2007, mostra o
indicador Serasa para pessoas
físicas. Nos primeiros seis meses do ano passado, o índice
caiu 1,6%. Em 2008, o indicador sobe desde janeiro e, em junho, avançou 7,1% ante 2007.
"O ano passado foi muito
bom para o crédito, que subiu
com a renda e o emprego. O resultado do semestre já mostra
que não teremos esse mesmo
quadro", diz Carlos Henrique
de Almeida, assessor econômico da Serasa.
O valor médio das dívidas
também aumentou em todas as
categorias analisadas pelo índice. Segundo a Serasa, o endividamento da população começa
a preocupar porque deve haver
avanço de preços e de juros
com menor elevação da renda,
mas, de forma geral, a inadimplência não é alarmante.
Os atrasos de pagamentos
aos bancos foram o principal
problema do consumidor de janeiro a junho, com 43,2% do total das dívidas -no mesmo período de 2007, o percentual foi
de 37,9%. O valor médio dos débitos foi de R$ 1.375,36, avanço
de 8,2% sobre o ano passado.
As dívidas com cartão de crédito e financeiras responderam
por 32% da inadimplência de
pessoas físicas no período, índice que quase repetiu o resultado de 31,1% dos primeiros seis
meses do ano passado. Apesar
do percentual parecido, o valor
médio das dívidas aumentou
16,4% em relação a 2007 e fechou o semestre em R$ 416,15.
Cheques devolvidos foram a
terceira maior causa de inadimplência no primeiro semestre, com 22,5% de participação.
O número é menor que o registrado em 2007, quando esse tipo de pendência representou
28,4% do indicador.
RECORDE
Carlos Lupi (Trabalho)
anuncia hoje novo recorde
na geração de empregos formais na economia. Os números do Caged (Cadastro
Geral de Empregados e Desempregados) vão mostrar
um crescimento de mais de
40% na contratação de empregados com carteira de
trabalho no primeiro semestre ante o mesmo período de
2007. Foi criado cerca de 1,4
milhão de empregos formais
nos primeiros seis meses de
2008. Só em relação a maio,
a expansão foi de 80%. Pelo
visto, a economia continua
bastante aquecida.
OLHARES
O setor óptico ganhou espaço no mercado de luxo nacional. Segundo a Abiótica
(associação de ópticos), até o
fim do ano, o segmento deve
superar R$ 11 bilhões em faturamento. Cerca de R$ 400
milhões devem ser negociados até sábado na Expo
Abióptica 2008 em SP.
NO PALCO
A Secretaria da Cultura do
Espírito Santo e o Sebrae-ES
lançaram, em Vitória, o Programa de Desenvolvimento
da Cultura, com investimento de mais de R$ 1 milhão.
SEM CORRUPÇÃO
O World Economic Forum, por meio do programa
anticorrupção Paci, em
parceria com a Câmara Internacional de Comércio, a
Transparency International e as Nações Unidas Global Compact, lança relatório sobre combate à corrupção nas empresas. O mapeamento baseado em resultados de 2007 da percepção de corrupção vista
por analistas, mostra, entre
os mais corruptos, Somália,
Iraque e Haiti, com pontuação entre 1 e 2. Os menores
registros de corrupção estão na Dinamarca e Finlândia, perto de 10. O Brasil
tem 3,5 pontos. Na separação setorial, construção e
telecomunicação estão entre os que têm pior nota.
PROJETO SOCIAL
A BVS&A (Bolsa de Valores Sociais e Ambientais), do Instituto Bovespa
de Responsabilidade Social e Ambiental, fez parceria com o PMI (Project
Management Institute)
para capacitar dirigentes
de projetos de ONGs em
desenvolvimento e gerenciamento de projetos socioambientais. Dirigentes
de 17 ONGs já receberam
curso. Um dos objetivos é
fortalecer o gerenciamento das ONGs para aumentar a capacidade de captar
recursos, segundo Renato
Machado, responsável pelo projeto de implantação
do escritório de gerenciamento de projetos sociais
e ambientais no PMI.
EM FUGA
Nem o luxuoso mercado residencial do balneário dos Hamptons, nos
EUA, escapou da crise
do mercado imobiliário
americano. As vendas da
região no segundo trimestre caíram 29% ante
o mesmo período de
2007, segundo a Bloomberg. A mediana dos
preços caiu 11%, para
US$ 735.000. Refúgio do
verão dos milionários de
Nova York, celebridades
e executivos de Wall
Street, os Hamptons
abrigam casas de nomes
como o bilionário Ronald Perelman e Ron
Baron, fundador da Baron Capital Management.
INFLAÇÃO
PREÇO DA ENERGIA RESIDENCIAL CAI 6,4% EM 12 MESES
O preço da energia elétrica residencial caiu 1,2% em junho e acumulou redução de
6,4% em 12 meses. De acordo com a Associação Brasileira de Distribuidores de
Energia Elétrica, a energia
elétrica é o único item administrado que, desde o início
de 2007, teve deflações seguidas acumuladas em 12
meses. O IPCA (Índice de
Preços ao Consumidor Amplo) teve alta de 6,1% no
mesmo período. A associação diz que as revisões tarifárias das distribuidoras e a
redução de encargos setoriais causaram a queda.
com JOANA CUNHA, VERENA FORNETTI
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