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DA NATUREZA
Charley atingiu a Flórida
Após furacão, suco de laranja aumenta 11,6%
DA REDAÇÃO
Atingido em cheio pelos efeitos
do furacão Charley, que devastou
zonas-chave de plantio de laranja
na Flórida (EUA) na semana passada, o mercado de suco de laranja fechou ontem com alta de
11,6% na cotação do contrato com
vencimento em setembro em Nova York, subindo para 69,5 centavos de dólar por libra-peso.
Segundo comunicado da Flórida Citrus Mutual, entidade que
reúne os produtores de laranja
daquele Estado norte-americano,
o furacão arrasou três das principais áreas da indústria cítrica
-DeSoto, Hardee e Polk.
"Os produtores dessas áreas viram como seus laranjais, equipamentos e prédios foram destruídos. Isso terá um impacto enorme
nessa temporada de colheita de
cítricos", informou a associação
em comunicado.
"O estrago foi bastante significativo", disse a porta-voz da entidade, Tamara Cooper, sem, no
entanto, conseguir ainda estimar
o prejuízo. Cerca de 90 mil pessoas são empregadas pela indústria cítrica da Flórida, informou a
associação local.
No Brasil -que é o maior produtor e exportador mundial de
suco de laranja-, o presidente da
Abecitrus (Associação Brasileira
dos Exportadores de Cítricos),
Ademerval Garcia, não considerou que, a princípio, o país possa
ser beneficiado com os estragos
causados pelo Charley.
"O furacão passou por uma região fortemente citrícola, mas a
esta altura quase toda a safra já está colhida, não restam muitas laranjas nas árvores. Com as informações de que disponho até agora, não dá para dizer que o Brasil
terá benefício", disse.
Para Garcia, a influência real do
furacão poderá ser melhor avaliada em outubro, ao ser divulgada
previsão para a próxima safra de
laranja nos EUA.
Outro fator que, na visão de
Garcia, deve ajudar a amenizar os
efeitos do furacão sobre o mercado são os estoques norte-americanos de suco de laranja: "São suficientes para 45 semanas. Isso é
quase um ano", disse o presidente
da Abecitrus.
Hoje, o suco brasileiro enfrenta
uma alta taxa de importação para
entrar naquele país, o que até levou duas empresas daqui -a Citrosuco e a Cutrale- a adquirir
plantações na Flórida.
O maior cliente das exportações
brasileiras do produto é a União
Européia, que leva cerca de 70%
do suco vendido ao exterior.
Com agências internacionais
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