MARCOS CÉZARI
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de 76 dias em greve, os servidores do INSS no Estado de São Paulo voltam ao trabalho hoje. O atendimento aos segurados, porém, só será retomado amanhã. Ontem, em assembléia, a categoria decidiu pelo retorno ao trabalho, aceitando a proposta do governo feita na sexta-feira.
Para evitar problemas, é recomendável que os segurados só compareçam às agências a partir de amanhã. Mesmo assim, somente nos casos de urgência. É que, devido ao longo período da greve, as filas devem ser enormes nos postos, ao menos nesta e nas próximas duas semanas.
Segundo José Rubens Decares, diretor do Sinsprev (Sindicato dos Trabalhadores em Saúde e Previdência no Estado de São Paulo), pode ser que alguma das 125 agências localizadas no Estado decida atender os segurados.
"Se isso ocorrer, será uma decisão exclusiva do chefe de cada agência. Essa atitude, porém, será precipitada, não sendo recomendável porque é provável que não haja condições de atendimento satisfatório aos segurados, podendo provocar até tumultos."
Decares diz que hoje os servidores terão de organizar a parte burocrática, como obter novas senhas de acesso aos computadores (as antigas foram invalidadas).

Outros Estados
O retorno dos servidores ao trabalho hoje não ocorrerá em todo o país. Ontem à noite foi realizada a reunião plenária, em Brasília, para adotar uma posição final.
Apenas as agências de Alagoas, Goiás, Espírito Santo e Bahia voltam a atender o público hoje.
Rio de Janeiro, Santa Catarina e Amapá rejeitaram a proposta do governo e devem fazer novas assembléias (amanhã, em Santa Catarina e no Amapá; na sexta-feira, no Rio). O Piauí não fez assembléia, o que deve ocorrer até sexta-feira. Em Rondônia os servidores decidiram que só voltam após receber os salários de julho.
Nos demais Estados e no Distrito Federal os servidores voltam ao trabalho hoje mas só atenderão os segurados a partir de amanhã.
A Fenasps (Federação Nacional dos Sindicatos de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social) espera ter uma reunião hoje com o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, para discutir a forma de compensação dos dias parados aos sábados.