São Paulo, sexta-feira, 17 de julho de 2009

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@grupofolha.com.br

CNI defende queda mais forte dos juros

A recente revalorização do real ante o dólar -processo interrompido pela crise global, retomado em janeiro e intensificado em maio- e a consequente volatilidade da moeda brasileira exigem forte redução do diferencial da taxa de juros e política "mais agressiva" do Banco Central na compra do excesso de dólares no mercado, afirma a CNI (Confederação Nacional da Indústria).
Para Flávio Castelo Branco, gerente-executivo de política econômica da entidade, medidas como taxação de entrada de capitais (volta do IOF, por exemplo), fixação de tempo de quarentena para recursos estrangeiros e maior liberalização têm efeito limitado ou custo econômico alto. A retenção, por exemplo, pode afetar investimentos externos diretos.
O enfraquecimento do dólar é tendência mundial, mas no Brasil foi maximizado devido ao superávit comercial -sustentado pela queda nas importações e pela alta das exportações de produtos básicos- e pela atração de capitais, estimulada pelos juros altos.
Castelo Branco diz que o Brasil tem uma série de desvantagens em relação a seus principais competidores -no que diz respeito a questões tributárias e de custo de capital. "Se a isso se soma câmbio excessivamente valorizado, vai assoberbar nossas dificuldades de competição no mercado mundial."
No primeiro semestre, as exportações de manufaturados caíram 31%, ante o mesmo período de 2008. "Num mercado mundial mais retraído, a competição vai ficar mais acirrada e os efeitos de um real mais valorizado serão mais danosos."
A valorização do real fez com que o Brasil voltasse a ficar à frente dos EUA no "índice Big Mac", da revista "The Economist", divulgado ontem. "Isso quer dizer que nossos sapatos, têxteis e eletrodomésticos vão ficando mais caros que os dos outros e, com isso, vamos perdendo mercado, empresas diminuem e cortam emprego. Essa é a nossa preocupação."

CRONÔMETRO
A Premo, uma das maiores indústrias de pré-fabricados de Minas Gerais, criou um projeto para construção de casas em tempo reduzido. Segundo Hélio Dourado, presidente da Premo, o modelo permite que uma casa seja montada em três horas, com entrega de chaves em 20 dias. Um condomínio de prédios de dez andares poderá ser concluído em seis meses. O projeto foi feito para atender a demanda do programa Minha Casa, Minha Vida.

TERRITÓRIO
Em processo de internacionalização, a escola de negócios espanhola Esade vai inaugurar, na próxima quarta-feira, seu primeiro escritório em São Paulo -concomitantemente, vai abrir um centro em Munique. "Com o crescimento do mercado brasileiro e do número de estudantes que saem para fazer MBA fora, a Esade identificou que o Brasil seria um mercado potencial", diz a responsável pelo desenvolvimento de negócios do SP Global Center, Alessandra Puccini Diniz. Suas tarefas serão gerar conhecimento sobre o mercado do país, estabelecer relações institucionais e dar suporte ao recrutamento de alunos. A inauguração vai ocorrer no Hotel Renaissance, com palestra de Mailson da Nóbrega.

TIJOLO
A construção manteve a liderança no grupo Odebrecht, sobre as áreas de etanol, saneamento básico e óleo gás. Da receita bruta em 2008, de R$ 41 bilhões, só engenharia e construção responderam por 41% do total, com 170 contratos simultâneos em 17 países.

MOTOR
A CR Zongshen, nova fabricante de motocicletas com sede no Brasil, comprou um terreno de 100 mil m 2 no Distrito 2 do Pólo Industrial de Manaus. O volume de investimentos destinados pela empresa para aplicar no Brasil é de US$ 80 milhões.

CONTRA A MARÉ
Os superintendentes da Receita Federal negaram por meio de nota ontem a notícia de que não aceitariam a indicação para secretário da Receita de um auditor fiscal vindo da ex-SRP (Secretaria da Receita Previdenciária). Isto, segundo eles, contrariaria seus atos de gestão "que têm sido no sentido de dar efetividade à fusão dos fiscos, com inestimável apoio dos valorosos colegas da ex-SRP e, com respeito às peculiaridades e culturas das duas casas".

BANDEJA
Marcelo Rabach, presidente da rede McDonald's no Brasil, vai criar mil empregos na Grande São Paulo até o final do ano. A maior parte das vagas é para o cargo de atendente, que pode ser exercido por candidatos ao primeiro emprego. Rabach começou a carreira preparando Big Mac.

NA MESA
A TAM acaba de renovar pratos, xícaras, bules, saleiros, talheres, bandejas e copos de bordo da primeira classe e da executiva, com peças assinadas pela marca holandesa deSter, que é fornecedora tradicional das maiores companhias aéreas do mundo.

ENERGIA
Lúcio Reis, diretor-executivo da Anace (de consumidores de energia), participou ontem de reunião no Ministério de Minas e Energia, representando consumidores, que vêm há dois anos pedindo ao governo permissão para revender o excedente da eletricidade que compram, mas não conseguem consumir.

ENERGIA 2
Na reunião de ontem, o ministério afirmou que encaminhará a regulamentação da energia excedente o mais rápido possível. Para Reis, ainda há "amarras" no projeto, ligadas ao prazo dos contratos para a revenda.

DE PASSAGEM
O único ponto positivo no serviço de ônibus urbano é a facilidade de pagar a passagem. Essa é a opinião de passageiros das cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, segundo pesquisa da Ipsos Loyalty realizada com 1.948 pessoas. A rapidez na realização do trajeto, um dos fatores críticos do ônibus urbano, foi o item mais bem avaliado no metrô. Entre os fatores que mais contribuíram para a baixa satisfação com o ônibus, estão comodidade e segurança.


com JOANA CUNHA, MARINA GAZZONI e NATÁLIA PAIVA


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