São Paulo, terça-feira, 17 de agosto de 2004

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DA NATUREZA

Charley atingiu a Flórida

Após furacão, suco de laranja aumenta 11,6%

DA REDAÇÃO

Atingido em cheio pelos efeitos do furacão Charley, que devastou zonas-chave de plantio de laranja na Flórida (EUA) na semana passada, o mercado de suco de laranja fechou ontem com alta de 11,6% na cotação do contrato com vencimento em setembro em Nova York, subindo para 69,5 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo comunicado da Flórida Citrus Mutual, entidade que reúne os produtores de laranja daquele Estado norte-americano, o furacão arrasou três das principais áreas da indústria cítrica -DeSoto, Hardee e Polk.
"Os produtores dessas áreas viram como seus laranjais, equipamentos e prédios foram destruídos. Isso terá um impacto enorme nessa temporada de colheita de cítricos", informou a associação em comunicado.
"O estrago foi bastante significativo", disse a porta-voz da entidade, Tamara Cooper, sem, no entanto, conseguir ainda estimar o prejuízo. Cerca de 90 mil pessoas são empregadas pela indústria cítrica da Flórida, informou a associação local.
No Brasil -que é o maior produtor e exportador mundial de suco de laranja-, o presidente da Abecitrus (Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos), Ademerval Garcia, não considerou que, a princípio, o país possa ser beneficiado com os estragos causados pelo Charley.
"O furacão passou por uma região fortemente citrícola, mas a esta altura quase toda a safra já está colhida, não restam muitas laranjas nas árvores. Com as informações de que disponho até agora, não dá para dizer que o Brasil terá benefício", disse.
Para Garcia, a influência real do furacão poderá ser melhor avaliada em outubro, ao ser divulgada previsão para a próxima safra de laranja nos EUA.
Outro fator que, na visão de Garcia, deve ajudar a amenizar os efeitos do furacão sobre o mercado são os estoques norte-americanos de suco de laranja: "São suficientes para 45 semanas. Isso é quase um ano", disse o presidente da Abecitrus.
Hoje, o suco brasileiro enfrenta uma alta taxa de importação para entrar naquele país, o que até levou duas empresas daqui -a Citrosuco e a Cutrale- a adquirir plantações na Flórida.
O maior cliente das exportações brasileiras do produto é a União Européia, que leva cerca de 70% do suco vendido ao exterior.


Com agências internacionais


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