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Mercado Aberto
GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br
CNI defende queda mais forte dos juros
A recente revalorização do
real ante o dólar -processo interrompido pela crise global,
retomado em janeiro e intensificado em maio- e a consequente volatilidade da moeda
brasileira exigem forte redução
do diferencial da taxa de juros e
política "mais agressiva" do
Banco Central na compra do
excesso de dólares no mercado,
afirma a CNI (Confederação
Nacional da Indústria).
Para Flávio Castelo Branco,
gerente-executivo de política
econômica da entidade, medidas como taxação de entrada de
capitais (volta do IOF, por
exemplo), fixação de tempo de
quarentena para recursos estrangeiros e maior liberalização têm efeito limitado ou custo econômico alto. A retenção,
por exemplo, pode afetar investimentos externos diretos.
O enfraquecimento do dólar
é tendência mundial, mas no
Brasil foi maximizado devido
ao superávit comercial -sustentado pela queda nas importações e pela alta das exportações de produtos básicos- e
pela atração de capitais, estimulada pelos juros altos.
Castelo Branco diz que o Brasil tem uma série de desvantagens em relação a seus principais competidores -no que diz
respeito a questões tributárias
e de custo de capital. "Se a isso
se soma câmbio excessivamente valorizado, vai assoberbar
nossas dificuldades de competição no mercado mundial."
No primeiro semestre, as exportações de manufaturados
caíram 31%, ante o mesmo período de 2008. "Num mercado
mundial mais retraído, a competição vai ficar mais acirrada e
os efeitos de um real mais valorizado serão mais danosos."
A valorização do real fez com
que o Brasil voltasse a ficar à
frente dos EUA no "índice Big
Mac", da revista "The Economist", divulgado ontem. "Isso
quer dizer que nossos sapatos,
têxteis e eletrodomésticos vão
ficando mais caros que os dos
outros e, com isso, vamos perdendo mercado, empresas diminuem e cortam emprego. Essa é a nossa preocupação."
CRONÔMETRO
A Premo, uma das maiores indústrias de pré-fabricados
de Minas Gerais, criou um projeto para construção de casas em tempo reduzido. Segundo Hélio Dourado, presidente da Premo, o modelo permite que uma casa seja
montada em três horas, com entrega de chaves em 20
dias. Um condomínio de prédios de dez andares poderá
ser concluído em seis meses. O projeto foi feito para atender a demanda do programa Minha Casa, Minha Vida.
TERRITÓRIO
Em processo de internacionalização, a escola de negócios
espanhola Esade vai inaugurar, na próxima quarta-feira, seu
primeiro escritório em São Paulo -concomitantemente, vai
abrir um centro em Munique. "Com o crescimento do mercado brasileiro e do número de estudantes que saem para fazer MBA fora, a Esade identificou que o Brasil seria um
mercado potencial", diz a responsável pelo desenvolvimento
de negócios do SP Global Center, Alessandra Puccini Diniz.
Suas tarefas serão gerar conhecimento sobre o mercado do
país, estabelecer relações institucionais e dar suporte ao recrutamento de alunos. A inauguração vai ocorrer no Hotel
Renaissance, com palestra de Mailson da Nóbrega.
TIJOLO
A construção manteve a liderança no grupo Odebrecht, sobre as áreas de etanol, saneamento básico e
óleo gás. Da receita bruta em
2008, de R$ 41 bilhões, só
engenharia e construção
responderam por 41% do total, com 170 contratos simultâneos em 17 países.
MOTOR
A CR Zongshen, nova fabricante de motocicletas
com sede no Brasil, comprou
um terreno de 100 mil m 2 no
Distrito 2 do Pólo Industrial
de Manaus. O volume de investimentos destinados pela
empresa para aplicar no
Brasil é de US$ 80 milhões.
CONTRA A MARÉ
Os superintendentes da Receita Federal negaram por
meio de nota ontem a notícia de que não aceitariam a indicação para secretário da Receita de um auditor fiscal
vindo da ex-SRP (Secretaria da Receita Previdenciária).
Isto, segundo eles, contrariaria seus atos de gestão "que
têm sido no sentido de dar efetividade à fusão dos fiscos,
com inestimável apoio dos valorosos colegas da ex-SRP e,
com respeito às peculiaridades e culturas das duas casas".
BANDEJA
Marcelo Rabach, presidente da rede McDonald's no
Brasil, vai criar mil empregos
na Grande São Paulo até o final do ano. A maior parte das
vagas é para o cargo de atendente, que pode ser exercido
por candidatos ao primeiro
emprego. Rabach começou a
carreira preparando Big Mac.
NA MESA
A TAM acaba de renovar
pratos, xícaras, bules, saleiros, talheres, bandejas e copos de bordo da primeira
classe e da executiva, com
peças assinadas pela marca
holandesa deSter, que é fornecedora tradicional das
maiores companhias aéreas
do mundo.
ENERGIA
Lúcio Reis, diretor-executivo da Anace (de consumidores de energia), participou
ontem de reunião no Ministério de Minas e Energia, representando consumidores,
que vêm há dois anos pedindo ao governo permissão para revender o excedente da
eletricidade que compram,
mas não conseguem consumir.
ENERGIA 2
Na reunião de ontem, o
ministério afirmou que encaminhará a regulamentação da energia excedente o
mais rápido possível. Para
Reis, ainda há "amarras" no
projeto, ligadas ao prazo dos
contratos para a revenda.
DE PASSAGEM
O único ponto positivo no serviço de ônibus urbano é a
facilidade de pagar a passagem. Essa é a opinião de passageiros das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo
pesquisa da Ipsos Loyalty realizada com 1.948 pessoas. A
rapidez na realização do trajeto, um dos fatores críticos
do ônibus urbano, foi o item mais bem avaliado no metrô.
Entre os fatores que mais contribuíram para a baixa satisfação com o ônibus, estão comodidade e segurança.
com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e NATÁLIA PAIVA
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