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BALANÇO
Ganho foi de R$ 689,8 mi; compra do Sudameris foi o principal motivo
Real lucra mais 57% no semestre
DA REPORTAGEM LOCAL
O lucro líquido do banco Real
ABN Amro cresceu 57% no primeiro semestre do ano em relação
a igual período de 2003, totalizando R$ 689,8 milhões. As operações brasileiras foram responsáveis por 11% do lucro mundial do
banco holandês no período.
Segundo Fábio Barbosa, presidente do Real, o crescimento inusitado do lucro se deve à compra
do Sudameris. "Sem o Sudameris,
o lucro cresceu 27%, mesmo assim um bom resultado", diz Barbosa. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 19,5% ao
ano, em linha com a dos grandes
bancos do país.
A forte expansão da área de crédito, baseada no financiamento às
pequenas empresas, foi a principal responsável pelo lucro obtido.
"A demanda por capital de giro
para pequenas empresas vem aumentando e nas últimas semanas
sentimos uma reação das grandes
empresas", diz Barbosa.
Segundo ele, o banco está negociando mandatos para emissão de
debêntures para diversas empresas de maior porte. "Agora a procura é para captação de recursos
no mercado interno, para empresas de grande porte do setor de
serviços e voltadas para o mercado interno", diz ele.
As operações em curso são animadoras, segundo ele, devido ao
volume, valores e prazos que estão sendo buscados. "Está aumentando a procura por prazos
mais longos e juros mais baratos
do que os dos financiamentos
bancários", diz Barbosa. O banco
tem emissões de debêntures no
valor de R$ 500 milhões a R$ 1 bilhão sendo negociadas. "E o número de operações também é relevante", acrescenta.
No primeiro semestre, o que
puxou a área de crédito foi a demanda por financiamentos que
resultaram no aumento de 57,2%
da carteira de crédito da instituição. A carteira total soma R$ 28,6
bilhões. Também nesse caso houve impacto da aquisição do Sudameris. Se forem excluídas as operações desse banco, a carteira
cresce 14%.
Para este ano, o Real projeta
crescimento de 20% na sua carteira de crédito, segundo Barbosa.
"Há cinco anos o banco vem investindo na expansão da área."
Outro fator que colaborou para
o resultado obtido pelo banco no
semestre foi o crescimento da receita de prestação de serviços (tarifas e taxas), que totalizou R$
910,3 milhões. Essa rubrica cresceu 36,5% no período.
Segundo Barbosa, a valorização
do dólar teve pequeno efeito sobre os resultados. A variação cambial no semestre favoreceu o banco nas suas operações no exterior,
causando redução de 48,3% no
pagamento de impostos. Isso porque as receitas com variação cambial não são tributáveis e as despesas com hedge (proteção cambial)
são dedutíveis do Imposto de
Renda.
(SANDRA BALBI)
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