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Vizinho propõe salvaguardas por três anos
DE BUENOS AIRES
A proposta da Argentina de implementação de salvaguardas na
relação comercial com o Brasil
prevê que uma eventual adoção
de um mecanismo de proteção
-o nome que está sendo usado é
CAC (Cláusulas de Adaptação
Competitiva)- tenha a duração
de três anos, postergáveis por
mais um ano. Prevê ainda, segundo a chancelaria argentina, a institucionalização de um comitê para
monitorar o intercâmbio comercial entre os dois países.
A idéia é que sejam adotadas
barreiras comerciais no caso de as
importações de um país crescerem a ponto de prejudicarem a
produção do país importador.
As restrições já vêm sendo adotadas pela Argentina, mas informalmente e de forma unilateral
em alguns casos. No mês passado,
o Brasil, que até agora rechaçava a
demanda argentina de institucionalização desse tipo de mecanismo, aceitou discutir o tema.
Os empresários argentinos, duramente atingidos pela recente
crise econômica que o país atravessou nos últimos anos, reclamam da "invasão brasileira" de
produtos em alguns setores.
A duração de três anos para as
salvaguardas seria um período
necessário, na avaliação do governo do país vizinho, para os produtores locais se recuperarem.
Para determinar se as importações de um produto realmente estão fora do padrão e se causam
danos à produção local, a proposta sugere que se avalie a evolução
do comércio daquele setor nos
cinco anos anteriores para detectar possíveis discrepâncias.
Em caso de comprovação de danos à produção -o prazo para
essa avaliação, pela proposta argentina, não poderia passar de 60
dias-, aplicaria-se ao produto a
mesma tarifa que pagam os países
de fora do Mercosul, a TEC (Tarifa Externa Comum).
Amanhã, acontece em Buenos
Aires reunião entre representantes dos governos brasileiro e argentino para avaliação dos setores
que estão sendo monitorados.
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